sexta-feira, 25 de julho de 2014

TeVê

TV paga



Estado de Minas: 25/07/2014



 (Canal Off/Divulgação)
Esportes radicais

O canal Off reservou três novidades para hoje. A principal delas é a estreia de Skate no quintal (foto), às 22h30, reunindo skatistas de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Florianópolis. Às 21h, estreia a quinta temporada de Brazilian storm, com as feras brasileiras no Circuito Mundial de Surfe Profissional. E às 22h tem Naufrágios, em sua segunda temporada, com Silvia Sampaio, Douglas Monteiro e Ninha Santhiago mergulhando nas águas da Micronésia.

A garotada invade a cozinha da MTV

A MTV engrossa a onda dos reality shows culinários com a estreia hoje de Quero ser chef!, às 16h. No programa, um grupo de sete jovens disputa a chance de conquistar uma carreira no mercado gastronômico. Escolhidos em função do gosto pela cozinha, os alunos têm origens e personalidades bem variadas e são obrigados a aprender a viver juntos.

Muito cuidado ao  comprar uma casa


No canal Fox Life, a novidade é a 10ª temporada de Proprietários de primeira viagem, que estreia às 18h30. Durante o programa, a apresentadora Egypt Sherrod acompanha pessoas que estão em busca de seu primeiro imóvel. Além de acompanhar os possíveis compradores em visitas pelas casas, ela dá dicas de como fazer um bom negócio.

Maconha pode ter  muitas utilidades

Polêmica à vista no canal Curta!. Às 18h, a emissora exibe o documentário A demonização da Cannabis, que expõe as manipulações políticas e industriais que proibiram uma das mais valiosas plantas da história. O programa mostra o cânhamo como uma fibra industrial alternativa à produção de papel, ao algodão para roupas e ao compensado para construções, e não como droga. Mas claro que ouve também ativistas pela legalização da maconha.

Você acredita que  os ETS estão por aí?

“Reprodutores alienígenas”, episódio inédito da série Alienígenas do passado, às 23h30, no canal History, vai falar das relações íntimas entre humanos e extraterrestres. Nas culturas de todo o mundo existem relatos de encontros entre terráqueos e seres de outros mundos, de anjos caídos e deuses gregos a incubus e sucubus medievais e estranhas abduções dos dias de hoje.

Tem filme novo no Telecine Premium

O Telecine Premium estreia hoje, às 22h, o filme de ação Sem dor, sem ganho, de Michael Bay, com Mark Wahlberg, Dwayne Johnson e Anthony Mackie. No mesmo horário, a Cultura exibe o drama Yella, do alemão Christian Petzold, na Mostra Internacional de Cinema. No FX, hoje tem a sessão Triplex, com três filmes sobre super-heróis dos quadrinhos: Watchmen – O filme (17h30), Homem Aranha (20h15) e Demolidor – O homem sem medo (22h30). Na faixa das 22h, o assinante tem outras seis opções: Coração iluminado, no Canal Brasil; Basilicata – Costa a costa, no Max; Parker, no Max Prime; Corrida mortal 3, no Telecine Action; Marte precisa de mães, no Telecine Fun; e Apenas amigos, no MGM. E mais: Os especialistas, às 22h30, no Megapix; O ritual, igualmente às 22h30, no Space; e As diabólicas, também às 22h30, no Arte 1.



CARAS & BOCAS » Poeta do mar
Simone Castro

Regina Casé presta homenagem ao cantor e compositor Dorival Caymmi em seu centenário de nascimento (João Januário/TV Globo)
Regina Casé presta homenagem ao cantor e compositor Dorival Caymmi em seu centenário de nascimento

No embalo de Maracangalha, a apresentadora Regina Casé presta, no Esquenta (Globo), que vai ao ar domingo, uma homenagem a Dorival Caymmi, o poeta do mar, que completaria 100 anos em 2014. Ela recebe os cantores Saulo Fernandes e Luiz Caldas, que recentemente prepararam um projeto especial em reverência ao cantor e compositor baiano. Além do musical de Caymmi, Luiz Caldas celebra também no palco do Esquenta seus 35 carnavais, comemorados este ano. No palco, para o tributo, ainda estarão presentes a neta de Dorival, Stella Caymmi, que vai contar um pouco sobre o livro que escreveu com a biografia do avô, e os baianos Lázaro Ramos e Luís Miranda. Em um programa repleto de referências à água, não poderia faltar o Riachão, cria do recôncavo baiano e um dos mais importantes compositores do Brasil, com mais de 700 sambas no currículo.

CASO BRUNO GANHA NOVAS REVELAÇÕES DE ENVOLVIDO


Veja no Jornal da Alterosa – 1ª edição desta sexta-feira as consequências das novas revelações de Jorge Rosa Sales, primo do goleiro Bruno, sobre a morte de Eliza Samúdio. O que dizem os advogados que trabalharam no caso? Qual é a posição da polícia? Mais: o drama da família da ex-modelo, que revive a tragédia e ainda tem esperanças de enterrar seus restos mortais. A primeira edição do Jornal da Alterosa é logo depois do Alterosa esporte.

REPRISE DE PECADO CAPITAL NÃO AGRADA AO PÚBLICO


O canal Viva (TV paga) decidiu reprisar o remake da novela Pecado capital, de Glória Perez. Resultado: a trama, prevista para substituir História de amor a partir de novembro, tem sido alvo de protestos calorosos dos telespectadores, que não aprovam a reexibição. Via internet, as posições contrárias estão bombando. Na verdade, o remake, estrelado por Francisco Cuoco, Eduardo Moscovis e Carolina Ferraz, não agradou ao público quando foi ao ar, em 1998, na Globo. Já o original de Janete Clair, exibido em 1975, também na Globo, com Francisco Cuoco, Lima Duarte e Betty Faria, é considerado uma das grandes novelas da TV brasileira. Aliás, o DVD com o original, que conta o drama de um taxista que encontra uma mala de dinheiro roubado no seu carro e vê sua vida virar de cabeça para baixo, foi lançado recentemente. O box traz discos com aproximadamente 30 horas de duração.

SUCESSO DE CHAY SUEDE FAZ COM QUE EMENDE NOVELAS


O posto de protagonista da primeira fase de Império (Globo) rende lucros para o ator Chay Suede, o José Alfredo jovem da história. Ele já está escalado para um dos principais papéis de Babilônia, sucessora da trama de Aguinaldo Silva, escrita por Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga, com estreia prevista para depois do carnaval de 2015. Ontem, em bate-papo com Ana Maria Braga no Mais você (Globo), Chay falou sobre o seu nome verdadeiro, Roobertchay. “Desde pequeno me chamam de Chay. Mas, meu nome é Roobertchay. Meu avô inventou esse nome maluco. Ele tinha mania de inventar as coisas. Inventou uma língua e traduzia tudo para essa língua. O meu nome virou Roobertchay”, contou.

SÉRIE DE TV FAZ PRISÃO MUDAR SEU UNIFORME

Era laranja a cor dos uniformes dos detentos de uma prisão no estado de Michigan, nos Estados Unidos. Agora, as peças foram confeccionadas em branco com listas pretas. O motivo? A série Orange is the new black. Ao jornal Usa Today, o xerife William Federspiel, da cidade de Saginaw, revelou que a série tem feito as pessoas se mostrarem mais simpáticas com os presos e ir ao shopping vestindo laranja. “O nome da série diz que é legal usar laranja”, comenta o xerife. Ele explicou que as enfermeiras da cidade têm usado jalecos laranja e, como medida para impedir que os detentos tentem uma fuga se misturando com o público, especialmente quando realizam serviços comunitários, foi sugerida a troca de cor dos uniformes. Na série, apenas as detentas novatas usam as peças em tom laranja.

VIVA
De frente com Gabi, no domingo, no SBT/Alterosa, com o ótimo bate-papo entre Marília Gabriela e a empresária Luiza Helena Trajano.

VAIA
Nome grafado errado em lista do elenco na abertura de Império: Marina Ruy Barbosa virou “Bardosa”. E até o capítulo de anteontem estava lá, sem correção. 

Álbum de retratos - Ailton Magioli

Fotógrafo de estrelas da música e de artistas de várias áreas, Daryan Dornelles, conhecido por exigir muito dos personagens, lança livro com 160 imagens feitas ao longo da carreira

Ailton Magioli
Estado de Minas: 25/07/2014



 (Fotos: Daryan Dornelles/Divulgação)


Milton Nascimento dentro da piscina de casa e Chico Buarque em momento relax, imagens conquistadas por Daryan Dornelles
Milton Nascimento dentro da piscina de casa e Chico Buarque em momento relax, imagens conquistadas por Daryan Dornelles


Você consegue imaginar a maneira como gostaria de se ver retratado? Essa é a base que o fotógrafo carioca Daryan Dornelles, de 43 anos, precisa para clicar seus personagens. Por iniciativa própria, ele está lançando Retratos sonoros (Editora Sonora), livro com cerca de 160 imagens, coloridas e em preto e branco, de artistas ligados à música – cantores, instrumentistas e/ou compositores. Trata-se de coletânea de 18 anos de trabalho, que reúne retratos de Chico Buarque, Criolo, Marisa Monte, Dominguinhos, Fernanda Takai, Paulinho da Viola, Pedro Morais, Ney Matogrosso e Milton Nascimento, entre outros. Marcos Preto, Alice Granato e Valéria Mendonça assinam os textos de apresentação do livro.

Para se ter uma ideia do quão exigente e criativo é Daryan, basta saber que Bituca foi fotografado na piscina de casa, na Joatinga carioca. E que, ao ser convocado para fazer fotografia de Bibi Ferreira no Teatro Net, do Rio, acabou rejeitando o trabalho por não ter gostado do ambiente. “Preferi remarcar para outro dia, que acabou não rolando”, recorda Daryan, salientando não ter nada contra a grande dama do teatro brasileiro. Ausência sentida entre as cantoras presentes no livro, Maria Bethânia não foi fotografada, segundo ele, por causa da burocracia para chegar até a artista. “Não deu tempo”, lamenta.

Entre os grandes retratos que fez está a primadona das artes cênicas, Fernanda Montenegro, clicada por ele para a capa da revista Bravo. Para a capa da revista de um jornal de São Paulo, ele resolveu levar Martinho da Vila para a emblemática Avenida 28 de Setembro, do Bairro de Vila Izabel, Zona Norte do Rio, onde conseguiu fotografá-lo sem camisa, em pleno bulevar.

O que não pode faltar em um bom retrato? “Simplicidade”, responde Daryan Dornelles, que exige sempre um bom ambiente, com direito a luz, cenário etc. “Geralmente, tenho um assistente”, revela o fotógrafo, lembrando que em se tratando de capas de revistas e de discos tem sempre alguém para cuidar de maquiagem, figurino etc.

Escola

Entre os responsáveis pela escola brasileira do retrato, Daryan inclui o famoso Bob Wolfenson, que classifica de “um belo retratista”; Rui Mendes, especializado em música; Caroline Bittencourt, Leo Aversa, Marcos Hermes (mais ligado a shows), e, claro, J. R. Duran e Antonio Guerreiro. Ele explica que optou pelos retratos em vez dos shows.

Fotógrafo por acaso, o ex-nadador do Vasco começou a trabalhar na área quando o técnico da equipe carioca pela qual nadava reclamou da dificuldade para contratar um profissional para fotografar a equipe do Vasco, em Santiago do Chile. “Se quiser, posso fazer as fotos para você”, disse o então nadador, já desistindo da carreira desportista. Desde então não parou mais, especializando-se em retratos. Na música, de Chico Buarque a Criolo, de Marisa Monte a Tiê, de Nelson Sargento a Kiko Dinucci, ele está sempre em busca da sintonia entre a imagem e a personalidade musical do artista.

De Minas, além do veterano líder do Clube da Esquina, Milton Nascimento, Daryan Dornelles fotografou Fernanda Takai e o novato Pedro Morais. Entre as capas de discos que fez está a do Barão Vermelho, em 2004. “O Fernando Magalhães (guitarra) sugeriu e a banda topou”, recorda Daryan, contando que o tradicional boca a boca é a tática que mais funciona na área. “Poucas pessoas têm o costume de ler créditos de revistas”, argumenta o fotógrafo, que, adepto do rock’n’roll desde a juventude, gosta de trabalhar com artistas de todos os gêneros e estilos, sem preconceitos.


RETRATOS SONOROS

De Daryan Dornelles
Editora Sonora
192 páginas
R$ 140

Tempo de inocência - Carlos Herculano Lopes‏


Tempo de inocência
Carlos Herculano Lopes
carloslopes.mg@diariosassociados.com.br
Estado de Minas: 25/07/2014


Da janela do seu apartamento, que fica no segundo andar de um prédio bem alto, o homem vê um menino e uma menina conversando no pilotis, ao lado da piscina. A tarde começa a cair, e sopra um vento morno, que desce das bandas da Avenida Raja Gabaglia. Ambos são morenos, devem ter uns 8 anos, e estão próximos um do outro. Como tem todo o tempo do mundo naquele dia, o homem os observa. Talvez, inconscientemente, esteja se lembrando da sua infância, que já vai longe, quando também ele, não muitas vezes, viveu situações semelhantes, que sempre insistem em voltar à sua memória.

De repente, o garoto, tomando a iniciativa, pega nas mãos da menina, que as estende para ele, com o rostinho mais sério deste mundo. Ficam uns instantes em silêncio, olhos nos olhos, até que este se vira para ela e diz, da maneira mais solene possível: “Você será minha princesa sempre. Com todo o meu coração vou te amar, te proteger, te dar todo o carinho do mundo, além de um reino lindo e encantado...”.

Palavra nenhuma, como o homem percebe, vem de imediato da boca da menina. Aquele mutismo dura pouco, só o suficiente, quem sabe, para criar um clima, ou talvez porque faça parte da brincadeira, se é que se possa pensar assim. Até que ela, também com cerimônia, pega nas mãos dele e diz: “Você sempre será meu príncipe. Com meu coração vou te amar, te proteger, viver com você no castelo encantado, lhe dar muitos filhos e filhas, que serão o nosso maior tesouro....”. Ah!, que coisa mais bonita, o homem pensa. Terão aprendido isso na escola? Com amigos da mesma idade, ou a história saiu de suas cabeças?

Vai saber. Daí a pouco, aqueles dois se levantam, saem correndo de mãos dadas e, talvez num ritual previamente combinado, ou que faça parte do jogo, dão algumas voltas ao redor da piscina, para nos instantes seguintes, ofegantes e às gargalhadas, pararem no mesmo lugar de antes. O vento, que desce da Raja, continua a soprar em lufadas mais fortes, que esvoaçam os cabelos da garota.

Aproveitando a situação, o menino, num gesto tímido, mas sem a desenvoltura do príncipe todo-poderoso de pouco antes – solene e seguro na sua declaração de amor – se permite acariciá-la, levando as mãos ao seu rosto. A menina, visivelmente perturbada, novamente se levanta e sai correndo. Sua felicidade é total.

O garoto a segue com a mesma alegria, e os dois, entre carreiras e risos, ficam ali mais uns minutos, até que uma mulher, quem sabe mãe da menina, chega em uma janela e a chama. Os dois então se despedem, sob o testemunho oculto do homem. Talvez ainda nem saibam que numa tarde de vento morno, no pilotis de um prédio em Belo Horizonte, viveram lindos momentos de amor, dos quais, por mais que o tempo passe, jamais irão se esquecer.  

Estreias em Paulínia

Estado de Minas: 25/07/2014 



Thales Cavalcanti interpreta Jean, protagonista do longa-metragem carioca Casa grande  (Festival de Paulínia/divulgação )
Thales Cavalcanti interpreta Jean, protagonista do longa-metragem carioca Casa grande

São Paulo – Duas elogiadas produções nacionais serão exibidas hoje no 6º Paulínia Festival, em São Paulo. Casa grande, do cineasta carioca Fellipe Barbosa, e Sangue azul, do pernambucano Lírio Ferreira, disputam a mostra competitiva de longas.

O primeiro estreou no festival de Roterdã, na Holanda, e conta a história de um rapaz da Zona Sul do Rio de Janeiro que enfrenta a derrocada econômica de sua família. O elenco reúne Thales Cavalcanti, Marcelo Novaes e Suzana Pires. Lírio rodou Sangue azul em Fernando de Noronha (PE), há dois anos. O point turístico é cenário da história de Zolah, que volta à ilha depois de 20 anos em busca de um amor. Daniel de Oliveira, Caroline Abras, Rômulo Braga e Sandra Coverloni participam do elenco.

Amanhã, a mostra competitiva exibirá A história da eternidade, de Camilo Cavalcante, com Irandhir Santos, e Infância, do diretor Domingos Oliveira, com os atores Fernanda Montenegro e Paulo Betti.

O festival será encerrado domingo. A última sessão terá homenagem a Cacá Diegues, de 74 anos, nome de destaque do Cinema Novo e diretor de filmes brasileiros emblemáticos, como Bye bye Brasil e Xica da Silva.

A cerimônia de encerramento contará com a presença da atriz Jacqueline Bisset e do diretor Abel Ferrara, que assina o filme Bem-vindo a Nova York, que será exibido em Paulínia.  

Rir é bom, mas não é tudo

Mesmo com as comédias dominando as bilheterias, o cinema brasileiro busca diversificação com produções de suspense, drama e terror. O maior problema continua sendo a distribuição


Carolina Braga
Estado de Minas: 25/07/2014



O policial Jogo de xadrez, com Priscila Fantin, teve mais público em festivais internacionais do que no Brasil (Eletric Entertainment/Divulgação)
O policial Jogo de xadrez, com Priscila Fantin, teve mais público em festivais internacionais do que no Brasil



Quando se observam os números da bilheteria do cinema nacional, as comédias são soberanas. Mas, ao contrário do que pode parecer, mesmo que o grande público sinalize para isso, esse não é o tipo de filme dominante na produção nacional. Num cenário dominado pelo drama, a cada dia cresce a presença de filmes de suspense, policiais, aventuras e até terror. Os dados surpreendem.

Entre janeiro e julho deste ano, conforme dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine), estrearam no circuito comercial do país 38 obras de ficção. Destas, 18 são dramas em combinações com romance, suspense, aventura e esporte. A maior bilheteria pertence à comédia S.O.S Mulheres ao mar, de Cris D’Amato, uma das 10 que chegaram ao público no primeiro semestre. A melhor média de público por sala, no entanto, é de Hoje eu quero voltar sozinho, o drama com pitadas de romance e humor, dirigido por Daniel Ribeiro.

Entre os 10 filmes nacionais mais vistos em 2014, seis são comédias, que costumam chegar a um número maior de salas. Os outros quatro são Alemão, de José Eduardo Belmonte, um drama policial sobre a invasão ao Morro do Alemão, no Rio de Janeiro; Getúlio, de João Jardim, drama histórico sobre os últimos dias do ex-presidente Getúlio Vargas; e outros dois dramas com romances entre pessoas do mesmo sexo, Hoje eu quero voltar sozinho e Praia do Futuro.

“Sempre tivemos filmes de suspense ou policiais, mas era uma coisa mais esporádica. Agora, observamos uma tendência maior em apostar em novos gêneros, longas que inclusive flertam com elementos que estão nas cartilhas do thriller, do terror”, observa Fernando Coimbra, diretor de O lobo atrás da porta. O filme, protagonizado por Leandra Leal e Milhen Cortaz, é um dos quatro títulos de suspense que estrearam este semestre.

Coimbra ressalta que quando fala em aposta não se refere propriamente à esfera criativa, mas também a outras peças da cadeia cinematográfica que interferem diretamente no que chega ao público. “Queria fazer o filme (O lobo atrás da porta) assim desde o começo. Acho que está tendo uma aposta maior dos distribuidores ou dos produtores, que até então estavam mais focados na comédia e nas biografias de pessoas famosas, que eram garantia de bilheteria”, acredita. Embora esse cenário esteja se transformando, a mudança é lenta.

Prestes a estrear a primeira comédia da carreira, Vestido pra casar, com Leandro Hassum e Fernanda Rodrigues, o diretor Gerson Sanginitto já viveu os dois lados da indústria. “Você visita os distribuidores, apresenta cinco projetos e se um deles for comédia é o que vão querer. É o momento da comédia brilhar, mas o cinema brasileiro já tem outra cara. Há uma nova geração de diretores muito bons e vários gêneros que ainda não foram testados aqui. O público tem que dar força para começar a melhorar a indústria do cinema no Brasil como um todo. Se não for assim, não teremos indústria, mas algumas tendências”, analisa.

Por enquanto, quem se arrisca no cinema de gênero ainda precisa contar com uma boa estratégia de distribuição. O lobo atrás da porta, de Fernando Coimbra, por exemplo, certamente saiu prejudicado nessa negociação. Em Belo Horizonte, o filme não chegou a ficar três semanas em cartaz no Cineart Cidade. “Houve a escolha por lançar um pouco antes da Copa, que, teoricamente, teria menos lançamentos, mas foi o contrário. Entramos espremidos pelo Malévola, o filme do Tom Cruise (No limite do amanhã), e o X-Men”, explica Coimbra.

A produtora busca agora alternativas para colocar o filme no mercado em outros meios. Até o final do ano será lançado em DVD e Blu-ray. Como se trata de uma coprodução com a HBO, também deve entrar na grade do canal pago. Há, ainda, negociações para incluí-lo no catálogo do iTunes. “Tem-se que fazer alguma coisa para que as pessoas possam ver”, pondera o diretor.

Fernando Coimbra, diretor de O lobo atrás da porta (André Capella/Divulgação)
Fernando Coimbra, diretor de O lobo atrás da porta


Horário horroroso


Ser visto é o mínimo que qualquer cineasta espera. O que pode ser curioso é que, às vezes, a valorização das investidas nacionais em gêneros consagrados por Hollywood é mais explícita no exterior. Jogo de xadrez, do diretor Luís Antônio Pereira, é o único policial produzido aqui e que passou pelas telas nacionais. Entrou em cartaz em apenas 10 salas e atraiu um público de 521 espectadores. “Acredito que é aquela coisa: o pessoal acaba jogando no seguro. Deram-nos horários horrorosos. Tinha muita gente querendo ver em BH e não consegui fazer com que o filme chegasse aí”, reclama.

Com Priscila Fantin como protagonista, a produção explora a corrupção política e crimes de colarinho branco. “Tento contar histórias que tenham cunho universal. Poderia contar a mesma coisa na Ásia, na África e até a Suécia passou por isso”, comenta o diretor. Embora tenha alcançado números tímidos por aqui, Jogo de xadrez foi o único brasileiro a ser exibido em festivais realizados em Nova York e Los Angeles e se prepara para evento do gênero em Xangai. “A gente vê que essa vertente é mundial e que o pessoal gosta. Comédia é muito regional e muito difícil pegar outros públicos, a não ser os americanos, que já estão consolidados”, diz Luís Antônio.

A universalidade também é ingrediente da animação O menino e o mundo. Detalhe: por mais que seja um desenho, trata-se de um drama. O filme independente do diretor Alê Abreu soma mais de 27 mil espectadores desde a estreia, em janeiro. Neste período, foi exibido em mais de 30 festivais nacionais e internacionais e tem distribuição garantida em 20 países. Está marcada para outubro a estreia na França e, em janeiro, nos Estados Unidos, com campanha focada no Oscar. Não é exagero achar que desta vez as chances do Brasil são reais.

“O que me animou a fazer um novo projeto e seguir em frente foi essa carreira bacana no exterior. Tinha desistido de continuar. Antes parecia pouco para três anos e meio de trabalho”, afirma Alê. O poder de O menino e o mundo foi sendo descoberto à medida que foi se encontrando com os espectadores. “Não é um filme de animação tradicional. Já sabia que seria muito difícil romper essa barreira do mercado de cinema. Ele acabou nos surpreendendo.”

José Mojica Marins e o cineasta capixaba Rodrigo Aragão: terror feito à unha     (Arquivo pessoal)
José Mojica Marins e o cineasta capixaba Rodrigo Aragão: terror feito à unha


Terror sofre preconceito

“Com toda a nossa cultura do folclore e do realismo fantástico, nosso cinema ainda não investe no gênero”, desabafa o cineasta capixaba Rodrigo Aragão. Defensor do terror, segundo ele um “gênero extremamente nobre, que precisa de muita criatividade para ser feito porque tem que envolver o público com um tipo de emoção que não se consegue nos outros tipos de filmes”, já tem quatro longas no currículo. Nenhum deles bem distribuído no Brasil.

As produções já estiveram em cartaz por algumas semanas em Tóquio. Passaram por telas da Holanda, México e Alemanha. Por aqui, mesmo sem êxito em telas comerciais, resiste na realização de longas que, infelizmente, sabe que não serão tão conhecidos. A história de Aragão é bastante particular. Além da paixão pelo terror, ele, que é considerado o sucessor de José Mojica Marins, o Zé do Caixão, mantém toda a produção em Guarapari, no Espírito Santo.

Mais que o gargalo da distribuição, Rodrigo afirma que no caso do terror os cineastas ainda precisam vencer o preconceito dos produtores e até das leis de incentivo à cultura, que raramente contemplam esse tipo de projeto. Se não há distribuição, ele mesmo cuida disso, já que comercializa os próprios filmes pela internet. “É mais caro, muito mais trabalhoso, demanda uma quantidade de esforço absurdo, mas na verdade a gente se diverte muito”, reconhece.

Nas telas

18 dramas


10 comédias


4 suspenses


2 aventuras


2 infantojuvenis


1 policial


1 terror

Filmes de ficção que estrearam entre janeiro e julho. Fonte: Ancine



Maior público
. S. O. S. Mulheres ao Mar – 1,7 milhão
. Os homens são de Marte... E é para lá que eu vou – 1,6 milhão
. Muita calma nessa hora 2 – 1,4 milhão
. Alemão – 955 mil
. Confissões de adolescente – O filme – 816 mil
. Copa de elite – 636 mil
. Getúlio – 503 mil
. Hoje eu quero voltar sozinho – 195 mil
. Júlio sumiu – 179 mil
. Praia do Futuro – 128 mil

Média de espectador por sala
. Hoje eu quero voltar sozinho – 5.157
. S. O. S. Mulheres ao mar – 3.896
. Os homens são de Marte... E é para lá que eu vou – 3.460
. Muita calma nessa hora 2 – 3.387
. Getúlio – 2.843
. Alemão – 2.595
. Copa de elite – 2.385
. O menino e o mundo – 2.208
. Confissões de adolescente – O filme – 2.078
. Praia do Futuro – 1.128 

Cresce a produção brasileira, escasseia a crítica profissional - Fausto Coimbra

Os críticos de cinema 
 
Cresce a produção brasileira, escasseia a crítica profissional
Fausto Coimbra
Coordenador da pós-graduação em crítica de cinema da Una
Estado de Minas: 25/07/2014


Quando positiva, é combustível para uma satisfação orgulhosa. É notícia que se espalha aos quatro ventos. Quando negativa, é comumente combatida, desqualificada, abafada. Crítica, geralmente, só é entendida como boa quando é boa! Talvez o desconforto gerado por uma crítica negativa tenha agregado à palavra e à ação de criticar um sentido restrito e erroneamente pejorativo. A palavra crítica deriva do termo grego kritike, que significa a arte de discernir. Criticar é estabelecer uma análise, minuciosa ou não, com objetivo de diferenciar, de destacar o valor das pessoas e/ou das coisas. Ou seja, a crítica em si não é algo bom ou ruim, mas uma avaliação capaz de separar o joio do trigo. Tal potencialidade evidencia a importância de uma boa crítica, assim como de saber recebê-la.

O aprimoramento de qualquer área de conhecimento ou atuação se dá por meio de uma reflexão crítica do processo, capaz de diferenciar o errado do certo, o ruim do bom. Em relação ao cinema, o processo não é diferente. Para que a sétima arte possa evoluir e ter cada vez mais relevância, é preciso que os filmes sejam criteriosamente analisados. É nesse ponto que reside a atuação e a importância do crítico de cinema, responsável por diferenciar o filme antigo do clássico; o “mais do mesmo” da novidade; o mero entretenimento da diversão com conteúdo. Nesse aspecto, criticar não se resume a opinar. É classificar, estabelecer uma visão embasada, que ultrapasse os limites do gosto e flerte com a isenção. O trabalho do crítico de cinema vai (ou deveria ir) além de “achismos” e deve servir como matéria-prima para a formação da opinião pública, que, nesse contexto, pode se fundamentar na reeducação do olhar. E é esse olhar aprimorado pela reflexão que contribui para o aumento da exigência do público em relação às obras cinematográficas por vir. Assim, o cinema e a crítica se completam em um ciclo capaz de contribuir para a evolução contínua de ambas as atividades. No que diz respeito ao cinema brasileiro, é triste ver que o número de críticos profissionais em atividade no país não acompanha o crescimento da produção cinematográfica. Em 2013, de acordo com a Ancine, o cinema tupiniquim quebrou recordes históricos no número de lançamentos, público e renda. Em contraste, as críticas cinematográficas (feitas por profissionais) por estas bandas parecem estar seguindo o caminho contrário, são quase sempre feitas pelas mesmas figuras e publicadas pelos mesmos canais. No Brasil, o ciclo positivo cinema/crítica está fora do equilíbrio.

O cinema em si é uma ferramenta de incentivo à reflexão crítica. Sendo assim, é importante reconhecer a sétima arte como uma expressão capaz de inspirar o despertar de consciências, com potencialidade para informar, formar, divertir, questionar. Reconhecendo a importância do cinema para a sociedade, é possível, consequentemente, reconhecer a importância também dos críticos que avaliam e discutem o fazer cinematográfico e colaboram para a sua contínua evolução.

AVC: conhecer e combater o inimigo‏

AVC: conhecer e combater o inimigo 
 
Gustavo Daher Vieira de Moraes Barros
Neurologista, coordenador do serviço de neurologista do Mater Dei Contorno
Estado de Minas: 25/07/2014


Toda pessoa é igual, na maneira como o corpo funciona e se mantém vivo, mas, ao mesmo tempo, cada uma é única, com suas histórias, experiências, sonhos e medos. Na engenharia da natureza, fomos projetados de forma que mente e corpo fossem regidos por um mesmo órgão: o cérebro. Ele carrega a nossa memória, conhecimento e sentimentos, permite nosso relacionamento com o mundo por meio do movimento, da linguagem, da visão, das sensações, além de garantir que o corpo funcione bem, mantendo-o em equilíbrio para que possamos continuar vivendo.

Com todas essas funções, o cérebro é o maior consumidor de oxigênio do corpo, que chega a ele através de uma complexa rede de vasos sanguíneos. Se um desses vasos for obstruído ou rompido, uma área do cérebro morre por falta de oxigênio. A obstrução causa um “AVC isquêmico” e o rompimento, um “AVC hemorrágico”.

Como cada parte desse órgão tem uma função, o acidente vascular cerebral (AVC) pode gerar desde perdas de movimentos até a incapacidade de comunicação. Ele pode afetar os sentidos, a memória e até a personalidade da pessoa. Muitas vítimas do AVC tornam-se dependentes de outros para atividades básicas da vida, como andar e comer. Essa doença ataca o indivíduo em sua essência, pois mente e corpo são afetados, comprometendo a interação com o mundo, roubando a qualidade de vida.

O AVC é a principal causa de morte no Brasil e a maior causa de incapacidade funcional adquirida no mundo. A imensa maioria dos sobreviventes necessita de reabilitação para as sequelas neurológicas consequentes, sendo que aproximadamente 70% não retornam ao seu trabalho e 30% necessitam de auxílio para caminhar.

O combate a esse inimigo exige alguns passos. O primeiro é o conhecimento. Falta interesse nas pessoas em conhecer mais sobre a própria saúde. Todos temem o “derrame”, mas muitos não sabem o que ele significa, quais os seus sintomas e como preveni-lo e tratá-lo.

Depois vem a prevenção. Combatendo o tabagismo, alcoolismo, obesidade e sedentarismo, tratando a hipertensão arterial, as arritmias cardíacas, o diabetes e o colesterol, e fugindo do estresse excessivo, até 90% dos AVCs podem ser evitados.

O terceiro passo é a identificação imediata dos sintomas de um AVC agudo, permitindo um atendimento neurológico rápido e efetivo. Uma boa assistência neurológica, com a presença de um neuroemergencista capacitado 24 horas em uma estrutura adequada, pode reduzir ou até reverter as sequelas do AVC, que, do contrário, seriam definitivas. O problema é que o tempo para esse tratamento é muito curto. Durante um AVC isquêmico, a cada minuto, quase 2 milhões de neurônios são perdidos. Após cerca de 4 horas e meia, provavelmente, a perda já terá sido completa.

Por isso, é fundamental que as pessoas suspeitem rapidamente dessa doença, para que possam chegar a tempo em um hospital capacitado. O AVC sempre causa um sintoma súbito, repentino, sendo os mais comuns: fraqueza ou formigamento na face, braço ou perna, especialmente quando em um lado só do corpo; dificuldade de falar ou compreender; alteração da visão; alteração do equilíbrio com dificuldade de andar; dor de cabeça intensa, sem precedentes. Caso a pessoa tenha qualquer um destes sintomas, pode ser o início de um AVC e é fundamental uma avaliação médica urgente.

O AVC é uma doença extremamente grave, mas que pode ser prevenida na maioria das vezes e que, se bem tratada, reduz dramaticamente o risco de sequelas e de morte. A luta contra o AVC deve ser constante e de toda a sociedade. É uma batalha na qual, para vencermos, precisamos nos conhecer melhor. Cuidando do corpo e da mente, poderemos sair vitoriosos, tendo o direito de usufruir desta vida com o máximo de qualidade e dignidade.

ABSURDO - Eduardo Almeida Reis‏

ABSURDO


Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 25/07/2014







Se todas as pessoas sérias e seríssimas bebem uísque e o Houaiss abona o regionalismo brasileiro uiscada, reunião em que se bebe uísque, como explicar a inexistência do verbo uiscar? Uísco, uíscas, uísca, uiscamos, uiscais, uíscam.

Procurei nos dicionários eletrônicos e no Google: nada. Em África, há uma loja de produtos automobilísticos chamada Uis Car, que, evidentemente, não é a mesma coisa. Se o verbo beber entrou em nosso idioma no século XIII através do latim bìbo,is,i,ìtum,ère, “ingerir substância líquida, beber”, e o uísque invadiu este país grande e bobo no século XX, o verbo uiscar acaba de ser incluído no português do século XXI pelo autor destas bem traçadas, que uiscou bastante e hoje só uísca de raro em raro.

Realeza

Dia 15 de setembro, Henry Charles Albert David, 1,89m, festejará seu aniversário de 30 anos. Henrique de Gales, conhecido como príncipe Harry, enteado de Camilla, duquesa da Cornualha, é o quarto na linha de sucessão britânica, atrás de seu pai Carlos, de seu irmão Guilherme, duque de Cambridge, e de seu sobrinho Jorge de Cambridge.

Neto da rainha Elizabeth II, Harry é dado a rapaziadas que passariam despercebidas se não fosse príncipe britânico. Uma delas, em janeiro de 2005, foi usar uma faixa com a suástica ou cruz gamada, símbolo do nazismo, por baixo de jaqueta militar com a bandeira da Alemanha no braço, numa festa cujo tema era Colônias e Nativos. Ao despir a jaqueta, a suástica foi fotografada e o príncipe de 21 anos se desculpou pela “pobre escolha” que fez.

Na Copa das Copas, Harry visitou Belo Horizonte. Educadíssimo que sou, penso que devemos receber com civilidade aqueles que nos visitam. Enquanto philosopho e smartwriter, recuso-me a usar o termo anfitrião, pelo seguinte: casado com Alcmena, o cidadão grego Anfitrião estava na Guerra de Tebas, quando Zeus (deus na mitologia grega) tomou a sua forma para deitar-se com Alcmena. Daquela noite de gritos e suspiros, nasceu Hércules. Anfitrião ficou muito feliz de ser o marido de uma escolhida por Deus, motivo pelo qual seu nome passou a significar “aquele que recebe em casa”, ou aquele que oferece e paga as despesas de uma festa, um banquete, um jantar.

Presumo que Harry, rapaz bem-acabado, seja apetecível pela óptica feminina no mundo inteiro, mas acho que houve certo exagero cerimonial ao recepcioná-lo. Carro blindado, tudo bem: é indispensável no Brasil atual. Suponho que o aluguel do carro e a contratação de um número expressivo de seguranças tenha sido por conta do governo britânico, bem melhor das finanças que o governo mineiro. Alfim e ao cabo, a possibilidade de Harry chegar ao trono inglês é parecida com as nossas, minha e do leitor do Estado de Minas: nenhuma.

Brincologia

Ele há coisa de meio século começou a mania dos brincos plásticos nas orelhas das vacas. Antes de prosseguir, convenhamos em que o “ele há” pegou bem à beça e à bessa. Um dos personagens do Eça, o conselheiro Gama Torres, colocando-se no meio da casa, as pernas afastadas, o ventre saliente, as mãos atrás das costas, fitava o soalho bamboleando o crânio fecundo murmurava surdamente: “Ele há muitas questões!... Há questões terríveis... Há a prostituição... o pauperismo... Ele há muitas questões...”.

Depois desse banho eciano, peço ao leitor que anote o fato de o brinco de plástico não ter curso entre as fêmeas bubalinas, que comem o plástico. Nelas, há que recorrer aos brincos metálicos. E só uma coisa é certa: ele há meio século que acompanho a carreira do senhor Edson Arantes do Nascimento e nunca o vi usando brincos. Diego Maradona, péssimo caráter, usa dois brinquinhos de pérolas na orelha esquerda. E a maioria dos senhores jogadores de futebol da pavorosa Seleção Brasileira treinava de brincos. Depois das partidas, que terminavam envergando camisolas suadas de atletas de outras equipas, presumo que tomassem banhos para aparecer nas entrevistas usando colares e brincos, como o senhor Luiz Gustavo.

Num fenômeno inexplicável para este veterano smartwriter, as vacas de brincos, chamadas vacas brincadas, passaram a valer mais que as outras. De repente, o senhor Luiz Gustavo acha que, brincado, joga futebol comparável ao de Diego Armando Maradona Franco. Sejamos francos: os brincos de Luiz Gustavo e dos seus colegas eram de um ridículo atroz. No país dos meus sonhos, só a pau! Revoguem-se as disposições em contrário.


O mundo é uma bola

25 de julho de 1139: reconquista cristã de Portugal com a vitória de dom Afonso Henriques na Batalha de Ourique. Em 1415 embarca de Portugal um exército de 20 mil cavaleiros e infantes para a conquista de Ceuta, cidade muçulmana. O caro, preclaro e atento leitor do Estado de Minas deve estar lembrado da reunião de Torres Vedras, dia 24 de julho de 1414, em que o Conselho Régio de dom João I aprovou o envio das tropas lusitanas. Em 1953, criação no Brasil do Ministério da Saúde, hoje responsável pelas unidades do SUS. Hoje é o Dia do Colono.


Ruminanças

“No Brasil há um luxo grosseiro a par de infinitas privações de coisas necessárias.”(José Bonifácio, 1763-1836)