domingo, 13 de julho de 2014

Copa rock’n’roll - Martha Medeiros

O Globo 13/07/2014

“Hoje, Dia Mundial do Rock, é dia também do encerramento dessa Copa em que o primitivismo esteve flagrante nos gramados”

Hulk na guitarra, Cahill no baixo, Maya Yoshida na bateria e Eto’o no vocal. Esta é a banda de rock que entrou no palco para tocar Paradise City, do Guns N’Roses, transferindo Axl Rose para a plateia. Não é delírio meu, e sim um inusitado comercial de cerveja que começou a ser veiculado antes do início da Copa, com craques das seleções de Brasil, Inglaterra, Japão e Camarões brilhando em outro campo. Para quem está acostumado a ver o futebol associado ao pagode, a ideia publicitária pode ter parecido estapafúrdia, mas eu achei coerente. Toda Copa é meio rock’n’roll.

Mais de uma vez escrevi sobre minha paixão pelo rock (e pelo blues que lhe deu origem). Por mais que admire outros gêneros musicais (jazz, soul, pop, bossa nova), tenho com o rock uma afinidade que extrapola o simples gostar — tanto que o uso como adjetivo.

Criança ainda, vibrava com Janis Joplin, Tina Turner e Rita Lee, que, através da sua música, traduziam uma essência difícil de transmitir em palavras. Nada nelas era conveniente em se tratando de “mocinhas”, e sim provocativo, sexy, autêntico, livre. Não era um som para relaxar, e sim para impulsionar, produzir reações físicas, alterar comportamentos. Por mais surrado que seja o termo, é o que se chama, até hoje, de “atitude”.

Da mesma forma, tive pelos Beatles e Rolling Stones a mesma reverência que muitos têm por Bach, Mozart, Chopin — a existência de gênios clássicos não elimina a influência de simples mortais que também emocionam. Exatamente há um ano, estive num espaço aberto maior do que o Maracanã para assistir ao vivo, pela primeira vez, a um show dos Stones, e, quando eles entraram em campo, fiz o mesmo que Thiago Silva, David Luiz, Julio Cesar: chorei. Pois é. O rock, parente de Satanás, costuma me conectar com meus instintos mais primitivos enquanto os anjos tapam os olhos.

Hoje, 13 de julho, Dia Mundial do Rock, é dia também do encerramento dessa Copa em que o primitivismo esteve flagrante nos gramados, através de lances que combinaram mais com guitarras do que com pandeiros. O ilícito e o lícito disputando a bola com atrevimento, garra, provocação, jogo de quadris, paixão, rebeldia, sensualidad— e atletas venerados como rockstars. Tudo muito exagerado, mas bem-vindo, nem que seja de quatro em quatro anos.


Este texto foi entregue com uma antecedência que me impede de saber quem estará decidindo o título neste domingo, mas seja quem for, que provoque pela última vez, em cada torcedor, a excitação recorrente no rock, aquela que faz a gente trocar o etéreo pelo visceral, o recato pela explosão, já que na segunda-feira o barulho inevitavelmente diminuirá. Retornaremos à alegria comedida, a um ritmo menos eletrizante, a um jeito de viver mais sossegado, à normalidade dos dias, à trivialidade popular brasileira.

Último ato - Carolina Braga

Último ato A pedido do Estado de Minas, roteiristas e dramaturgos criam enredos para peças de teatro e filmes inspirados nos dramas, tragédias,heróis e canastrões da Copa no Brasil


Carolina Braga
Estado de Minas: 13/07/2014

Independentemente do resultado da partida de hoje entre Alemanha e Argentina, o que não faltou nos últimos 31 dias foi drama. E da pesada. Daqueles que na pena de Shakespeare renderia uma boa tragédia e na máquina de escrever de Nelson Rodrigues resultaria em um melodrama rasgado. Samuel Beckett e Eugene Ionesco, talvez, não resistissem a uma nova incursão no gênero do teatro do absurdo.

Mas não é de todo louco traçar comparações entre as emoções vividas tanto no futebol como em uma peça, um filme, uma novela ou um seriado de TV. Como aponta a dramaturga e pesquisadora Adélia Nicoleti, o paralelo é possível, já que o esporte e o drama têm a mesma gênese: o jogo. “Personagens com características e objetivos próprios contam com aliados para enfrentar seus antagonistas com força e capacidade igualmente particulares. Conflito estabelecido, parte-se para a consecução da ação, circunscrita num espaço determinado e num tempo previamente definido”, explica.

As regras estão claras para todos os lados. O circo que se arma em torno do futebol pode ser comparado à mesma euforia registrada nos livros de história sobre os primórdios do teatro grego. Na época do culto a Dionísio também era assim. O público lotava arquibancadas, vibrava pelos ídolos criados em tragédias ou comédias. Da mesma forma, como lembra Adélia, “há regras estabelecidas e quanto mais houver tensão e esforço por parte dos personagens, mais o público irá envolver-se e aplaudir no final ou, quem sabe, em cena aberta”. E não foi exatamente assim na Copa do Mundo?

“Não só a mídia, mas todos nós nos apoderamos das ferramentas do drama, já que a maioria tem prazer em contar e ouvir histórias. O bonito da Copa, para o Brasil, é o tamanho monumental da aventura. Boa parte do país vive as viradas, surpresas, crises e ápices coletivamente”, comenta o roteirista e diretor Marco Dutra.

Hoje, com a força da mídia, uma mordida vira concorrência para a franquia Crepúsculo; uma joelhada nas costas se torna o clímax entre mocinho e o vilão do naipe de Karatê Kid. “Não se esqueça de colocar nessa história os goleiros como heróis”, lembra a pesquisadora e professora de teatro Bárbara Heliodora. Filha de Marcos Carneiro de Mendonça (goleiro da primeira Seleção Brasileira, da qual foi titular de 1914 a 1922), aposentada da função que a transformou em uma das críticas mais temidas da produção nacional, ela acompanhou como pôde o espetáculo da Copa do Mundo. “Toda situação na mão de um bom autor vira uma boa peça. Agora estamos próximos de chegar no clímax, naquela cena de grande confrontação”, diz sobre a final de hoje no Maracanã.

Para Bárbara Heliodora, o que houve de inesperado no desenrolar do torneio são os elementos determinantes para a ação dramática. “A derrota da Espanha, logo de saída, era uma coisa inacreditável. É perfeitamente possível criar uma situação dramática em torno do que se espera. Daquilo, não”, diferencia sobre o real e o ficcional. O mesmo vale para o fatídico 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil.

“Depois do terremoto do jogo, tenho pensado muito nos jogadores e sinto vontade de mergulhar no horror, gênero que me dá grande prazer, mesmo lidando com o lado sombrio de todos nós”, confessa o cineasta Marco Dutra, que tem no currículo longas como o drama Trabalhar cansa e o horror Quando eu era vivo. “Não faria um filme, mas uma série com muitas reviravoltas”, diz o diretor Gabriel Martins, integrante da produtora Filmes de Plástico. “Teve glória, surpresa, coisas sendo confirmadas e outras que não se imaginava. Falaria para os meus atores: ‘Só vou entregar o roteiro na hora de gravar’”, brinca.

Superação Responsável por sucessos de bilheteria como Até que a sorte nos separe, De pernas para o ar e outras comédias, o roteirista Paulo Cursino concorda que tudo que vivemos nos últimos dias daria para fazer um “senhor filme”. Ele, no entanto, exploraria outro gênero, diferente daquele que o consagrou. “Faria um filme sobre a Costa Rica. O fato de ser um país tão pequenininho e ter espancado os grandes. Seria legal contar uma aventura de superação”, propõe. Cursino conta que o primeira coisa que faz ao elaborar um roteiro é a concepção do personagem e a Copa tem um cardápio farto deles.

 “Os noticiários destacam de modo dramático o perfil dos jogadores: seu nascimento doloroso, a infância sofrida, a juventude abnegada de um herói que vive para os treinos e para levar o nome da nação a todos os cantos do mundo. Cada boleiro de várzea sente-se identificado e, de certo modo, representado por aquele guerreiro. Forja-se uma verdadeira mitologia. E como todo personagem dramático que se preze, os jogadores têm lá seus defeitos – são irascíveis, lúbricos, malandros, irresponsáveis, encrenqueiros, exibicionistas”, analisa Adélia Nicoleti. “No entanto, tudo isso é visto como insignificante diante de sua potência em campo, em defesa da pátria e de todos os brasileiros por eles representados”, analisa.

A copa como...

… circo romano

“Do lado de fora está a massa, que não pode pagar ingresso. Nas arquibancadas, os mais favorecidos, querendo ver sangue e suor da Seleção. Nos camarotes estão os empreiteiros, os patrocinadores, o poder público e a Fifa. Nas galerias está a mídia, estimulando o público a torcer por esse ou aquele gladiador, ou açulando os animais para que a luta seja mais atraente. No centro da arena, os jogadores/gladiadores competindo – vale mordida e agressão de todo tipo. Vaia, esbraveja, mas sabe reconhecer e incentivar quem é bom. Um guerreiro é atingido pelo inimigo e tem de ser retirado da batalha. A vitória está ameaçada. A mídia investe no suspense. Sem o seu herói, o time se vê perdido e também a taça. O inimigo venceu.”
Adélia Nicoleti, dramaturga


... tragicomédia irônica

“Euforia do Mundial em casa. O preparo da Seleção e do nosso craque, Neymar. A expectativa geral. A abertura da Seleção Brasileira: gol contra! – quiçá, uma música tensa de fundo. Entretanto, a Seleção não desanima. Vai em frente. Confiante. Neymar marca gols e pode sonhar com a artilharia do time. Terceiro momento (segundo obstáculo): nosso herói é ferido. Está fora da Seleção. Cena ápice de Neymar dizendo aos colegas: ‘Joguem por mim! Joguem pelo país! Uma Seleção é feita por todos’ – quiçá uma música que conduz ao clímax da peça. A peça termina com Neymar assistindo ao jogo em sua confortável casa. Depois do sexto gol, o hexa está longe... Ele muda de canal. Aperta o controle diversas vezes, sem chance de fuga... Só dá Copa! Só dá Alemanha! Mais um gol! Aperta freneticamente o controle, até encontrar um único canal que não noticia a fatídica partida. Um jornal qualquer. Voz de locutor: ‘Ainda não foi aberta a CPI para investigar as obras de mobilidade urbana, motivadas pela Copa do Mundo...’. Imagens de escombros. Um grande viaduto desabado. Neymar desliga o televisor. Suspira. Seu semblante está sério. Levanta-se e vai jogar pôquer.”
Sara Pinheiro, dramaturga


... filme de terror

“Jogadores brasileiros ganham um amuleto de pedra de uma torcedora – uma simpática menina de 6 anos. Eles não sabem, mas o amuleto os hipnotiza e os deixa à mercê de um demônio do inferno que tem uma diversidade de almas brasileiras em jogo. Na noite depois da vitória da Alemanha, ainda abalados, os jogadores decidem se unir uma vez mais para investigar a maldição, fechar o corpo e, se tudo der certo, salvar o país de uma eternidade de chamas.”
Marco Dutra, roteirista

TeVê

TV paga

Estado de Minas: 13/07/2014



 (Island/Mercury/Divulgação )


Barulho O canal Bis comemora o Dia Mundial do Rock com uma programação toda dedicada ao gênero. A partir das 9h, a emissora coloca no ar shows e documentários com bandas e artistas como The Who, The Doors, Deep Purple, Rolling Stones e David Bowie e especiais de seus programas e séries musicais. O Multishow emenda especiais do Kiss (foto), Red Hot Chili Peppers e Paralamas a partir das 19h. No SescTV, os shows ficam por conta de Vanguart (18h) e Sérgio Hinds (19h), alem da baterista francesa Anne Paceo em Passagem de som e Instrumental Sesc Brasil, às 21h..

Investigação Estreia hoje, às 21h, no ID (Investigação Discovery), a série Crimes de arquivo. A produção vai mostrar como é possível, com a ajuda da ciência forense, resolver casos policiais até então insolúveis. Quando crimes hediondos ficam por décadas sem solução, as respostas se distanciam, pistas enfraquecem, equipes de investigação sofrem alterações e suspeitos escapam. Pois a caçada será retomada.

De olho na telinha
Simone Castro

O que ainda não pegou?

Há dois meses no ar, Geração Brasil (Globo), depois de um começo promissor, parece empacada. As cenas movimentadas dos primeiros capítulos ficaram para trás. Além do bem sacado reality show para a escolha do sucessor do protagonista Jonas Marra (Murilo Benício), em sua grande empresa, nenhuma novidade fez a trama se manter no mesmo pique.

A anunciada quase morte do personagem, que era um segredo guardado a sete chaves, dá mostras de ter sido um tiro no pé. Para muitos telespectadores, a novela perdeu metade da graça. Jonas Marra, que trazia carisma, uma leveza, além do charme de ser um sonhador que deu certo, agora carrega nas tintas. Ficou sorumbático, sempre com a voz baixa, o olhar caído, apagado. É preciso haver um revertério.

Outra coisa que não emplacou foi o romance de Jonas e da jornalista Verônica (Taís Araújo). Além da pouca química dos personagens, joga contra a boa parceria que havia entre o empresário e sua mulher, Pamela (Cláudia Abreu), em um tom mais divertido, mais relaxado. Esse negócio de romance tenso, com ares de dramalhão, não combina com novela das 19h. Um pé no humor é sempre bom.

Quem perdeu certa força foi o guru de Jonas, Brian Benson (Lázaro Ramos). No começo, foi um dos personagens que mais se destacou, ao lado de Dorothy, sua mãe, perfeita nas mãos de Luís Miranda. Entretanto, Brian vem, devagar, descendo a ladeira. Muitas vezes, porque peca pelo excesso, o que, menos problema do grande ator, parece uma questão da concepção do personagem pelos autores, Filipe Miguez e Izabel de Oliveira. Brian vive numa montanha-russa.

A temática principal da novela – tecnologia em alta voltagem – também é um problema para telespectadores do horário, muitas vezes mais velhos. Há reclamações sobre a falta de familiaridade com expressões e termos técnicos pouco digeríveis. Assim, é quase melhor trocar o canal. Fora tudo isso, as demais tramas pouco empolgam. Na verdade, Geração Brasil vive um tremendo marasmo. Falta um novo gancho que vá além da esperada morte de Jonas a qualquer momento – como se realmente fosse ocorrer. Antes que a novela agonize de vez.

PLATEIA
VIVA
- Marco Nanini, o adorável Lineu, de A grande família (Globo). Vai deixar saudades!

VAIA  - Tramas mal-costuradas nas edições corridas de Em família (Globo), na reta final.

Caras & Bocas
Simone Castro - simone.castro@uai.com.br

O maior barato
 (Estevam Avellar/TV Globo)

Depois da minissérie Amores roubados e da recuperação de um acidente de carro grave que sofreu ainda no início deste ano, Ísis Valverde (foto) vai voltar à telinha. Ela será protagonista de Boogie oogie, novela que vai substituir Meu pedacinho de chão na Globo a partir da primeira quinzena de agosto. Como mocinha, a personagem da atriz, Sandra, será perseguida pela vilã, Vitória (Bianca Bin), formando um triângulo amoroso com Rafael (Marco Pigossi). Mas antes de cair de amores pelo galã, Sandra o culpará pela morte do noivo, logo no começo da trama. A novela de estreia do moçambicano Rui Vilhena será ambientada nos anos 1970, no Rio de Janeiro, e trará de volta o clima daquela época, retratada especialmente no vocabulário, na moda e nas músicas, com direito a discoteca e tudo o mais. Mas nem tudo serão flores: a mocinha e a vilã terão mais em comum do que pensam! No elenco, entre outros, também estão Deborah Secco, Betty Faria, Rodrigo Simas, Guilherme Fontes, Marcos Ricca, Giulia Gam, Heloísa Périssé, José Loreto, Caco Ciocler e Letícia Spiller.

VRUM TRAZ AS NOTÍCIAS
DO MERCADO DE CARROS


O programa Vrum mostra testes, notícias e reportagens sobre automóveis, com Emílio Camanzi e Estefânia Farias. Aos domingos, às 8h30, no SBT/Alterosa.

PREPARATIVOS DO VMA
ESTÃO A TODO VAPOR

A premiação do Video Music Awards (VMA), na MTV, será realizada em 24 de agosto, na Califórnia, com transmissão para o Brasil. Uma das presenças certas é da cantora Ariana Grande, dona de um dos hits mais executados no momento, Problem.

TV CULTURA PROMOVE
CAMPANHA INFANTIL


“Incluir brincando” é o tema da campanha desenvolvida pela TV Cultura e a Sesame Workshop para promover o direito que todas as crianças têm de brincar de forma segura e inclusiva. O cantor Daniel, pai de duas meninas, gravou um dos programetes que já estão no ar, exibidos ao longo da programação da Cultura e da TV Rá-Tim-Bum.

CENÁRIO DE SÉRIE DO
VIVA JÁ FOI ESCOLHIDO


Um casarão no Alto da Gávea, no Rio de Janeiro, servirá de cenário para a primeira série de ficção do canal Viva (TV paga), que ainda não tem data para estrear. O ator George Sauma será um dos protagonistas de Meu amigo encosto. A direção é de Paulo Fontenelle.

ROMANCE VAI GANHAR
ADAPTAÇÃO PARA A TV


Deuses americanos, de Neil Gaiman, será adaptado para a TV, em produção do canal Starz, nos Estados Unidos. Há três anos, a obra quase ganhou versão na HBO (TV paga), mas o projeto não seguiu adiante. A data de estreia ainda não foi marcada, mas está decidido que será exibida também no Brasil.

NOVELA CHIQUITITAS
TERÁ VIDA LONGA

 (Lourival Ribeiro/SBT-13/11/13)

Para alegria dos fãs, Mosca e Vivi (Gabriel Santana e Lívia Inhudes, foto) e companhia ainda estarão no ar por muitos meses. É que a novela Chiquititas, do SBT/Alterosa, vai ser esticada. O remake assinado por Íris Abravanel, estruturado inicialmente com cerca de 300 capítulos e que já está no ar desde julho do ano passado, ganhará novos episódios neste ano. Depois serão acrescentados mais capítulos em 2015. E a expectativa é que Chiquititas, que substituiu outro sucesso de audiência, Carrossel, fique no ar até junho ou julho do ano que vem. Ou seja, terá completado dois anos de exibição.

BOM HUMOR » Mascando clichês‏

BOM HUMOR » Mascando clichês 
 
Tatá Werneck e Fábio Porchat comandam o programa de auditório Tudo pela audiência, no canal Multishow 
 
Estado de Minas: 13/07/2014


Tatá Werneck e Fábio Porchat estreiam a atração na terça-feira, à noite   (Juliana Coutinho/Divulgação   )
Tatá Werneck e Fábio Porchat estreiam a atração na terça-feira, à noite

Satirizar clichês da televisão – tanto nacional como estrangeira. Essa é a receita do programa Tudo pela audiência, que estreia terça-feira, às 22h30, no Multishow. “A gente assume a busca desenfreada pela audiência. E sempre com muito humor”, afirma a atriz Tatá Werneck, apresentadora ao lado de Fábio Porchat. “Fazemos uma sátira de programas de auditório em um programa de auditório”, completa Porchat. “A gente sacaneia a coisa dentro da coisa. São bons comediantes brincando de apresentadores.”

A dupla vai apresentar shows de drag queens, desfiles de mulheres sensuais, barraco entre familiares, lutas de pessoas em ringue com gel e brigas de anões com cotonetes gigantes. Todos esses artifícios os levam a uma única missão: conquistar a atenção do público a qualquer custo. Nessa luta bem-humorada, Tudo pela audiência,  já tem a segunda temporada garantida para 2015.

A produção conta com quadros como “Tá lendo ou tá louco”, que é um show de calouros com cantores que já foram eliminados em outros programas; “Merchan”, em que Fábio e Tatá fazem merchandising de produtos estapafúrdios; “Kama surta”, recheado de entrevistas sobre sexo com convidados famosos; e “Noticiário reacionário”, em que notícias do cotidiano são comentadas de maneira raivosa com direito a quebra de objetos no palco.

A parceria entre Tatá e Porchat, que começa a ser testada na TV paga, vem de longa data. Quem revela é a própria atriz: “Já existe há muito tempo na verdade. Já fizemos um filme juntos, chamado Teste de elenco (2011).” O humorista confirma e não economiza nos elogios: “A Tatá é uma gênia, ela é hilária. Você fica rindo do começo ao fim, fica difícil se concentrar. Ela tem uma tirada a cada 10 segundos. A gente trocou uma bola muito boa. Não teve disputa; pelo contrário, a gente levantava a bola um pro outro”.

Mas diferentemente das esquetes que costuma produzir para o site Porta dos Fundos, Porchat não é o responsável pelo roteiro de Tudo pela audiência. Os 22 episódios foram escritos por Rosana Hermann e Rafael Fanganiello, e a direção-geral é de Elisabetta Zenatti. “O programa tem um roteiro, mas improvisamos muito”, explica Porchat.

A atração passa a disputar espaço na movimentada agenda de Tatá Werneck. Depois da novela Amor à vida (Globo), ela participou do filme Loucas para casar, que será lançado em dezembro, ganhou um quadro no Caldeirão do Huck (Globo) durante a Copa do Mundo, e deu início aos preparativos para ser a protagonista da próxima novela das 19h da Globo, Lady Marizete.

EM DIA COM A PSICANáLISE » Meia verdade‏

EM DIA COM A PSICANáLISE » Meia verdade
Regina Teixeira da Costa
Estado de Minas: 13/07/2014


É algumas vezes inacreditável que até hoje, no século 21, o ser humano insista no massacre das diferenças, na odiosidade pela disputa de opiniões, desejando destruir tudo aquilo que significa seu castelo, seja ele material ou ilusório. Sim, tanto faz um quanto o outro. Quando se acredita na sua verdade como a única a ser imposta pela força, na marra, o que se pode esperar é sempre o pior e da pior forma.

Ora, não se combate o que se considera ruim com algo ainda pior. A diferença é presença constante e é o que nos faz singulares e únicos. Cada um interpreta o que vive à sua maneira, e é por sermos dotados de subjetividade que as coisas se complicam.

Podemos entender isso na comunicação como um ruído entre quem fala e quem escuta. O ruído de mundos interiores. Então, quando falamos com alguém não podemos garantir que a intenção dessa fala foi alcançada. Quem escuta pode fazer do que falamos o que quiser, inclusive alterar, negar, rejeitar.

Mas o pior é quando somos cativos da agressividade e do ódio pelo diferente. Somos seres falantes da cultura e não animais da natureza, estes não odeiam ou oprimem como fazem os homens. Durante a história da humanidade, a guerra e o extermínio estiveram presentes, e ainda estão. Os jornais anunciam a crise na Ucrânia, a invasão no Iraque.

No Brasil, a guerra agora é entre partidos e é nas urnas que será decidida. A importância do voto é esta: dar possibilidade de escolha e isso quer dizer respeitar e aceitar diferenças. Cada um poderá defender sua verdade e o risco de uns é a esperança de outros.

Em todo lugar há disputa de poder, entre partidos políticos, times, religiões, crenças. Entre casais, irmãos, colegas. A discórdia surge da diferença porque insistimos numa lógica bipolar. Ou um ou outro. Excluímos ou desconhecemos, nos casos mais graves, que dentro de nós habita um estranho sujeito inconsciente, e não podemos nos livrar dele senão à custa do adoecimento.

De tudo isso a psicanálise nos vem em auxílio, com a certeza de que a agressividade é força constitutiva na estruturação do ser falante. E que ela sai sempre misturada com outros conteúdos, mas presente.

Antes do amor, quando nos reconhecemos como alguém, rivalizamos com o que é externo. Desde a origem do eu a tendência agressiva se revela fundamental. Como se tudo que se referisse ao corpo e ao ser próprio fosse bom e o outro, o que está no campo externo, o diferente, fosse ruim, ameaçador. E devesse ser atacado... uma das formas mais primitivas e contrárias às forças da civilização que conspiram pela vida.

 Por isso, precisamos da lei. Para impedir que o mais forte massacre, extermine. Além do auxílio da psicanálise encontramos alento na poesia. Aqui podemos aceitar diferenças fora do campo da agressividade simplesmente por entender que nenhum sujeito pode ser tão inteiro quanto quer. Prefiro o poema à disputa, porque resolve estar com a verdade como ela é. Com a palavra Carlos Drummond de Andrade em Verdade:

A porta da verdade estava aberta, mas só deixava passar meia pessoa de cada vez./ Assim não era possível atingir toda a verdade, porque a meia pessoa que entrava só trazia o perfil de meia verdade./ E sua segunda metade voltava igualmente com meio perfil. /E os meios perfis não coincidiam./ Arrebentaram a porta./ Derrubaram a porta./ Chegaram ao lugar luminoso onde a verdade esplendia seus fogos./ Era dividida em metades diferentes uma da outra./ Chegou-se a discutir qual a metade mais bela./ Nenhuma das duas era totalmente bela./ E carecia optar./ Cada um optou conforme  seu capricho, sua ilusão, sua miopia.

Novos caminhos sonoros - Eduardo Tristão Girão

Novos caminhos sonoros 
 
O vibrafonista Antonio Loureiro e o violinista Ricardo Herz lançam disco que valoriza o diálogo entre os instrumentos, com obras autorais e temas de Gismonti e Guinga 

Eduardo Tristão Girão
Estado de Minas: 13/07/2014


 (Cario Palazzo/Divulgação )


“Se você digitar vibrafone e violino no Google, vai achar praticamente nada. Só tem a gente tocando”, conta o vibrafonista Antonio Loureiro, sem qualquer pretensão em sua fala. Ao lado do violinista Ricardo Herz, gravou um dos discos mais inquietantes do ano, Herz e Loureiro. Sem banda acompanhando, apostaram nesse duo incomum para apresentar temas próprios e visitar compositores como Egberto Gismonti e Guinga.

Não é um disco para aquela audição distraída. Ainda que não seja um trabalho difícil, Herz e Loureiro requer do ouvinte atenção para captar as melodias, dinâmicas e soluções pensadas para violino e vibrafone. Naturalmente, Loureiro se encarrega das harmonias e Herz, em alguns momentos, assume a função de percussionista pela forma como toca – há vários outro pontos interessantes no trabalho. Alguma similaridade com a música de câmara não é mera coincidência: ambos tiveram essa formação.

Loureiro contribui com quatro peças e Herz com duas. Juntos, escreveram apenas uma, Por cima da barra, que é um dos pontos altos do trabalho não apenas pela qualidade da composição em si, mas também pelo esmero na execução. De Gismonti, pinçaram Cego Aderaldo, cuja gravação original tem o indiano L. Shankar, virtuose do violino. A dupla recriou também Sambito, de Lea Freire, e Baião de Lacan, de Guinga e Aldir Blanc.

As gravações duraram quatro dias e foram realizadas em São Paulo, no estúdio do pianista André Mehmari, produtor musical do disco. “André ajudou a gente a encontrar a sonoridade do disco. Ele trabalha muito no meio erudito e produz muitos discos. Foi essencial”, conta Loureiro. Houve pouca intervenção na sonoridade do registro original, conta ele, que tocou na mesma sala que Herz, isolado apenas por biombos.

Limpeza
“Foi simples, pois trabalhamos juntos há muito tempo. Conheci o Herz numa viagem a Paris e lá pensei em formarmos um duo, sem pensar nessa coisa de que não existem duos de vibrafone e violino. Pouco depois de ter me mudado de Belo Horizonte para São Paulo, começamos a tocar juntos. Fazemos muitas apresentações e, com ou sem data na agenda, ensaiamos muito. Hoje me parece natural fazer esse som. Temos liberdade, nos ouvimos muito e nem precisamos estar plugados para tocar”, lembra Loureiro.

As trajetórias distintas se encontram na formação erudita. “A gente, quando fala em sonoridade, toca em questões particulares dos universos erudito e popular, temos bagagem nessas duas áreas. Um exemplo é a limpeza dos fraseados. Fora isso, muitas vezes tocamos sem improvisação, como se fosse uma peça camerística. Aliás, algumas faixas realmente são assim. É algo bem livre mesmo”, diz o vibrafonista.

Sampa e NY

Ricardo Herz e Antonio Loureiro pretendem continuar tocando juntos e não descartam a ideia de gravar outro álbum. Por enquanto, os shows de Herz e Loureiro estão restritos a São Paulo, mas a intenção é rodar pelas capitais. Coincidentemente, eles estarão em Nova York, nos Estados Unidos, em setembro – Loureiro com a cantora Tatiana Parra e Herz com seu trio – e deverão aproveitar a oportunidade para agendar uma apresentação por lá. “Gravação alimenta show e vice-versa”, diz o vibrafonista.

Todas as faixas

» Baião de Lacan, de Guinga e Aldir Blanc
» Mosquito, de Antonio Loureiro
» Por cima da barra, de Ricardo Herz e Antonio Loureiro
» Sambito, de Lea Freire
» Saci, de Ricardo Herz
» Cego Aderaldo, de Egberto Gismonti
» Hipnose, de Ricardo Herz
» Quinem quiabo, de Antonio Loureiro
» Lamento, de Antonio Loureiro

Se é orgânico, toda a cadeia deve seguir normas‏


Se é orgânico, toda a cadeia deve seguir normas
Estado de Minas: 13/07/2014


Cor da casca do ovo tem a ver com a linhagem genética da galinha e com hábitos alimentares, mas há pouca diferença em nutrição, diz pesquisador (Juarez Rodrigues/EM/D.A PRESS %u2013 3/3/06)

Cor da casca do ovo tem a ver com a linhagem genética da galinha e com hábitos alimentares, mas há pouca diferença em nutrição, diz pesquisador



Produtos animais com selo orgânico não podem ter nenhum tipo de promotor ou aditivo. Segundo Maria Cristina Bustamante, chefe da Divisão de Garantia da Qualidade Orgânica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), essa cadeia de produção é fiscalizada para fins sanitários, assim como a industrial, e para a verificação de conformidade com as normas de produção orgânica. “No caso do frango, os produtores devem cumprir normas específicas, como criar as aves fora de gaiolas, com acesso a áreas externas, fornecer alimentação livre de organismos geneticamente modificados e respeitar limites máximos de densidade”, diz.

As normas de sanidade (usar as vacinas exigidas pelo controle oficial regularmente, manter higiene em toda a área de produção e receber inspeção oficial) são comuns aos dois tipos de criação. Mas ainda é usual no Brasil, e em Minas Gerais, a compra de carne diretamente de produtores artesanais, achando que se trata de um produto orgânico. Segundo o professor da UFMG Tadeu Chaves, somente as carnes que têm rotina de inspeção veterinária e com selos federais, estaduais ou municipais teriam segurança sanitária garantida.

Segundo a engenheira de alimentos Vivian Feddern, pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), unidade Suínos e Aves, não há diferenças entre macronutrientes de carnes (aves e suínos) e ovos, como proteínas e gorduras, quando se compara produção orgânica e convencional. Mas há uma diferença em relação a micronutrientes.

“Alguns carotenoides (pigmento amarelo do milho) com função antioxidante, como a luteína e zeaxantina, podem totalizar 83% em ovos orgânicos, enquanto em ovos convencionais esse percentual é de 58%. Mas o produto de granja não é pior por isso. A preferência por orgânicos passa muito mais por uma preocupação com a natureza, com a conservação do solo e da água e o bem-estar animal, ou seja, o modo como esses animais são criados. No entanto, os produtores orgânicos não devem se descuidar das práticas de higiene do sistema”, alerta a especialista.

Vermelho por quê? Outro mito é sobre os ovos vermelhos. Que fique claro: eles não são sinônimo de ovo caipira. São apenas ovos de uma linhagem de galinhas que botam na cor vermelha. Por isso existem ovos caipiras de casca branca e ovos de granja de casca vermelha. Segundo Tadeu, a cor da casca do ovo está relacionada à genética – diferentes linhagens de galinha podem botar ovos com casca de diferentes cores. Tampouco a cor da gema é indicativo de qualidade. Galinhas com uma alimentação mais variada, como as criadas soltas, com acesso a gramíneas e insetos, têm acesso a pigmentos em maior quantidade e variação. E como a galinha caipira bota menos ovos que a de granja, ocorre maior acúmulo desses pigmentos na gema, deixando-os mais avermelhados.
Mas é possível obter ovos de granja com gemas bem vermelhas: basta acrescentar esses pigmentos na ração das galinhas, caso do urucum. “Não há praticamente nenhuma diferença do ponto de vista nutricional. Foi o consumidor que associou que o vermelho é melhor”, explica o professor, que se dedica à pesquisa da qualidade de ovos.

Tamanho também não é documento. Há ovos de granja tão pequenos quanto os caipira – geralmente, são pasteurizados e vendidos em galões. As poedeiras, ou galinhas de postura, são geneticamente selecionadas, para não ficar chocas e diminuir a produção. Quanto mais nova, menor o ovo que ela bota e à medida que fica mais velha o ovo fica maior, até atingir o peso necessário, melhor aceito pelos consumidores, para a comercialização.


Será mito ou verdade? Hormônios no frango, ovos caipira x de granja, gordura excessiva na carne suína. Essas são algumas das preocupações do brasileiro sobre as proteínas que entram no seu prato

Carolina Cotta



Segundo especialistas, os frangos de granja seguem dieta balanceada e têm na ração à base de milho e farelo de soja todos os nutrientes de que precisam (Jackson Romanelli/EM/D.A Press %u2013 15/2/11)
Segundo especialistas, os frangos de granja seguem dieta balanceada e têm na ração à base de milho e farelo de soja todos os nutrientes de que precisam

A maior expectativa de vida deu ao homem um motivo a mais para cuidar da saúde. Vida longa é hoje mais do que um voto. É uma realidade. A ampliação do acesso à informação, somada à preocupação de viver mais, fez surgir um fenômeno. Estamos comendo com um pé atrás. Desconfiados. “É gostoso, mas será que faz mal?”, questionamos. Essa insegurança faz o brasileiro, muitas vezes, trocar gato por lebre na hora de comer. Por falta de informação e por acreditar em mitos. O Estado de Minas ouviu veterinários, zootecnistas, engenheiros de alimentos, nutricionistas, médicos e órgãos de controle e pesquisa sobre a qualidade da carne e derivados disponíveis nas prateleiras do país. Nesta série, publicada hoje e amanhã, eles explicam como são criados e abatidos aves, suínos e bovinos e quais os impactos desse processo na nossa saúde.

Líder mundial na exportação de carne de frango e de boi, o Brasil segue padrões internacionais de fiscalização. Para começar, esqueça o que você já fantasiou sobre hormônios de crescimento no frango. Primeiramente, é ilegal a adição de hormônios exógenos (sintéticos) e a maioria dos países produtores tem legislação específica. Segundo, não seria viável do ponto de vista econômico e da produção. Além disso, e principalmente, porque as aves, na idade em que são abatidas, sequer têm receptores para eles.

Esqueça também a velha máxima de que o ovo é o vilão do colesterol em humanos e deve ser evitado. A Diretriz sobre o Consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) mostra que a ingestão de uma unidade por dia é aceitável. Esqueça, ainda, que carne suína faz mal. O percentual de colesterol de um lombo é similar ao de um peito de frango, quando não menor. O importante é variar as proteínas que você coloca no prato.

O que muda, então, no alimento produzido em larga escala ou artesanalmente? Qual o melhor frango para ser consumido: o de granja ou o “caipira”? Do ponto de vista da sanidade da carne, Tadeu Chaves de Figueiredo, professor e pesquisador do Departamento de Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Animal da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), defende o consumo do frango de granja. “Nem sempre o artesanal é um produto de boa qualidade sanitária e nem sempre o fato de esse frango ser criado solto, ciscando, quer dizer que ele está livre de um manejo incorreto na criação”, alerta o doutor em ciência animal. “O frango de granja é o frango certo para o consumo, pois é obtido em condições de produção e abate extremamente controladas”, explica.

Um frango caipira precisa de quatro a seis meses para ser abatido, enquanto um frango de granja está apto para o consumo em torno de 40 a 45 dias, dependendo da época do ano. Essa rapidez, segundo Tadeu, está ligada a três aspectos: nutrição, genética e ambiência. “O que esse animal come tem balanceamento quase perfeito. Ele ingere tudo o que precisa na sua ração baseada em milho e farejo de soja, além da adição de ácidos graxos, vitaminas e aminoácidos. Além disso, o frango vem passando por melhoramento genético e já foram selecionadas as melhores linhagens para ganho de peso, além do controle das condições do ambiente e maior conhecimento do manejo”, explica.

“Essa história de hormônio é lenda. E não é porque a indústria é boazinha, mas porque não funcionaria”, alerta Antônio Gilberto Bertechini, ph.D. em nutrição e fisiologia animal e professor titular da Universidade Federal de Lavras (Ufla). Segundo o pesquisador, os hormônios de crescimento têm configuração semelhante à insulina e teriam que ser aplicados todos os dias. “Imagine fazer isso em 6 bilhões de pintinhos alojados por ano. Do ponto de vista técnico, é humanamente impossível.” Já outros hormônios, como os esteroidais, semelhantes à testosterona, não teriam ação nos frangos. “Ele é abatido muito jovem. Não teria nem o receptor desse hormônio para que ele tivesse alguma resposta no organismo”, explica.

Já os promotores de crescimento, ou de absorção, são uma realidade. Segundo Tadeu Chaves, são complementos vitamínicos e medicamentos, até mesmo antibióticos, adotados para controle sanitário, mas com utilização avaliada caso a caso, usados dentro de uma posologia adequada e com período de carência respeitados, tudo para que não tragam qualquer prejuízo à saúde dos consumidores. Os antibióticos usados com esse fim, de acordo com Bertechini, não são os mesmos adotados na terapêutica humana. “As moléculas nem sequer são absorvidas pelo trato digestório dos animais e não se acumulam na carne. Entram pelo bico e saem nas excretas.”

Um dos ganhos do uso desses produtos para a saúde humana seria a redução de bactérias como a Salmonela e Escherichia coli, causadoras de intoxicação alimentar e que provocam diarreias. Além dos antibióticos, há ainda a opção de usar nos animais enzimas exógenas e ácidos orgânicos, como o ácido láctico, o mesmo dos leites fermentados de uso disseminado na população humana. “Todos esses promotores são usados em níveis irrisórios e nem sempre precisam ser adotados, pois o efeito não é muito amplo. Já foram bastante estudados e não passam nada para a carne, embora ela fique com melhor qualidade”, diz.

Naturais do organismo

Hormônios de crescimento existem naturalmente no organismo dos animais. A proibição de uso foi relacionada à engorda de bovinos com o uso de estilbestrol, um hormônio sintético semelhante à testosterona, que ajudava o bovino a ganhar mais peso e não se refere a hormônio de crescimento, totalmente diferente, com aplicação similar à insulina.

Eduardo Almeida Reis - Doleiros‏

Doleiros 
 
Só pode ser piada. Classe média com renda entre R$ 1 mil e R$ 4 mil

Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 13/07/2014




Atire a primeira pedra aquele que nunca teve um doleiro. Duvido que algum brasileiro de classe média, nos últimos 80 anos, não tenha tido um doleiro, isto é, cavalheiro ou dama que negocia com dólares americanos no mercado paralelo. Nos últimos tempos também com euros.

O conceito de classe média é que anda muito espichado. Andei lendo as definições no Google e descobri que abrange todas as famílias situadas entre o Bolsa Família e o casal Melinda e Bill Gates. Transcrevo parte do que li: “A nova classe média brasileira representa mais de 50% da população. O crescimento desse segmento, com renda familiar mensal entre R$ 1 mil a R$ 4 mil deve-se principalmente ao aumento de renda dos mais pobres. A elite econômica (classes A e B) tem renda superior a R$ 4.591”.

Só pode ser piada. Classe média com renda entre R$ 1 mil e R$ 4 mil. Elite econômica com renda familiar superior a R$ 4.591 piada ainda maior. Mas não estamos cuidando de piadistas e sim dos doleiros, atividade malvista depois que o Dr. Alberto Youssef pintou no pedaço midiático às voltas com alguns deputados federais e muitos diretores da atual Petrobras, que não deve ser confundida com a empresa que o Brasil admirava.

Relacionar-se com os deputados Argôlo e Cândido Elpídio de Souza Vaccarezza, ginecologista baiano residente em São Paulo, deixou Youssef muito mal perante seus pares no mercado paralelo. É nódoa que vai levar decênios para desaparecer do pano doleiro. Por que pano e não tecido? Ora, porque escriba supimpa evita o parequema do-do de tecido doleiro.

Ainda bem que o Paulo andou solto para afinar com o sistema. A decisão do ministro do STF pede comentário do personal de Cícero, depois de correr 10 quilômetros pelas ruas de Roma acompanhando a figura máxima da Latinidade Clássica: ore occluso muscae non intrant. Algo assim como “em boca fechada não entra mosquito”.

Rescaldo

Mineiro de Muriaé, residente no Rio e torcedor do Flamengo, o jornalista Sérgio Rodrigues, doutor em língua portuguesa, é autor do livro O drible, do inglês (to) dribble. Talvez fosse melhor A Finta, do italiano finta, língua da família indo-europeia, ramo itálico, sub-ramo latino-falisco, grupo latino, falada na Itália, na República de San Marino e na Suíça italiana.

Convidado pela produção do Manhattan Connection, participou do programa três dias antes de o timeco brasileiro enfrentar a Alemanha no Mineirão. No programa, disse que estava encantado com a Copa, com as seleções de muitos países e com o alto nível do futebol jogado.

Do meu cantinho, acabando o último charuto, quase caí da poltrona. Assisti a todos os jogos e, com exceção de dois ou três, só vi futebol de quinta categoria, a começar pelo time do Felipão. Alfim e ao cabo, durante anos fui cronista-Fifa, quando aprendi que são raríssimos os comentaristas que entendem alguma coisa de futebol. Jaeci Carvalho é um deles e sempre disse que a Seleção Brasileira não seria campeã, porque era uma porcaria.

O Hulk é o Hulk e o Fred, mineiro de 30 anos, ótimo pai, filho amantíssimo, se jogasse a terça parte do futebol que lhe atribuem não estaria no Fluminense, mas num time europeu. O resultado da partida contra a Alemanha só assustou pelo placar, realmente incomum, mas refletiu o futebol praticado pelas duas seleções.

Assisti ao jogo na casa de amigos. Por isso, fui obrigado a suportar a narração do doutor Carlos Eduardo dos Santos Galvão Bueno. E constatei que o senhor Casagrande, ex-goleador, é péssimo comentarista, e o senhor Ronaldo Fenômeno, ex-craque, deveria ser proibido de abrir a boca para falar sobre futebol.

Burrice
 “Vou subir pela escada-a-á / vou entrar no seu quarto-o-ô / vou transar com você-e-ê / vou tomar banho-o-ô / vou fazer xixi-i-í”. Que lhe parece, caro, preclaro e assustadíssimo leitor? Caso de polícia, não é? Pois fique sabendo que é o padrão das letras que tenho ouvido pela hora do almoço. Ligo o rádio para abafar os sons das áreas de serviço aqui do prédio e acabo desligando furioso.

Mais grave que as letras, os arranjos e as interpretações – outro dia um idiota cantava “janela-a-á” – é a burrice de um philosopho que ainda não comprou um toca-CDs para ouvir as centenas de CDs de músicas decentes, que ficam nas estantes da sala. Um aparelhinho razoável custa uma tuta e meia, mas ligo o rádio para me aborrecer.

O mundo é uma bola

13 de julho de 1793: Charlotte Corday, monarquista, entra na casa do líder revolucionário francês Jean-Paul Marat e o mata durante um banho de banheira. Médico, filósofo, cientista político e jornalista radical, Marat tinha 50 anos. Pensei que seu assassinato numa banheira desmentisse o boato de que os franceses não gostam de tomar banhos, mas fui apurar na Wikipédia e descobri que o líder revolucionário tinha uma doença de pele que o obrigava a tomar banhos medicinais. Aliás, Marat nasceu em Boudry, na Prússia, portanto era prussiano.

Em 1977, um blecaute deixa Nova York no escuro durante 25 horas. Hoje é o Dia do Cantor e do Engenheiro de Saneamento.

Ruminanças

 “A melhor mobilização das massas sempre foi uma boa macarronada com vinho tinto” (Rogério G. Lima).

Classe média na penúria‏

Classe média na penúria 
 
Segmento perde renda e está muito endividado no Brasil
Gilson E. Fonseca
Sócio e diretor da Soluções em Engenharia Geotécnica Ltda (Soegeo)
Publicação: 13/07/2014


O governo federal não se cansa de se vangloriar do crescimento da distribuição da riqueza, exaltando o PIB per capita atual chegando a R$ 23 mil anuais. O pobre realmente tem sido o mais beneficiado, com maior acesso aos bens essenciais. Entretanto, a classe média está, há muito tempo, perdendo seu poder de compra. O que vem acontecendo é o crescimento da classe média baixa, que segundo o IBGE é aquela que tem renda familiar de dois a seis salários mínimos para família de quatro membros. De 1970 a 1985, a classe média brasileira saboreou a força econômica. Com o acesso das mulheres ao mercado de trabalho, a renda do casal propiciava forte poder de compra, podendo comprar a casa própria, trocar de carro quase todo ano, pagar bons colégios para os filhos, férias regulares com a família, além de uma boa poupança.

Mas o governo não deve e não pode se contentar só com garantia da cesta básica, é preciso uma atenção maior com outras demandas. A crise mundial de 2008 teve origem justamente no endividamento da classe média americana, que foi seduzida por fartos e irresponsáveis financiamentos de imóveis, o chamado subprime, que arrastou bancos e empresas. No Brasil, o risco também é grande, pois o governo estimula o consumo, mais do que o investimento. Nessa premissa, a classe média brasileira está se enfraquecendo acentuadamente. Financiamentos generosos, sobretudo de carros, a perder de vista, já trouxeram como consequência crescente inadimplência e perda de poupança. Hoje, temos um holofote vermelho aceso: a poupança perdeu em depósitos 66% neste semestre. Dívida com renda compatível não é problema. O que complica é a queda da renda combinada com endividamento, como está ocorrendo. A relação custo/renda mensal de manutenção das famílias de classe média vem há muitos anos crescendo, além do medo da perda do emprego. Os colégios têm aumentado mensalidades mais do dobro da inflação, costumeiramente, porque há amparo legal. O governo é o primeiro a bancar o espertalhão. Como pode corrigir a tabela do Imposto de Renda em apenas 4,5%? Que lógica é essa, se a inflação é muito maior? A taxa de lixo no IPTU de 2014 subiu 45,45%. Agora, planos de saúde sobem 9,65% e o salário apenas “corrigido” por índices de inflação em que ninguém acredita. O pior de tudo é o governo fugir das suas obrigações básicas. Com a saúde e a educação públicas ninguém pode contar mais. Quem depende do SUS corre o risco de morrer antes mesmo de fazer os exames para diagnóstico da doença. Escolas públicas não oferecem qualidade de ensino, segurança.

A modernidade também gera despesas. Quem fica sem TV a cabo, internet e celular? A importância da classe média na economia não é só para fortalecer o consumo. Nela residem os maiores talentos, porque os pobres não têm plenas condições de desenvolver-se, por faltar-lhes quase tudo, e os ricos só pensam em aumentar seus ganhos. O Brasil, seguindo tendência mundial, está deixando de formar megaempresas, surgindo, sistematicamente, uma multiplicação de empresas menores e crescimento exponencial de prestadores de serviços. A classe média fortalecida se encaixaria aí, mas, em declínio como está, todos perderemos.

COLUNA DO JAECI » A final que apontei há quatro anos‏

COLUNA DO JAECI » A final que apontei há quatro anos
 
"Lamento pelo cracaço Lionel Messi, mas, para mim, a taça tem dono. Não vejo como os alemães possam ser batidos atualmente"

Estado de Minas: 13/07/2014


Rio – Aqui estou para mais uma final de Copa do Mundo. Conforme esperava, Alemanha e Argentina farão a grande decisão por serem os melhores. Há quatro anos apontava as duas, Holanda e Espanha nas semifinais, mas a Fúria decepcionou e o Brasil, ajudado pelo árbitro japonês na estreia contra a Croácia, acabou entrando. Para nós, foi vergonha tomar de sete dos germânicos. Para Felipão, Parreira, Murtosa e jogadores, normal, tanto que falaram em apagão. Ora, apagão seria os alemães levarem sete, com seu time estruturado, organizado e talentoso.

Muitos da imprensa tentaram iludir a torcida, mas críticos como Mauro Cezar Pereira, da ESPN Brasil, e eu sempre pusemos o dedo na ferida e mostramos a fragilidade do time a cada jogo. A Alemanha me encanta por ter uma primeira-ministra, Angela Merkel, que orgulha sua gente. Ela comanda a maior economia da Europa. Seu país tem educação, saúde e segurança e, ainda por cima, a melhor Seleção do mundo. E olhem que o futebol por lá não tem um décimo da importância daqui. A prioridade é a formação do cidadão, para que se forme e se torne útil. Ninguém vive às custas do governo. Quando o Brasil saía de uma Copa, torcia pelos argentinos, porque gosto do futebol deles e essa rivalidade não me pega. Mas esta tarde serei alemão desde pequeno.

Em 2012, em Munique, fui com minha mulher e um casal de amigos à Allianz Arena assistir à final da Liga dos Campeões, Bayern x Chelsea. Os ingleses venceram nos pênaltis depois de dominados o tempo inteiro. Ficamos atônitos, mas os alemães nem se importaram. Frios, encararam a derrota como algo normal, resultado de um jogo. No ano seguinte, em Londres, lá estava o Bayern decidindo outra vez a competição, desta vez superando o compatriota Borussia Dortmund, e a reação também foi tranquila. Na Alemanha, como disse acima, o futebol não tem essa importância toda, o futebol é apenas lazer, não prioridade.
 (Darren Staples/Reuters)

O Maracanã (foto) estará lindo esta tarde. Alemães e argentinos vão dividir espaço, na certeza de um grande jogo. Lamento pelo cracaço Lionel Messi, mas, para mim, a taça tem dono. Não vejo como os alemães possam ser batidos atualmente. Sua equipe é organizada, com jogadores talentosos e treinador inteligente, educado e conhecedor do assunto. Quando não consegue se impor na técnica, ela é pragmática. A Argentina tem a velha raça como trunfo, como na jogada em que Mascherano evitou a eliminação no fim, ao esticar a perna para salvar o gol de Robben, sofrendo até uma contusão. Ela realmente é número um na garra, vontade e disposição. E, quanto ao talento, têm Messi. Resta saber se o camisa 10 conseguirá ser genial marcado por dois ou três. Não acredito. Decisivo em dois jogos, quando se safou da marcação severa, contra a Holanda, porém, nada fez.

Importante é saber que a Copa, como escrevo desde o fim da África do Sul’2010, será decidida pelos melhores times no Maracanã. Sempre afirmei que a Fifa cometeu grave erro ao fazer com que o Brasil só pudesse jogar no estádio se chegasse à final. Como não chegou, a torcida terá de se contentar com Alemanha e Argentina. Gastamos R$ 40 bilhões para bater palmas para os gringos. A competição foi sucesso de público, de gols, de jogos memoráveis, como os 7 a 1 do Mineirão. Vamos ver daqui a alguns anos quanto ainda estaremos devendo.

ZONA MISTA‏

ZONA MISTA

Kelen Cristina
Estado de Minas: 13/07/2014


 (GABRIEL BOUYS/AFP)

Duas faces de um sonho
 Hoje, Messi entrará em campo no Maracanã para enfrentar a Alemanha, e espera terminar o dia levantando a taça da Copa do Mundo. Ontem, pelas redes sociais, ele enalteceu o fato de estar vivendo um sonho com a Seleção Argentina: “Amanhã (hoje), jogaremos a partida mais importante de nossas vidas com esta camisa. Meus sonhos e minha ilusão estão sendo alcançados graças ao trabalho e sacrifício de todo o grupo desde o primeiro dia. Sempre acreditamos que era possível. E pelo nosso povo, os argentinos, que nos trouxeram até aqui. O sonho não acabou. Queremos ganhar e estamos preparados para isso!”. Quase ao mesmo tempo, caía na internet uma mensagem escrita por outro camisa 10, igualmente badalado no mundo do futebol. E ele também falou em sonho. Na contramão do discurso de Messi, no entanto, um desolado Neymar apoiou-se na esperança e, paradoxalmente ao sentimento de grande parte dos brasileiros, se disse orgulhoso da Seleção . “Hoje (ontem) encerra-se o que nesse tempo todo buscamos, jogar uma Copa do Mundo. Infelizmente, não conseguimos alcançar nosso maior sonho! Eu só queria dizer que sinto orgulho de ser brasileiro e o mais importante, sinto orgulho desta Seleção! Queria muito encerrar esta Copa em campo (jogando), mas se começamos juntos a nossa caminhada, vamos terminá-la juntos! O sonho continua!”. Aos 22 anos, Neymar pode, sim, dizer que o sonho dele, de buscar o título mundial, continua. Mas para isso é preciso que quem comanda os destinos do futebol brasileiro pare de sonhar acordado e desperte logo para a dura realidade. Não há motivo para se orgulhar da campanha da Seleção Brasileira, Neymar. O seu sonho e de toda a equipe canarinho virou pesadelo, especialmente nos capítulos finais. Já o dos hermanos pode se tornar realidade hoje, como apregoa Messi. Aos incomodados, restará a insônia.


Vaias e aplausos
Transmitida no telão do Mané Garrincha, a chegada da delegação brasileira ao estádio gerou reações que retratam bem a opinião dos torcedores em relação ao grupo. O atacante Fred e o técnico Luiz Felipe Scolari foram vaiados. David Luiz e Thiago Silva, os mais aplaudidos. Neymar também foi recebido com carinho, principalmente pelas crianças que esperavam alinhadas para entrar em campo com os jogadores. As críticas não se limitaram ao campo. Pelo Twitter, muita gente pesou a mão ao falar dos brasileiros, inclusive gringos. O ex-jogador inglês Gary Lineker, hoje comentarista de TV, postou: “Fred está no banco. Dúvida se nós veremos uma grande redução na sua movimentação”. Durante o jogo, ele voltou a ironizar: “Brasil joga como um time amador. Sinto muito PSG, mas o David Luiz não é um defensor e nunca será”. Até Paula, ex-jogadora da Seleção Brasileira Feminina de Basquete, disparou: “Time do Felipão parece cachorro que caiu da mudança”.


De graça
Quem passou pelo Maracanã ontem à tarde levou para casa um exemplar do livro Messi, escrito pelo jornalista espanhol Guillem Bálague e que estava sendo distribuído gratuitamente na entrada do estádio. Bálague trabalha na rede Sky Sports e é correspondente do diário espanhol As. Na obra, o técnico Pep Guardiola é um dos que analisam a carreira do craque argentino. O prólogo é do técnico da alviceleste, Alejandro Sabella.


 (Twitter/Reprodução de internet  )

Cilessen na rede
Praticamente um espectador na goleada da Holanda por 3 a 0 sobre o Brasil, o goleiro Cilessen mal poderia imaginar que uma encostada na trave para ajeitar a barreira em uma cobrança de falta mexeria tanto com a imaginação dos internautas. Em poucos minutos, a pose ganhou várias adaptações, com o holandês aparecendo em lugares inusitados. No metrô, indo embora do estádio, e num banquinho tomando uma capirinha. Sentado no vaso sanitário, no Cristo Redentor e até nas costas de Van Persie, no badalado gol de peixinho contra a Espanha. Até na mesa da Santa Ceia Cilessen apareceu.


Celebridades a postos para a decisão
O Maracanã receberá hoje um time bem diverso de celebridades. De políticos a artistas e esportistas. O chef inglês Jamie Oliver, famoso por apresentar programas de culinária, anunciou sua primeira visita ao Brasil pelo Instagram, escrevendo em português. “Aos meus queridos irmãos e irmãs brasileiros, o dia chegou! Estou indo para o Brasil pela primeira vez… Estou tão animado! Quando eu era criança, sonhava em vir… De qualquer forma, estou triste. O Brasil não está na final da Copa do Mundo, mas eu vou assistir ao jogo com emoção”. Astro do basquete norte-americano, LeBron James já chegou ao Rio e até postou foto ao lado de Anderson Varejão. Os atores Ashton Kutcher e Gerard Butler, que já estiveram na semifinal Brasil x Alemanha, no Mineirão, terão a companhia da cantora Rihanna e de Kellan Lutz, ator da saga Crepúsculo.