sexta-feira, 11 de outubro de 2013

O poder dos livros - Galeno Amorim

O Globo - 11/10/2013


O dito popular que apregoa que a sorte nunca bate duas vezes na mesma porta definitivamente não vale para o caso do Brasil e as novas janelas que se abrem para a internacionalização da sua literatura e dos seus autores. Quase 20 anos após ser homenageado pela primeira vez pela tradicional Feira do Livro de Frankfurt, maior vitrine do mercado mundial de livros, o país está de volta na condição de maior principal destaque do evento, que reúne 300 mil visitantes de 111 nações.

Trata-se de oportunidade imperdível para o Brasil e sua literatura, que, em função do protagonismo que o país vive de tempos para cá no cenário internacional, tem atraído o interesse dos leitores planeta afora. Afinal, têm os livros um poder extraordinário para mostrar e impregnar — mais até que o cinema — nosso modo de ser e visão de mundo. É a forma inteligente e pacífica de estreitar relações com os povos, in-tercambiar nossa vasta diversidade cultural e mesmo abrir caminhos para novas relações políticas e comerciais.


O Estado e suas instituições têm o dever de olhar com atenção e respeito e não permitir
que a oportunidade seja desperdiçada. Antes do Brasil, um único país — a índia, outro dos Brics — tivera a honra de ser lembrado mais de uma vez no maior centro de negociação de direitos autorais do mundo. Muito do que se lerá nos próximos anos no mundo vai sair de uma das mesas de negócio de Frankfurt.

Editoras brasileiras sempre foram à Alemanha com o propósito de adquirir títulos para ser publicados aqui. Em função de barreiras da língua e do desconhecimento de nossa literatura, vender lá fora nunca foi tarefa fácil. Sem dizer que, na sua conta, prejudicava o tempo de ir às compras, de onde vêm de fato suas receitas.

Mas este cenário está mudando. Não são poucos os agentes literários e editores atrás de autores clássicos (de Machado de Assis a Jprge Amado), contemporâneos e jovens sequer conhecidos em sua pátria. Nas palavras de uma agente alemã, a temporada é de flerte e noivado a fim de relações duradouras.

A venda de direitos de autores brasileiros triplicou a partir de 2010 e o programa de tradução da Biblioteca Nacional, recriado em 2011, evoluiu dez vezes em comparação com a média dos anos 1990. O Ministério da Cultura anunciou investimentos de R$ 70 milhões em programas de tradução e eventos internacionais até 2020. No ano passado, o país foi destaque na Feira de Bogotá; em 2014, será em Bolonha, a maior do ramo infantil e juvenil; e, então, Paris, Londres e Nova York. É o que a ministra Marta Suplicy chama de soft power brasileiro.

Era essa a ideia da presidente Dilma Rousseff ao criar, em 2012, o Centro Internacional do Livro para ser o artífice deste grande momento da literatura brasileira. Mas é bom ficar de olho e tirar lições de 1994, quando, encerradas as homenagens, o Brasil tirou o pé do acelerador, deu as costas ao mundo dos livros e voltou, equivocadamente, para seu casulo. Que agora os tempos sejam outros!

Galeno Amorim é diretor do Observatório do Livro e da Leitura e foi presidente da Fundação Biblioteca Nacional e do Centro Regional de Fomento ao Livro na América Latina e Caribe (Cerlalc/Unesco).

BIOGRAFIAS » Juiz libera Sinfonia...‏


BIOGRAFIAS » Juiz libera Sinfonia... 

Carolina Braga

Estado de Minas: 11/10/2013 


Lançado em 2008, livro sobre Guimarães Rosa já pode circular   (Eugênio Silva)
Lançado em 2008, livro sobre Guimarães Rosa já pode circular


Em meio à polêmica sobre a censura a biografias não autorizadas publicadas no Brasil, o goiano Alaor Barbosa tem motivos para comemorar. Seu livro Sinfonia de Minas Gerais – A vida e a literatura de João Guimarães Rosa (LGE) foi liberado pela Justiça. Desde 2008, a primeira biografia do autor mineiro estava impedida de circular devido à ação movida por Vilma Guimarães Rosa, filha do romancista.
O juiz Maurício Magnus, da 24ª Vara Cível do Rio de Janeiro, julgou improcedente a alegação de que a obra causa graves danos morais à imagem do escritor, viola direitos autorais e plagia fragmentos de Relembramentos: João Guimarães Rosa, meu pai (Nova Fronteira), escrito por Vilma. A decisão se baseia em perícia técnica feita nos respectivos livros.

Em Relembramentos..., a autora reproduz a correspondência trocada com o pai. “O livro não conta nada da vida de Rosa”, afirma o diretor executivo da Editora LGE, Antônio Carlos Navarro. Cinco mil exemplares foram recolhidos por força da liminar. “A memória de Guimarães não foi ofendida. É exaltação, de ponta a ponta”, alega o editor. Para ele, o impedimento está ligado a questões familiares.

Vilma Guimarães Rosa diz que a Nova Fronteira planeja questionar a sentença, emitida em agosto. Segundo ela, o processo foi movido, principalmente, por plágio. Mas isso não foi confirmado pela perícia. “Meu pai não gostava de biografia. Dizia que, além de perigoso, isso é muito delicado, pois penetra muito na intimidade das pessoas”, alega a herdeira.

Vilma se alinha ao grupo Procure Saber, formado por Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Roberto Carlos e Djavan, contrário à publicação de biografias não autorizadas. Nana Caymmi, Lobão e Alceu Valença discordam dos colegas, alinhando-se a biógrafos como Fernando Morais, Laurentino Gomes, Ruy Castro e Lira Neto em defesa da liberdade de expressão. “Preservar a intimidade é uma forma de defesa muito séria. Tem pessoas que vão ganhar dinheiro fazendo sensacionalismo. Isso não é justo. Sou a favor da diplomacia na biografia não autorizada”, diz Vilma.

Alaor Barbosa pretende reeditar Sinfonia... em dois volumes depois de excluir citações a Relembramentos...., alegando que elas “não só não são necessárias a meu livro como se tornaram inconvenientes a ele”. Alega que escreveu sobre a obra de Guimarães Rosa antes de focalizar a vida dele, ainda em 1981. “Meu intuito foi defender a cultura e a literatura brasileiras, que considerava ameaçadas pelo colonialismo cultural estrangeiro.” O goiano revela que, em 2003, tentou fazer contato com a família do romancista, mas foi destratado pelas herdeiras.

Mário na lista

Mário de Andrade é outra personalidade do panteão dos “intocáveis”. Há três anos, o jornalista Jason Tércio se dedica à pesquisa sobre a trajetória do intelectual paulista. “Quero fazer um livro o mais completo possível. Não encontrei nenhum entrave, porque, por enquanto, não busquei autorização de ninguém”, conta ele.

O jornalista considera “vergonhosa” a situação pela qual passou Alaor Barbosa. Segundo ele, ter livro confiscado e enfrentar processo devido à ausência de autorização é reflexo da mentalidade provinciana que ainda impera no Brasil. “No caso específico das biografias, vejo a mistura de hipocrisia e mesquinharia, pois nenhum dos herdeiros está realmente preocupado com a imagem moral e a privacidade do seu parente, está é interessado em se dar bem, ganhar uma grana extra, como se o escritor estivesse lucrando muito sem fazer nada. Trabalho de biógrafo é muito difícil, demorado e dispendioso”, afirma. (CB)

FEIRA DE FRANKFURT » De olho no BRASIL‏

FEIRA DE FRANKFURT » De olho no BRASIL


Autores brasileiros vêm ganhando espaço na Alemanha graças ao empenho de tradutores e projetos do governo




Ana Clara Brant


Estado de Minas: 11/10/2013 


Genesis, novo livro do fotógrafo mineiro Sebastião Salgado, está exposto na feira de Frankfurt (Ralph Orlowski/Reuters)
Genesis, novo livro do fotógrafo mineiro Sebastião Salgado, está exposto na feira de Frankfurt


Frankfurt –
Michael Kegler nasceu em uma pequena cidade ao lado de Frankfurt, onde morou até os 4 anos. Mas o primeiro contato desse alemão com as palavras se deu graças a Monteiro Lobato, cuja obra ele conheceu em Congonhas, no interior de Minas Gerais, para onde se mudou com a família quando era criança. O pai trabalhava numa mineradora. “Fui alfabetizado em português, ou melhor, em mineirês. Conheci boa parte daquela região, vivemos lá por seis anos. Até cachaça sei tomar”, brinca o simpático tradutor.

Kegler organizou o estande que exibe 200 obras de autores brasileiros na Feira do Livro de Frankfurt. Nos últimos tempos, vê aumentar o interesse dos alemães pelo Brasil. Em 2011, Kegler pesquisou livros brasileiros publicados em sua terra e se assustou ao encontrar apenas 60 títulos – 39 de Paulo Coelho. Atualmente, esse número triplicou, acredita ele. Dois anos depois, o país é o homenageado no evento mais importante do mercado editorial.

Michael Kegler não tem dúvida sobre o motivo da “virada”: a reestruturação do programa de apoio à tradução e à publicação de autores brasileiros no exterior, desenvolvido pela Biblioteca Nacional e pelo Ministério da Cultura. Foram concedidas 422 bolsas – 65 na Alemanha. No estande dele podem ser encontradas traduções de Diário da queda, de Michel Laub; Barba ensopada de sangue, de Daniel Galera; K., de Bernardo Kucinski; e O dia Mastroianni, de João Paulo Cuenca.

“Tivemos várias ondas. Na década de 1980, quando a Alemanha se abriu para a literatura latino-americana, o Brasil foi beneficiado. Um novo boom ocorreu em 1994, com a alta da música brasileira na Europa. Com a feira e o programa da Biblioteca Nacional, a coisa tomou grandes proporções. O mercado alemão, finalmente, passou a acreditar”, destaca.

Autores que não encontram tanto espaco no Brasil, principalmente os contemporâneos, passaram a ter visibilidade na Alemanha, informa Kegler. “Além disso, clássicos como Machado de Assis e Jorge Amado ganharam novas traduções, principalmente de editoras independentes. A Schöffling& Co. acaba de comprar os direitos da obra de Clarice Lispector”, afirma o tradutor de livros de Fernando Molica, João Paulo Cuenca, Michel Laub e Luiz Ruffato.

A tradutora Karin von Schweder, especialista em Chico Buarque, Moacyr Scliar, Rubem Fonseca e Antonio Callado, confirma o interesse por autores brasileiros. No entanto, ela diz que as tiragens ainda são pequenas. Visitantes dos pavilhões da Feira do Livro de Frankfurt têm demonstrado curiosidade pelo Brasil. A historiadora alemã Hanna Screiner ficou encantada com Graciliano Ramos. “Pelo pouco que vi, ele é bem político, fala do aspecto social. Nunca fui ao país, mas a ler é uma forma interessante de conhecer um povo e sua cultura”, diz.

O tradutor Michael Kegler divulga o Brasil na Alemanha (Ana Clara Brant/EM/D.A Press)
O tradutor Michael Kegler divulga o Brasil na Alemanha


Minas apresenta sua gastronomia

Ao lado de chefs e especialistas, o secretário de Estado de Turismo, Agostinho Patrus Filho, veio à Alemanha divulgar a culinária mineira. Ontem, ele anunciou um programa para incentivar o setor, o Gastronomia do morro. Os renomados chefs Ivo Faria (Restaurante Vecchio Sogno), Henrique Gilberto (Belo Comidaria), Leandro Pimenta (The Lab), Paula Cardoso (Haus München) e Frederico Trindade e Felipe Rameh (Trindade) serão recebidos por craques da culinária do Aglomerado Santa Lúcia, na Zona Sul da capital. Durante 14 dias, uns cozinharão para os outros.

“Em parceria com o Senac, a Fecomércio, o BDMG, Sebrae e a Junta Comercial, os chefs do morro terão seus estabelecimentos formalizados, a mão de obra qualificada e financiamento especial”, explica Patrus. A ideia não se resume a divulgar a gastronomia mineira no exterior, mas também valorizar a culinária popular. “Lá no morro há pessoas que fazem coisas fantásticas na cozinha. Elas têm paixão por isso. Nossa ideia é expandir o projeto para outras regiões de BH e para o interior”, concluiu Patrus.

A repórter viajou a convite do Governo de Minas.


O chef Ari Kespers no estande Cozinhando com palavras (Ana Clara Brant/EM/D.A Press)
O chef Ari Kespers no estande Cozinhando com palavras

Tv Paga




Estado de Minas: 11/10/2013 


 (Playarte Pictures/Divulgação)

É de dar medo!


É com essa cara de maluco que Matthew Fox (foto) aparece em A sombra do inimigo, que estreia hoje, às 22h, no Telecine Premium. Outro destaque de hoje do pacote de filmes é o clássico Rocco e seus irmãos, de Luchino Visconti, às 22h. no Arte 1. Ainda às 22h, a Cultura exibe Amores imaginários na Mostra Internacional de Cinema. O assinante tem mais oito opções na faixa das 22h: Mutum, no Canal Brasil; Separados pelo casamento, no Universal Channel; Sob o domínio do medo, na HBO; Batman – O cavaleiro das trevas ressurge, na HBO 2; Contágio, na HBO HD; 7 dias em Havana, no Max; O vingador do futuro, no Max Prime, e A hora do espanto, no Telecine Action.

O perigo pode estar bem
ao seu lado, literalmente


O Investigação Discovery estreia hoje duas séries que vão relatar casos de mulheres envolvidas em tramas de sexo e crime sob ângulos diferentes. Às 20h, Amores tóxicos conta, por exemplo, a história de Vanessa, uma dona de casa de uma cidade pacata que passou a frequentar casas de swing com o marido e iniciou um caso com outro homem, com consequêncas dramáticas. Em seguida, às 21h, Casadas e armadas reconstitui crimes violentos cometidos por mulheres contra seus parceiros.

Série do A&E vai tentar
resolver crises conjugais


Novidade também no canal A&E, com a estreia da produção brasileira Vivendo com o inimigo, às 22h30. Inspirada na produção americana Monster in laws, a primeira temporada da atração trará oito casos em que dois especialistas entram na intimidade conjugal a fim de evitar uma separação indesejada. O primeiro episódio, “Panela de pressão”, mostra o drama de Márcio e Mariana, cujo relacionamento entrou em crise por causa da convivência excessiva com a sogra.

Documentário do Arte 1
traça o perfil de Portinari


O documentário Portinari do Brasil é a atração de hoje da série Conexão Arte 1. A produção mostra fatos decisivos na vida e obra de um dos mais importantes artistas plásticos do país. Dirigido por Sonia Garcia em 2012, o filme retrata a infância de Portinari em São Paulo, os anos em que ele viveu no Rio de Janeiro e na Europa e a morte provocada pelas substâncias tóxicas presentes nas tintas usadas pelo artista. Às 21h, no canal Arte 1.

Cirque du Soleil reinventa
o pop de Michael Jackson


Por falar em documentário, o Cinemax reprisa hoje, às 21h, Michael Jackson: The immortal world tour documentary, registro do espetáculo com a música de Michael Jackson e a coreografia do Cirque du Soleil. No Canal Brasil, às 18h45, a baiana Marcia Castro é a artista da vez na série Cantoras do Brasil. Na mesma emissora, às 21h30, tem mais um programa O som do vinil, com o músico convidado Herbert Lucena, e às 23h30, MV Bill conversa com o diretor de cinema Jeferson De em O bagulho é doido.

CARAS & BOCAS » Golpe do baú


CARAS & BOCAS » Golpe do baú 


Simone Castro


Estado de Minas: 11/10/2013 


Jacques (Júlio Rocha) vai se vingar de cúmplice e conquistar Pilar (Susana Vieira) em Amor à vida (Raphael Dias/TV Globo-24/5/13)
Jacques (Júlio Rocha) vai se vingar de cúmplice e conquistar Pilar (Susana Vieira) em Amor à vida


Nada como um dia depois do outro. É assim mesmo, cozinhando a vingança, que o cirurgião Jacques, personagem de Júlio Rocha, vai se vingar de Félix (Mateus Solano) em Amor à vida (Globo). E, de quebra, conquistar Pilar (Susana Vieira), dar o golpe do baú e colocar a mão na fortuna da ex-mulher de César (Antônio Fagundes), o que significa tirar o patrimônio do ex-cúmplice. Os problemas entre Jacques e Félix começam quando o filho de Pilar consegue, finalmente, se tornar presidente do Hospital San Magno, depois de armar contra o pai. O médico pede a sua parte no combinado por ter ajudado o filho malvado a reunir provas contra César. Mas Félix comete o erro de não só destratá-lo como avisar que não cumprirá o acordo. “Você acha que eu colocaria um merdinha como você num cargo desses? Eu usei você, Jacques. Agora virei presidente. Vá se lixar!”, diz Félix, que nunca se conformou de não ter conseguido manter um relacionamento amoroso com o cirurgião. Um dia, Pilar passa mal e César diagnostica que ela está com apendicite e precisa ser operada com urgência. Jacques faz a cirurgia e, no pós-operatório, se insinua cada vez mais para Pilar. Dos flertes para o casamento é um pulo, surpreendendo todos e, principalmente, o indignado Félix. Cheia de amor para dar, Pilar nem se dá conta de que dorme com o inimigo e que o interesseiro marido desvia altas quantias para a sua conta particular. Quando a ex de César percebe, leva um belo chute e descobre que perdeu todo o seu dinheiro.

SÍLVIO SANTOS ESCOLHE
FILHA PARA GERIR GRUPO


Prevenido, o empresário e apresentador Sílvio Santos, dono do grupo que leva o seu nome e que conta, entre outras empresas, com o SBT, já escolheu a filha que irá substituí-lo à frente dos negócios: Renata, a caçula, fruto do casamento com a novelista Íris Abravanel. Foi a própria Íris, autora do remake de Chiquititas, quem fez a revelação em entrevista à revista Claudia deste mês. “A caçula, a menorzinha, é um Golias. Já está sendo preparada pelo pai, porque gosta. A luz da sala dela é a última que se apaga. Sílvio percebeu que seria Renata quando fomos visitá-la na universidade, nos Estados Unidos. Para ganhar um dinheirinho, ela administrava dois andares da moradia estudantil. Levava tudo aquilo na ponta do lápis, com técnica, mão de ferro e não perdeu a amizade dos colegas”, disse Íris. Atualmente, Renata atua na direção do grupo ao lado do tio, Guilherme Stoliar. Além de Renata, Sílvio Santos tem outras seis filhas.

MALU RECEBE AMEAÇAS
DE MORTE E SOFRE QUEDA


Na reta final, Sangue bom (Globo) promete muitas emoções. Malu (Fernanda Vasconcellos) descobre a falsa gravidez de Amora (Sophie Charlotte) e ameaça a irmã, afirmando que contará tudo a Bento (Marco Pigossi). Descontrolada, a ex-it girl diz que fará de tudo para impedi-la. “E como você vai me impedir? Vai me trancar num porão? Vai me matar?”, questiona Malu. Amora dispara: “Sabe que não seria má ideia? Gente como você só deixa os outros em paz... quando morre.” Coincidência ou não, no mesmo dia, Malu passa em frente a uma escadaria do bairro, ao lado da Acácia Amarela, floricultura de Bento, e é empurrada, rolando pelos degraus. Bento ouve os gritos e socorre a suposta irmã. Mais tarde, acompanhado de Madá (Fafy Siqueira), ele vasculha o local à procura de pistas, pois o caso é tratado como tentativa de homicídio. É quando encontram um anel no chão. O florista reconhece que a mulher tem um igual. Será que foi Amora ou alguém tentando incriminá-la? Os autores, Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari, guardam a sete chaves os segredos dos últimos capítulos.

FORA NA CARLA BRUNI

O ator Reynaldo Gianecchini, em entrevista à revista Trip deste mês, afirmou que já deu um fora na modelo, cantora e ex-primeira dama da França Carla Bruni, na época em que ele trabalhava como modelo, antes de estrear na TV. “Não é que eu não quis. Na verdade, não desenvolvi. Se fosse hoje, que eu sou muito mais esperto, teria jogado com aquilo [risos]. Mas é que naquela época eu morava no exterior e era uma fase da minha vida em que eu estava muito zen. Só meditava, não saía de casa, não ia a festas. Achava todo aquele ambiente que eu trabalhava chato demais”, disse o ator, acrescentando: “Ela realmente é uma das mulheres mais lindas que já vi.” Sobre as fofocas que envolvem a sua sexualidade, Gianecchini garante que já aprendeu a lidar com elas. “Sou muito alvo de fofocas, de histórias que não vivi. Fico quietinho vendo aquilo andar sozinho. Seria horrível eu ter que ficar rebatendo tudo que falam a meu respeito. A melhor forma de me defender é não falar nada”, comentou o ator, que fez 40 anos e superou um câncer.\

VIVA
Química do casal Giane (Isabelle Drummond) e Fabinho (Humberto Carrão) em Sangue bom.

VAIA
Sem o quadro “Dança dos famosos”, Domingão do Faustão (Globo) perde muito. Um tédio danado.

Carlos Herculano Lopes - A vovó mais feliz‏


A vovó mais feliz
Carlos Herculano Lopes


carloslopes.mg@diariosassociados.com.br


Estado de Minas: 11/10/2013 






Os dois se encontraram em um supermercado na Rua Santa Catarina, no Santo Agostinho, em Belo Horizonte. Amigos de outros tempos, há muito não se viam, embora morem perto, ali mesmo no bairro. Ela empurrava um carrinho no qual ia colocando as compras da semana. Ele tinha ido buscar pão e leite para o lanche da tarde, além de algumas frutas. Teve um dia pesado de trabalho. Lá fora ventava, começava a chover, e o engarrafamento, como sempre ocorre em situações assim, já se fazia notar. Em pouco tempo, com certeza, o trânsito estaria parado. Era forte o barulho dos trovões.

“O que você anda fazendo?”, ela perguntou ao homem, que caminhava a seu lado entre uma gôndola e outra. “Lutando como sempre, às vezes viajando, na batalha pela sobrevivência”, ele respondeu, enquanto Maria Eduarda – este era o nome da amiga – ia colocando as compras no carrinho. Várias outras pessoas faziam o mesmo. “E você?”, ele também quis saber. “Ah!, nem te conto, já sou vovó duas vezes, dá para acreditar?”, ela então abriu um sorriso, sem conseguir esconder a emoção ao revelar aquela novidade.

“São duas gracinhas, nunca pensei que ser avó fosse uma coisa tão boa”, completou, para, em seguida, pegar o celular e, com a cara mais feliz do mundo, mostrar ao amigo uma foto de duas meninas numa praia. “Esta é a Ludmila, a mais moreninha. A outra, que me puxou, é a Maria Thereza. São lindas, não?”

“Onde é este lugar?”, o homem quis saber. Àquela altura, tinha comprado o que precisava. Mas continuava ali, ao lado de Maria Eduarda, pois gostava muito dela. Além do mais, devia ter uns 10 anos que não a encontrava. “Nas Filipinas, para onde uma das minhas filhas se mudou há alguns meses. O marido dela é engenheiro de uma multinacional, e foi transferido para lá”, ela disse. Contou ainda que, antes disso, eles tinham morado no Uruguai, num bairro bem tranquilo de Montevidéu, aonde ela foi várias vezes.

“E você já esteve nas Filipinas?”, ele perguntou. “Fui a Manila no ano passado, queria estar perto de Diva na hora do parto. Graças a Deus correu tudo bem, e ficamos satisfeitas com os médicos de lá, que a assistiram muito bem”, a amiga respondeu, devolvendo o celular à bolsa. A chuva, lá fora, continuava com intensidade. Mas já não se ouviam os trovões. Daí a pouco, depois que pagaram as compras, ela lhe ofereceu uma carona, e ele aceitou, embora morasse a menos de três quarteirões do supermercado.

O engarrafamento, que havia tomado todo aquele trecho da Rua Santa Catarina, e também das avenidas do Contorno e Olegário Maciel, permitiu a eles conversarem mais um bom tempo. Ao deixá-lo na porta do prédio onde ele mora, Maria Eduarda, a vovó mais feliz do mundo, ainda disse, abrindo outro sorriso: “Quando minha filha vier aqui, vou ligar pra você conhecer minhas netinhas”. “Terei a maior alegria, está combinado”, ele respondeu, despedindo-se da amiga com um abraço. Nem notou que a chuva havia parado. 

Saúde mental e adultos mais velhos‏


Humberto Corrêa

Professor titular de psiquiatria da Faculdade de Medicina-UFMG,
chefe do Departamento de Saúde Mental da UFMG, vice-presidente da Associação Mineira de Psiquiatria



Estado de Minas:
11/10/2013 


Celebrou-se ontem (10 de outubro), como todos os anos, desde 1992, o Dia Mundial da Saúde Mental. O tema escolhido pela Federação Mundial de Saúde Mental, apoiada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para 2013, é Saúde mental e adultos mais velhos. A intenção, já que não há muito que comemorar, é colocar temas da saúde mental nas agendas dos governos e sensibilizar a opinião pública em relação à importância do problema. Uma sociedade mobilizada pode pressionar por melhores e mais eficientes serviços.

Não se trata de doenças do mundo moderno, uma vez que as doenças mentais são eminentemente humanas e existem desde que existe o homem. Possivelmente, uma das primeiras referências à doença mental está na Bíblia, no Livro dos Juízes, do Velho Testamento. Temos ainda, na tradição da medicina grega e na do Oriente, descrições detalhadas, próximas das atuais, do que seriam, por exemplo, depressão ou mania. No mundo, duas em cada 10 pessoas padecem de um transtorno mental. No Brasil, não é diferente. Cerca de 45 milhões de brasileiros têm ou já tiveram uma doença mental. Segundo dados do Ministério da Saúde, aproximadamente 6 milhões de brasileiros sofrem com transtornos mentais graves e crônicos; outros 12 milhões, com problemas graves relacionados ao uso de álcool e outras drogas. Muitos outros milhões com quadros depressivos, demenciais, ansiosos e outros.

São problemas importantes de saúde pública, ainda, infelizmente, negligenciados, frequentemente não diagnosticados pelos profissionais de saúde e que carregam um estigma de raízes histórico-culturais, que fazem com que as pessoas relutem em procurar ajuda. Ao mesmo tempo causa, mas também consequência desses fatos, temos no Brasil uma assistência pública em saúde mental ainda deficiente, focada quase exclusivamente naquele que deveria ser apenas um dos elos de uma rede complexa e integrada de assistência, os Centros de Atenção Psicossocial (Caps).

Os demais elos dessa rede, como leitos psiquiátricos de qualidade em hospitais gerais e serviços ambulatoriais de qualidade, são claramente insuficientes. Além do enorme sofrimento pessoal e familiar, o não tratamento adequado dos transtornos mentais acarreta gigantescos impactos. São afastamentos do trabalho, aposentadorias precoces, uma população de rua majoritariamente com doenças mentais, sem qualquer tipo de assistência, e, finalmente, o suicídio. No mundo, cerca de um milhão de pessoas se suicidam a cada ano, quase todas elas portadoras de um transtorno mental.

Em 2013, o tema central da campanha é Saúde mental e adultos mais velhos. Muito oportuno, tendo em vista a grande mudança que observamos no perfil etário populacional em todo o mundo. Segundo a OMS, entre os anos 2000 e 2050 passaremos de 600 milhões para mais de 2 bilhões de pessoas com mais de 60 anos de idade. Estima-se que pelo menos 20% sofram de algum transtorno mental, os mais comuns sendo as demências e a depressão.

Esperemos que essa campanha sirva como um alerta para toda a sociedade. Passamos também, no nosso país, por um rápido processo de mudança no perfil etário. Não somos mais um país tão jovem, mas sim um país que envelhece rapidamente, sem que nos preparemos adequadamente para isso. Estamos desperdiçando, em função de nossas diversas mazelas, que incluem a falta de vontade política, boa parte do nosso bônus demográfico (este momento em que a maior parte da nossa população se encontra em idade produtiva), que poderia ser aproveitado para reformas estruturantes do nosso país na educação, na saúde e no sistema previdenciário. Caminhamos, inexoravelmente, para nos transformar em uma sociedade cada vez mais idosa e com um risco enorme de sermos também uma sociedade sem os recursos necessários, culturais, organizacionais e materiais, para fazer face aos vários desafios decorrentes, incluindo os relativos à saúde mental. 

Nova esperança de cura para o Alzheimer‏

Em experimentos com ratos, substância evitou a morte de neurônios, condição que caracteriza a doença neurodegenerativa. O composto, porém, provocou efeitos adversos graves, como o surgimento de diabetes e a falência do pâncreas 



Paloma Oliveto


Estado de Minas:
11/10/2013 


Giovanna Mallucci, líder da equipe que desenvolveu a droga (University of Leicester/Divulgação  )
Giovanna Mallucci, líder da equipe que desenvolveu a droga


O aumento da longevidade tem levado a um paradoxo na saúde pública: ao mesmo tempo em que o ganho em anos de vida é comemorado, cresce a preocupação com a alta na incidência de doenças degenerativas. Nesse grupo, inclui-se o Alzheimer, que, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), atinge 35,6 milhões de idosos no mundo. Ainda sem tratamento específico, esse mal, caracterizado pela perda progressiva da memória, poderá ser controlado no futuro por um comprimido administrado via oral. Em ratos, o composto químico conseguiu eliminar os sintomas da enfermidade, segundo um grupo de pesquisadores ingleses.
A notícia foi recebida com entusiasmo pela comunidade científica, mas especialistas e os próprios envolvidos no estudo ressaltaram que, embora signifique um passo importante, o experimento não é sinônimo da cura da doença. Um dos problemas é que, nos animais, o mesmo composto que reverteu a demência provocou efeitos colaterais graves, incluindo diabetes e falência do pâncreas. Além disso, os resultados referem-se a testes feitos em roedores, sendo que as cobaias foram manipuladas geneticamente para sofrer doenças priônicas — inflamações cerebrais que se comportam e têm consequências semelhantes às do Alzheimer, mas não são a mesma coisa.
Ontem, quando o artigo foi publicado na revista médica Science Translational Medicine, alguns sites falaram que a doença estava a “um passo da cura”, algo que incomodou os cientistas responsáveis pela pesquisa. “Até começarmos a pensar em algum tipo de benefício para pacientes humanos, teremos de esperar no mínimo 10 anos. Isso é uma coisa que as pessoas precisam ter em mente”, ressalta Giovanna Mallucci, cientista da Universidade de Leicester, no Reino Unido, e chefe da equipe que desenvolveu o estudo.
Mallucci destaca, porém, a importância dos resultados para nortear investigações futuras sobre uma doença que só começou a ser desvendada recentemente. “Nós descobrimos uma forma de evitar a morte dos neurônios, condição que caracteriza as doenças priônicas, além de Alzheimer, Parkinson e Huntington. Então, temos uma ferramenta importante com a qual poderemos trabalhar na busca de um remédio eficaz”, explica.
O mesmo grupo de pesquisadores descreveu recentemente, na revista Nature Neuroscience, o padrão de destruição neuronal, que foi interrompida por manipulação genética. Agora, conseguiu demonstrar que um composto patenteado por um laboratório multinacional com sede em Londres reverte esse quadro. “É o que nos dá esperança de que um remédio poderá enfrentar essas doenças. Temos, à mão, uma abordagem que, em princípio, se mostrou possível”, destaca a neurocientista.
Mallucci explica que as células do cérebro são destruídas quando alterações — no caso do Alzheimer, depósitos de gordura ou fibras — no órgão interrompem a formação de novas proteínas. Como essas estruturas são a base da construção celular, o desligamento do mecanismo de renovação resulta na morte dos neurônios. O comprimido religou a “fábrica” de proteínas, evitando a manifestação de sintomas nos ratos que receberam o composto. Já o grupo de animais doentes que não tomou a substância desenvolveu problemas de memória e movimento. A comparação permitiu aos cientistas concluir que foi a pílula que estimulou a produção normal de proteínas, prevenindo a neurodegeneração.
Em um comunicado, Hugh Perry, chefe do laboratório de pesquisas neurocientíficas da Universidade de Leicester, destacou a importância da descoberta. “Apesar da toxidade do composto usado (na pesquisa), esse estudo indica que, pelo menos em ratos, agora, temos a prova de que uma abordagem terapêutica pode ser atingida. Isso pode ajudar, no futuro, o desenvolvimento de drogas para tratar pessoas que sofrem de demências e outras doenças neurodegenerativas devastadoras”, afirmou Perry.
Para Jack Jhamandas, neurocientista da Universidade de Alberta, substâncias capazes de evitar a morte celular são a abordagem mais promissora na busca por um tratamento contra o Alzheimer. No ano passado, a equipe do diretor da Divisão de Neurologia da instituição constatou que um medicamento originalmente desenvolvido para pacientes diabéticos impede a destruição dos neurônios em ratos. “No nosso trabalho, o composto foi eficaz no sentido de evitar que as placas amiloides (veja infografia) matem as células cerebrais”, conta. “Acho que estamos no caminho certo, mas temos de ser cautelosos ao anunciar essas descobertas para que as pessoas não pensem que amanhã já existirá um remédio bom contra o Alzheimer. Infelizmente, não é assim. Na realidade, penso que essa e outras doenças neurodegenerativas serão combatidas por várias frentes; os remédios serão uma delas”, diz.

Técnica pode facilitar a comunicação verbal

Vilhena Soares

A dificuldade de comunicação é uma das principais complicações do Alzheimer. Pesquisa do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) indica que, se forem estimulados corretamente, idosos com a doença podem ter a capacidade de conversa conservada. “Estimulando os pacientes com as palavras que eles têm preservadas, eles conseguem se comunicar”, explica Renné Panduro Alegria, autor do estudo.
A pesquisa foi feita no Programa Terceira Idade (Proter), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, com homens e mulheres com em média 81 anos. Vinte e três tinham Alzheimer e 23 não. Cada paciente conversou com o pesquisador durante 20 minutos sobre cidade, família, educação, alimentação, saúde e religião. “A conversação era livre e, com perguntas abertas, eu abordava os seis temas no decorrer da interação”, explica Alegria.
As conversas foram transcritas e as palavras usadas pelos pacientes avaliadas manualmente e por meio de um software, o Stablex, que contabiliza as palavras de um texto e lista as mais frequentes e de maior peso na expressão. O pesquisador constatou um alto uso de substantivos em relação aos verbos. Entre eles, palavras que nomeiam coisas concretas foram mais utilizadas e lembradas. Já os substantivos abstratos praticamente não foram utilizados. Alegria também detectou o emprego alto de interjeições e preposições.
Segundo o pesquisador, ao considerar esses itens lexicais, a comunicação oral com pessoas com Alzheimer pode ser melhorada. “Podemos verificar que as escolhas das palavras pelos indivíduos não são feitas por acaso (…). Ao serem estimulados e receberem dicas, eles (os pacientes) respondem melhor, usam palavras próprias, da região onde vivem. Desejamos criar guias de comunicação entre pacientes e cuidadores com suas palavras mais usadas e preservadas a partir das informações do nosso banco de dados”, detalha Renné.
Ronaldo Maciel, neurologista do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), avalia que o método utilizado por Renné aborda um ponto importante no tratamento do Alzheimer: a dificuldade de comunicação. “O declínio cognitivo provoca a falta de compreensão verbal, que gera uma serie de prejuízos pela impossibilidade de comunicação. Causa sofrimento para o paciente e também para a família. De alguma maneira, essa técnica pode facilitar e trazer, de repente, uma espécie de vocábulo, específica para o paciente”, destaca. A próxima etapa da pesquisa, segundo Alegria, será verificar as áreas cerebrais relacionadas à linguagem que estão preservadas em pacientes com Alzheimer e tentar estimulá-las.