terça-feira, 8 de outubro de 2013

Paulo Lins endossa críticas à lista da feira de Frankfurt

O Globo - 08/10/2013

Em entrevista publicada anteontem pelo jornal alemão "Tagesspiegel" o escritor Paulo Lins disse que a lista de autores brasileiros convidados à Feira do Livro de Frankfurt é racista e não representa o Brasil, país homenageado no evento, que começa hoje. Único negro entre os 70 brasileiros, ele comenta a acusação feita na semana passada pelo "Süddeutsche Zeitung" de que houve racismo na seleção.
"Eu sou o único autor negro desta lista. Em que caso isso não é racismo?" afirma Lins, quando questionado sobre a seleção, feita pelo jornalista Manuel da>Costa Pinto, pela diretora de Livro, Leitura e Literatura da Fundação Biblioteca Nacional, Maria Antonieta Cunha, e por Antonio Martinelli, coordenador de programação do Sesc São Paulo.

"É claro que depende do que e de quem se procure, e de que concepção se tenha da literatura. Esta lista não representa o Brasil" diz.

O autor de "Cidade de Deus" já havia postado uma foto em sua página no Facebook em que ironizava a lista de autores convidados. Em imagem em que aparece ao lado do escritor paraense Daniel Munduruku, Lins escreveu "O negro e o índio". Também destacado pela imprensa alemã ao longo das últimas semanas, Munduruku é o único autor de ascendência indígena a ser escolhido.
Lins lança, na Alemanha, seu segundo romance, "Desde que o samba é samba" pela editora Droemer (tradução de Barbara Mesquita), sobre o qual comenta na longa entrevista ao "Tagesspiegel" Ele diz ainda que o Brasil conversa a contragosto sobre racismo, mas que, no país, os negros "só podem ser ser jogadores de futebol ou músicos". "Quando eu entro num restaurante caro, há imediatamente olhares questiona-dores" afirma.

Na semana passada, o presidente da Feira de Frankfurt, Jürgen Boos, negou que houvesse critério racista na lista de autores. A ministra da Cultura, Marta Suplicy, engrossou o coro ao também rebater as críticas, em entrevista coletiva, na Biblioteca Nacional, na última quarta-feira.

- O critério não foi étnico. Primeiro (foi valorizada), a qualidade estética, depois, que os autores tivessem livros traduzidos em língua estrangeira.

A afirmação de Lins não foi o único fato a estabelecer um tom político entre a delegação brasileira, às vésperas da feira. Os autores convidados recolhem assinaturas para um manifesto em defesa da greve dos professores do Rio de Janeiro, organizado por João Paulo Cuenca, em parceria com o próprio Lins e Luiz Ruffato.

OUTRAS CONTROVÉRSIAS


A nova controvérsia acontece depois de o escritor Paulo Coelho anunciar, na sexta-feira, que não iria mais participar da comitiva brasileira em Frankfurt. Fazendo duras críticas ao governo brasileiro — que ele chamou de "um desastre" —, Coelho reclamou da ausência de best-sellers da literatura in-fantojuvenil e fantástica na delegação, como Eduardo Spohr, Raphael Draccon e André Vianco, entre outros. O mago disse duvidar que todos os autores convidados fossem "escritores profissionais".

As mulheres invadem o Planalto

Correio Braziliense - 08/10/2013

 Mariana Vieira 


A Bíblia denife que, o homem teria sido criado do barro, e a mulher, da costela dele. Eliana Kertész encurta este caminho e, há vinte anos, cria mulheres a partir do barro. Rechonchudas, de uma solidez e forças inegáveis; eis a marca do trabalho da escultora, que expõe, a partir de hoje, uma retrospectiva de sua carreira. Mulheres do Brasil será inaugurada, hoje, às 17h, no Palácio do Planalto, com participação da presidente Dilma Rouseff. “Ela (presidente) é a principal homenageada, pois é uma mulher que eu admiro muito”, revela Eliana. Antes de dedicar-se à escultura, ofício no qual se declara autodidata, a baiana foi política, tendo sido eleita vereadora em Salvador.

O público poderá conferir 62 esculturas em barro, resina, fibra de vidro e bronze. “Mas todas começam no barro”, lembra. A exposição conta, ainda, com um monumento de 3,5 metros de altura, uma homenagem às mulheres guerreiras do Brasil, numa releitura da tão emblemática peça Os Guerreiros, de Bruno Giorgi. “A mulher brasileira é uma guerreira que usa as armas que pode, com sentimento, sem vergonha de ser feliz. E as mulheres também ajudaram a construir Brasília”, explica a artista.

Ela calcula que, nas duas décadas de trabalho, já moldou mais de 300 peças. Todas nomeadas. “Às vezes, são nomes simples, como Maria e Fadinha, outras, como numa série de mulheres da literatura brasileira, uso nomes como Gabriela e Dona Flor”, conta.


62 Total de obras na exposição Mulheres do Brasil

Mulheres do Brasil

Exposição de Eliana Kertész. De 8 de outubro a 8 de novembro de 2013, no Palácio do Planalto. Diariamente, das 9h às 18h. Entrada franca. Classificação Indicativa: livre.

MARIA ESTHER MACIEL » Tarde de chuva‏

Sob os efeitos da primavera, a praça estava exuberante com seus ipês, palmeiras e canteiros de flores





Estado de Minas: 08/10/2013 



Na semana passada, estive no Circuito Cultural da Praça da Liberdade, o mais novo espaço de cultura de Belo Horizonte. Pude ver, ao vivo, como a praça se tornou ponto de confluência de vários museus, centros de exposição, arquivos públicos e outros lugares de preservação e divulgação das artes e da cultura – os quais agora ocupam os belos prédios que, até pouco tempo, sediavam setores da administração pública do estado de Minas Gerais.

Sob os efeitos da primavera, a praça estava exuberante com seus ipês, palmeiras e canteiros de flores. Mesmo com a chuva repentina no final da tarde, trazendo caos ao trânsito do entorno, foi bom percorrê-la sem pressa e sentir sua vitalidade em cada detalhe. O prédio do recém-inaugurado Centro Cultural do Banco do Brasil anunciava uma exposição instigante, intitulada Elles – Mulheres artistas na coleção do Centro Pompidou (que ficará por lá até dia 21), além de uma mostra multimídia em homenagem aos 90 anos do escritor mineiro Fernando Sabino. Outros prédios capturaram meu olhar, não apenas pelo que representam em matéria de arquitetura, mas também pelo que passaram a oferecer a quem gosta de arte, memória e cultura. Entre eles, o próprio Palácio da Liberdade, agora aberto à visitação pública. Tudo isso me fez ver na praça um espaço múltiplo (e único) que atesta – em grande estilo – o crescimento cultural de Belo Horizonte. Um lugar ideal para passear no fim de semana.


Não foi fácil encontrar um táxi disponível e voltar para casa naquele final de tarde chuvoso. Mas valeu a pena ter me molhado um pouco (mesmo com guarda-chuva) depois de percorrer a praça e seus espaços artísticos. Minha sensação foi de que viver em Belo Horizonte – apesar das dificuldades próprias de uma grande cidade brasileira – tem se tornado uma experiência mais gratificante nos últimos anos, pelo menos em termos culturais.


Quando finalmente cheguei em casa, troquei de roupa, sequei o cabelo e fui consultar meus e-mails no escritório. Entre as mensagens recebidas estava a de uma querida leitora desta coluna, que me fez desviar da imagem da praça e cair no riso. Não tinha nada a ver com a experiência do dia, mas vale assim mesmo uma referência. Era uma divertida lista das doenças brasileiras que vão dar muita dor de cabeça nos médicos estrangeiros. Alguns exemplos: “espinhela caída”, “quebranto”, “nariz escorrendo”, “tosse de cachorro”, “cobreiro”, “dor nas cadeiras”, “vento caído”, “estambo embrulhado”, “pereba”, “sapinho”, “moleira mole”, “nó nas tripas”, entre várias outras. Aulas de português não serão de muita valia, nesse caso, para os doutores. Tampouco serão os glossários dos livros de medicina. Espero que os médicos estrangeiros não fiquem com os “nervos torcidos” depois de alguns meses no Brasil.


Mas voltando à tarde de chuva da semana passada, termino por dizer que as imagens vistas na praça ocuparam novamente os meus olhos, logo após o riso provocado pela lista. Só torci para não ter contraído nenhum resfriado, que no Nordeste é também chamado de “infruço” – palavra inexistente nos dicionários cultos de nossa língua.  

Os mistérios de Pessoa - Carlos Herculano Lopes

Estado de Minas: 08/10/2013 


O poeta Fernando Pessoa em quadro de Almada Negreiros     (Almada Negreiros/reprodução)
O poeta Fernando Pessoa em quadro de Almada Negreiros


 Escrever sobre a vida de um ícone da literatura não é tarefa das mais fáceis. Que o diga o advogado, consultor da Unesco e ex-ministro da Justiça José Paulo Cavalcanti Filho, que vem hoje a BH autografar o livro Fernando Pessoa, uma quase biografia. A missão exige tempo, envolve muitas pessoas, requer atenção a pequenos detalhes e a leitura de dezenas de livros. Gasta-se dinheiro e, sobretudo, é preciso ter paciência, muita paciência, para pôr tudo em ordem até, finalmente, começar a fase final da escrita.

 Nada disso parece ter assustado Cavalcanti. Desde 1966, quando leu o poema “Tabacaria”, ele passou a se interessar pela vida e a obra do poeta português morto em 1935, com apenas 47 anos.

Cavalcanti fez viagens a Portugal, entrevistou muita gente, visitou os lugares em que o escritor morou, imaginou situações e tentou vivenciar a solidão do poeta. “No fundo, agora percebo, queria sentir os limites do seu destino”, revela.

Publicada pela Editora Record, a biografia deu ao autor o Prêmio Jabuti e chegou à sexta edição – a última delas revisada. Há apenas mais três livros do gênero: o primeiro lançado em Portugal, em 1950; o outro em 1986, na Espanha; e o terceiro na França, em 1996.

Cavalcanti, que também escreveu Fernando Pessoa, o livro das citações, destaca que o poeta não tinha 72 heterônimos, mas 127. “Eles eram as máscaras de Pessoa”, diz Cavalcanti Filho, de 64 anos, integrante da Academia Pernambucana de Letras.

Três perguntas para...

José Paulo Cavalcanti Filho
escritor

Qual foi o maior desafio que o senhor enfrentou nesse trabalho?

 Sem dúvida, o tempo. Pessoa morreu em 1935. Era quase impossível reconstituir essa vida, que era o que me propunha, depois de tanto tempo. Só que o destino me ajudou. Não apenas encontrei os papéis como também pessoas, muitas anônimos que ninguém sabia existir, amigos que iam sempre à sua casa, a seu quarto. O resultado foi satisfatório por revelar numerosas passagens de sua vida, ainda desconhecidas: o livro que escreveu sem indicar ser seu autor, O bem amado; outro que vendeu a um judeu russo, Alma errante. E o último encontro de seu implausível amor no hospital em que morreu.

Por que o poeta tinha tantos heterônimos?

Pessoa teve, pela vida, 127 heterônimos, que descrevo com suas biografias possíveis. Bem mais que o número que se supunha até então, 72. Por amor à verdade, devo dizer: não eram assim tão importantes para ele. No fim da vida, decidiu abandonar todos e escrever um “livro grande” com o melhor deles, publicado em seu nome. Livro com o qual esperava ganhar o Prêmio Nobel. Não conseguiu. A derrota era sua companheira inseparável.

Quem, na realidade, era Fernando Pessoa?

Um homem vaidoso, extremamente vaidoso. Com plena consciência da grandeza de sua obra. E triste, imensamente triste.


FERNANDO PESSOA
Quase biografia, amores, ofícios, a arte de fingir, seus 127 heterônimos, o gênio e a liturgia do fracasso
De José Paulo Cavalcanti Filho
Editora Record, 734 páginas
Hoje, às 19h30, o autor participa do projeto Sempre um papo. Sala Juvenal Dias (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro).

Tv Paga

Estado de Minas: 08/10/2013 



 (Warner/Divulgação)

Bom humor


Noite movimentada no Warner Channel. Para começar, a volta de The big bang theory, em sua sétima temporada, às 20h. Na sequência, às 20h30, a estreia de Mom, comédia que acompanha as aventuras de Christy, que, além de educar os dois filhos num mundo cheio de tensões e armadilhas, ainda precisa aguentar a própria mãe, que vive pegando no seu pé – mãe e filha são interpretadas pelas ótimas Allison Janney e Anna Faris (foto). No Multishow, às 22h, estreia mais uma temporada de Sensacionalista, “o telejornal isento de verdade”.

Animal Planet exibe série
produzida por brasileiros


Novidade também no Animal Planet, que estreia, às 23h, a série Resgate animal. Assinada pela produtora brasileira Gullane e pela Grifa Filmes, a série de seis episódios acompanha o trabalho de veterinários, biólogos, cientistas, policiais ambientais e bombeiros agindo em tempo real para salvar animais silvestres expostos ao perigo.

SescTV mostra as romarias
ao Santuário de Aparecida


O dia da padroeira do Brasil será comemorado sábado, mas o SescTV antecipa a festa com a exibição hoje, às 17h, do episódio “Devotos de Nossa Senhora Aparecida”, que integra o tema “Fé no Brasil”, da série Coleções. Por semana, cerca de 200 mil pessoas de todo o país visitam o Santuário Nacional de Aparecida, no interior de São Paulo, para pagar promessas ou agradecer um pedido atendido.

Beth Goulart explica como
encarnou Clarice Lispector


José Wilker entrevista a atriz Beth Goulart, filha de Nicette Bruno e Paulo Goulart, em mais um programa da série Palco e plateia, às 21h30, no Canal Brasil. Beth Goulart define o teatro como uma arte política e de resistência e comenta a preparação para a peça Simplesmente eu, Clarice Lispector, que lhe rendeu o Prêmio Shell de melhor atriz em 2010. Já às 23h30, no programa Provocações da Cultura, Antônio Abujamra conversa com Pablo Capilé, líder do Circuito Fora do Eixo e da Mídia Ninja.

Documentário faz o perfil
de um artista multimídia


O canal Arte 1 apresenta nesta noite, às 21h30, o documentário Cildo, realizado em 2008 e que traça o perfil de um dos artistas plásticos brasileiros mais importantes da atualidade, Cildo Meireles. Por quatro anos, o diretor Gustavo Moura acompanhou o artista carioca na concepção e execução de seus projetos e mergulhou em seu processo criativo.

Filme de Breno Silveira vai
ser reprisado no Telecine

Depois da estreia no canal Premium, a produção brasileira À beira do caminho volta em reprise hoje no Telecine Pipoca, às 22h. Dirigido por Breno Silveira, o filme tem no elenco João Miguel, Dira Paes e o menino Vinicius Nascimento. No Canal Brasil, a atração é Jardim Atlântico, do pernambucano Jura Capela, às 22h. Outro destaque de hoje do pacote de filmes é o alemão A onda, também às 22h, no Telecine Cult. Ainda na faixa das 22h, o assinante tem mais quatro boas opções: Os produtores, no Sony Spin; Vítima da sedução, no ID; Matrix, no TCM; e O príncipe do deserto, na HBO. Ouras atrações da programação: Zumbilândia, às 20h30, no Universal Channel; Dragonball: Evolution, às 20h50, no Megapix; Amor à flor da pele, às 21h40, no Glitz; As loucuras de Dick e Jane, às 23h, no Comedy Central; e Adeus às armas, à meia-noite, na Cultura.

CARAS & BOCAS » Partida de futebol Simone Castro

Simone Castro

Estado de Minas: 08/10/2013 



Armane (Vladimir Brichta), Chalita (Flávio Migliaccio), Jurandir (Érico Brás), Tavares (Kiko Mascarenhas), Djalma (Otávio Muller) e PC (Daniel Boaventura): Tapas & beijos (Alex Carvalho/TV Globo)
Armane (Vladimir Brichta), Chalita (Flávio Migliaccio), Jurandir (Érico Brás), Tavares (Kiko Mascarenhas), Djalma (Otávio Muller) e PC (Daniel Boaventura): Tapas & beijos

Um campeonato de futebol de botão vai agitar o episódio de hoje de Tapas & beijos (Globo). Os homens do comércio em Copacabana, Rio de Janeiro, se armam para a disputa que promete ser acirrada. Ganhador das últimas partidas do bairro, Armane (Vladimir Brichta) desafia Djalma (Otávio Muller) para jogar. Mas, cheio de empáfia e desavisado, nem imagina que seu adversário possui uma coleção de medalhas da modalidade e tem fama de invencível. A batalha, que vale a posse dos negócios do rival, mobiliza todos os vizinhos a torcer – e apostar – pelo seu jogador preferido. O único imprevisto que pode impedir o dono da loja Djalma Noivas de levar mais esse título é o sumiço de uma peça fundamental de seu time, batizada de Rivelino. E é aí que entra em cena o ex-craque do futebol brasileiro: só os conselhos do próprio ídolo, com quem Djalma conversa nos seus sonhos, poderiam trazer sua sorte de volta. Enquanto isso, Fátima (Fernanda Torres) e Sueli (Andréa Beltrão) estão às voltas com um presente de grego da patroa Flavinha (Fernanda de Freitas): um turbante como adereço do uniforme. E elas farão de tudo para se livrar do acessório, já que se tornaram a piada do bairro.

GLOBO TEM INDICAÇÕES
AO EMMY INTERNACIONAL


A TV Globo recebeu ontem indicações ao 41º Emmy Internacional, em Cannes. O anúncio dos finalistas foi feito durante a Mipcom – feira dedicada ao mercado televisivo, realizada anualmente na França. A emissora concorre com duas produções na categoria Melhor novela: Avenida Brasil, sucesso mundial, já vendida para mais de 100 países, e Lado a lado, que será exportada em 2014. Além das novelas, Fernanda Montenegro é finalista na categoria Melhor atriz por seu papel no especial Doce de mãe; Como aproveitar o fim do mundo em Melhor comédia, e O brado retumbante em Melhor série dramática. A Globo é a única TV brasileira que já venceu o Emmy nternacional e coleciona oito estatuetas do prêmio, considerado o Oscar da televisão mundial. Marcos Palmeira também disputa na categoria de Melhor ator pelo protagonista da série nacional Mandrake, cartaz da HBO (TV paga). Os vencedores serão conhecidos em uma cerimônia de gala, que será realizada em 25 de novembro, em Nova York.

PERSONAGEM DE BREAKING
BAD GANHA HOMENAGEM


O último episódio que encerrou a série Breaking bad já foi ao ar nos Estados Unidos com o desfecho esperado pelos telespectadores. De acordo com o Huffington post, um fã de Albuquerque, cidade do Novo México que ficou famosa por conta da trama do ex-professor que se transforma em um dos maiores traficantes dos Estados Unidos, publicou um obituário do personagem, Walter White/Heinsenberg, vivido pelo ator Bryan Cranston. O professor de ciências da cidade, David Layman, é quem  publicou o texto e, dizem, adotou o visual do ídolo. No Brasil, a badalada série é exibida no canal AXN (TV paga).

ANA FURTADO COTADA PARA
COBRIR AS FÉRIAS DE FÁTMA


Nas férias da apresentadora Fátima Bernardes, em janeiro, a cotada para substitui-la é Ana Furtado, que divide a bancada no Video show. Ela se despede da atração no final deste mês. Em janeiro, Ana Furtado, mulher do diretor Boninho, costuma fazer incursões no Big brother Brasil. Com novo formato, o Vídeo show terá como apresentador, a partir de novembro, Zeca Camargo.

CENA POLÊMICA

De acordo com o jornal Daily mail, a série britânica Downton Abbey deu o que falar depois da exibição, anteontem, de uma cena de estupro. Antes, os telespectadores apenas foram alertados com um aviso de que o episódio continha “cenas violentas que podem incomodar alguns espectadores”. No episódio da quarta temporada, Anna Bates (Joanne Froggart) é abordada por um criado chamado Mr. Green (Nigel Harman). Ele beija a empregada doméstica, que é casada, contra sua vontade. Quando a mulher resiste, porém, ele a agride com um soco e a arrasta até um quarto vazio, onde a empurra sobre uma mesa. A cena em si não foi ao ar explicitamente, mas foi possível ouvir sons de golpes e os gritos da moça. Depois, ela apareceu com machucados no rosto enquanto pedia ajuda. Os fãs criticaram a cena nas redes sociais. No Brasil, a série é exibida no canal pago GNT.

VIVA
A elegante e competente Renata Vasconcellos na apresentação do Fantástico.

VAIA
Com atraso, André Marques sai do comando do Vídeo show. Já estava repetitivo.

Cientistas se unem para mapear o cérebro em um supercomputador

Cientistas de 135 instituições uniram-se para reproduzir o funcionamento do principal órgão humano em um grande modelo digital. A iniciativa, apoiada pela União Europeia, ajudará no diagnóstico de doenças neurológicas e no desenvolvimento de terapias mais eficazes


Bruna Sensêve

Estado de Minas: 08/10/2013 



Para desvendar as extraordinárias facetas do cérebro humano, centenas de cientistas se reúnem, nesta semana, na Suíça, para dar início ao que é considerado o projeto mais ambicioso na área de neurociência: o Human Brain Project (projeto cérebro humano, em português). Especialistas consideram o desafio ainda mais provocador e instigante que o Projeto Genoma Human o (PGH) devido à complexidade sem precedentes da empreitada. Pesquisadores de 135 instituições europeias e de outros continentes buscam integrar todo o conhecimento sobre o cérebro em modelos computacionais e desenvolver métodos que permitirão uma compreensão profunda de como funciona o principal órgão humano. Depois de 10 anos de trabalho, eles pretendem ter um supercomputador capaz de simular todas as conexões de quase 100 bilhões de neurônios, que fazem do cérebro humano a máquina mais misteriosa já conhecida pelo homem.

Os modelos construídos pelo projeto deverão abranger todos os níveis de organização do cérebro – de neurônios individuais ao córtex completo. O time promete trazer uma revolução na neurociência e na medicina, usando esse conhecimento para testar drogas contra doenças neurológicas e derivar novas tecnologias da informação diretamente da arquitetura do cérebro. Nesta semana, médicos, neurocientistas, cientistas de computação e de robótica vão acertar os últimos detalhes para colocar em andamento a iniciativa, selecionada pela União Europeia como um de seus principais projetos tecnológicos, recebendo um investimento de 1,2 bilhão de euros.

A missão inicial é lançar seis plataformas de investigação até 2016. Para isso, ao longo dos próximos 30 meses, cientistas criarão e testarão ferramentas tecnológicas e métodos, divididos nas áreas de neuroinformática, simulação cerebral, computação de alto desempenho, informática médica, computação neuromórfica e neurorrobótica. Todas essas plataformas dependem umas das outras para o sucesso completo do projeto. A neuroinformática vai extrair o máximo possível de informações das fontes científicas, por exemplo, integrando e mapeando todos os níveis de organização do cérebro.

Um dos integrantes do projeto, Stanislas Dehaene, professor de neurociência cognitiva do Collège de France e do Instituto Nacional Francês de Saúde e Pesquisa Médica (Inserm), explica que o córtex humano é organizado em áreas especializadas e, primeiramente, é preciso entender o que essas regiões estão fazendo. “Vamos criar mapas sistemáticos do cérebro humano tentando entender cada um desses subsistemas e tentando entender outros parâmetros específicos que podem ser levados à simulação.” Com esses dados em mãos, será desenvolvida a plataforma de simulação cerebral. A computação de alto desempenho fica encarregada de implementar o poder computacional para realizar essa tarefa.

Microchips neurais Na medicina, o trabalho da informática médica será focado na compilação e análise dos dados clínicos de centenas de pacientes com doenças neurológicas, contando com a colaboração de hospitais e empresas farmacêuticas. A partir dessas informações, o Human Brain Project partirá para um dos principais componentes: a criação de tecnologias neuroinspiradas. A equipe dessa frente de trabalho desenvolverá microchips que imitarão o funcionamento das redes neuronais com o objetivo de aproveitar a capacidade única de aprendizagem e de resiliência delas, isto é, de guardar energia para voltar ao estado normal após alguma situação crítica ou fora do comum.

“O entendimento de como funciona a cognição vai ajudar a desenvolver dispositivos completamente novos, chamados de computadores neuromórficos. Eles combinarão o poder da microeletrônica com a flexibilidade da inteligência humana”, anuncia Karlheinz Meier, professor da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, e codiretor de computação neuromórfica do Human Brain Project. Ele explica que, na computação, se é preciso resolver um novo problema, basta criar um software. Porém, o cérebro não funciona assim. O órgão aprende a lidar com situações que nunca foram vividas. Os sistemas neuromórficos seriam moldados da mesma forma. “O que construímos são modelos físicos de circuitos cerebrais em substratos de silício”, conclui.

Por fim, as atividades em neurorrobótica vão incidir na integração das simulações das redes neuronais em estruturas robóticas, inicialmente virtuais. Uma vez prontas, as plataformas poderão ser usadas não só pelos cientistas do projeto como por pesquisadores de todo o mundo. Os recursos estarão disponíveis em uma base de forma similar a outras infraestruturas de pesquisa, como as encontradas nos grandes telescópios da astronomia. Para que seja bem-sucedido, o trabalho depende de uma dinâmica de troca de informações entre as seis plataformas.

Impacto prático O coordenador do Laboratório de Neurociências e Comportamento do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), Gilberto Xavier, considera o projeto ousado, mas vê com bons olhos a iniciativa de investigação do sistema nervoso. O especialista acredita ser desafiador colocar em um supercomputador informações de diferentes níveis de abordagem. Desde trabalhos celulares e moleculares, como o funcionamento da membrana neuronal e a geração de impulsos elétricos, até informações sobre os circuitos responsáveis por determinadas funções.

“O interessante nisso é que, a partir dessas informações, será possível gerar uma série de simulações sobre qual seria o efeito de impor esse ou aquele desafio ao sistema nervoso. Qual seria o efeito de injetar uma determinada droga em certa região?”, exemplifica. Segundo o neurocientista, todos esses testes poderão ser submetidos a esse sistema nervoso virtual. “E isso nos dará um ensaio sobre como ele funciona, eventualmente até permitindo identificar coisas que uma avaliação menos global não permite”, acrescenta.

Também será possível investigar efeitos de intervenções sobre uma centena de doenças neurodegenerativas e psiquiátricas, cogitam os especialistas. Professor de neurologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Marino Bianchin acredita que, se concluído, o projeto pode representar o Santo Graal da medicina, pois trará informações detalhadas sobre o órgão mais complexo do corpo humano, capaz de configurar a individualidade de cada ser. “É um trabalho fantástico, que depende de uma tecnologia que ainda nem existe e tem como um dos seus resultados práticos o desenvolvimento dessa tecnologia. Eles querem achar soluções para coisas que ainda não existem com aplicabilidade para todas as áreas.”

Saiba mais
INICIATIVA
AMERICANA

O Brain Research Through Advancing Innovative Neurotechnologies Initiative (pesquisa cerebral por meio do avanço de neurotecnologias inovadoras, em tradução livre) é uma iniciativa norte-americana de pesquisa colaborativa similar ao projeto da União Europeia. O também ousado trabalho neurocientífico foi anunciado no início de abril com o objetivo de produzir imagens dinâmicas do cérebro que mostrem como as células individuais e os circuitos neurais complexos interagem com a velocidade do pensamento. Para isso, o primeiro desafio será mapear a atividade de cada neurônio do cérebro humano. O Brain Initiative foi planejado para custar mais de US$ 300 milhões por ano, durante 10 anos. Ele é liderado pelos Institutos Nacionais de Saúde americanos e reúne outras centena de neurocientistas, mas está paralisado devido ao shutdown americano, a suspensão de serviços públicos federais não essenciais.



Sequenciamento histórico
Consistiu em um esforço internacional para o apeamento do genoma humano e a identificação de todos os nucleotídeos que o compõem. Após iniciativa dos Institutos Nacionais da Saúde dos EUA, centenas de aboratórios de todo o mundo se uniram à tarefa de equenciar um a um os enes que codificam as roteínas do corpo humano
e as sequências de DNA que não são genes. Em 1990, o PGH tinha o envolvimento de mais de 5 mil cientistas, de 250 laboratórios, que ontavam com um orçamento que variou de US$ 3 bilhões a US$ 53 bilhões.