quarta-feira, 25 de junho de 2014

COLUNA DO JAECI » Dois sul-americanos no caminho‏

COLUNA DO JAECI » Dois sul-americanos no caminho

 "Ao mesmo tempo em que acho que o peso da camisa amarela vai nos favorecer, penso que hoje ela já não mete medo em ninguém, nem em casa"


Jaeci Carvalho
Estado de Minas: 25/06/2014

Assisti à vitória do Uruguai ao lado do irmão Francisco Tomás, uruguaio de quatro costados, que adotou Minas Gerais no coração, entre outros amigos. Claro que a senha para entrar na Parrilla del Mercado era a Celeste Olímpica. Tomás usou camisa do artilheiro Luis Suárez para dar sorte, mas é claro que se contentou com o gol do zagueiro Godín, já no segundo tempo, que valeu a classificação. Num grupo com três campeões do mundo (Uruguai, Itália e Inglaterra), o primeiro foi a Costa Rica. Ingleses e italianos deram adeus, e nem a presença do príncipe Harry no Mineirão ajudou Rooney e cia. a se despedir com dignidade. Um 0 a 0 de dar sono até nos insones. Para a Itália a volta ficou mais fácil. De Natal ao país da bota é mais rápido.

Os 16 classificados vão sendo definidos e os confrontos conhecidos. O Brasil, por exemplo, com a bola muito murcha pelas atuações irregulares, vai pegar o Chile. Estão falando maravilhas de La Roja, mas não vejo assim. É um bom time, bem treinado, com jogadores de qualidade, como Vargas, Alexis Sánchez e Valdivia, mas não é uma Argentina. A Seleção no momento é inferior ao time chileno, mas acho que a camisa amarela pesa mais. Se os jogadores adversários não se intimidarem com a torcida verde-amarela, porém, pode ocorrer uma zebra.

Felipão, venho dizendo, é previsível nas substituições, vive trocando seis por meia dúzia. Mas, contra Camarões, Fernandinho no lugar do péssimo Paulinho deu certo. O substituto iniciou o gol de Fred e fechou a vitória. Mas há muito a melhorar. Os laterais são fracos e mascarados. O goleiro, que admiro como pessoa, não tem a confiança da torcida e passa a impressão de que pode falhar a qualquer instante. Paulinho e Luiz Gustavo são fracos. Fred anda fora de forma. Hulk é invenção. Oscar nada produz. Talvez Willian, que tanto elogiam, possa substituí-lo contra o Chile. Até acho que Felipão vá fazer também essa mudança.

No mais, o time será esse que temos visto. Sobra Neymar, sozinho, com firulas e lençóis em adversários fracos. Contra os grandes, jamais jogou. Mas ele eu perdoo, pois é jovem e tem pinta de craque. Só acho que foi para o clube errado na Europa. Não vai demorar para o Barcelona cedê-lo a algum time inglês. Aguardem e verão.

Confesso que não consigo arriscar resultado. Ao mesmo tempo em que acho que o peso da camisa amarela vai nos favorecer, penso que hoje ela já não mete medo em ninguém, nem em casa. Só vejo que o Chile treina e nosso time descansa, Jorge Sampaoli tem esquema tático e Felipão distribui as camisas sem plano de voo. Escrevi na semana passada que o Brasil golearia, Fred faria gol e Neymar deitaria e rolaria. Mas fizemos os gols pela fragilidade dos desmotivados camaroneses. Pelo menos não entregaram o jogo, o que nos deixa felizes.

Numa Copa de tantas surpresas, é visível que os europeus sofrem com o calor, principalmente no Norte e no Nordeste. Temos visto jogos sofríveis, porque os jogadores que terminaram a temporada europeia há um mês estão desgastados e sem condições plenas de competir. Mantenho a opinião de que Alemanha e Argentina farão a final em 13 de julho. Se passar pelo Chile, o Brasil vai pegar Uruguai ou Colômbia. Caso avance, encontrará na semifinal alemães ou franceses. Aliás, pouco se fala da França, mas é o time mais certinho que vi até agora.

Tomara que o Chile nos respeite e consigamos ir adiante. O Mineirão vai estar lindo, colorido de amarelo, mas também com milhares de chilenos. O rival se instalou na Toca da Raposa II e conta com a simpatia de muitos cruzeirenses, para quem os bons fluidos do campeão brasileiro caíram sobre La Roja. Vou observar Brasil x Chile até sábado. Quem sabe até lá não tenha um parecer sobre quem vai se classificar?

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