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Dois sul-americanos no caminho
"Ao mesmo tempo em que acho que o peso da
camisa amarela vai nos favorecer, penso que hoje ela já não mete medo
em ninguém, nem em casa"
Jaeci Carvalho
Estado de Minas: 25/06/2014
Assisti à vitória
do Uruguai ao lado do irmão Francisco Tomás, uruguaio de quatro
costados, que adotou Minas Gerais no coração, entre outros amigos. Claro
que a senha para entrar na Parrilla del Mercado era a Celeste Olímpica.
Tomás usou camisa do artilheiro Luis Suárez para dar sorte, mas é claro
que se contentou com o gol do zagueiro Godín, já no segundo tempo, que
valeu a classificação. Num grupo com três campeões do mundo (Uruguai,
Itália e Inglaterra), o primeiro foi a Costa Rica. Ingleses e italianos
deram adeus, e nem a presença do príncipe Harry no Mineirão ajudou
Rooney e cia. a se despedir com dignidade. Um 0 a 0 de dar sono até nos
insones. Para a Itália a volta ficou mais fácil. De Natal ao país da
bota é mais rápido.
Os 16 classificados vão sendo definidos e os
confrontos conhecidos. O Brasil, por exemplo, com a bola muito murcha
pelas atuações irregulares, vai pegar o Chile. Estão falando maravilhas
de La Roja, mas não vejo assim. É um bom time, bem treinado, com
jogadores de qualidade, como Vargas, Alexis Sánchez e Valdivia, mas não é
uma Argentina. A Seleção no momento é inferior ao time chileno, mas
acho que a camisa amarela pesa mais. Se os jogadores adversários não se
intimidarem com a torcida verde-amarela, porém, pode ocorrer uma zebra.
Felipão,
venho dizendo, é previsível nas substituições, vive trocando seis por
meia dúzia. Mas, contra Camarões, Fernandinho no lugar do péssimo
Paulinho deu certo. O substituto iniciou o gol de Fred e fechou a
vitória. Mas há muito a melhorar. Os laterais são fracos e mascarados. O
goleiro, que admiro como pessoa, não tem a confiança da torcida e passa
a impressão de que pode falhar a qualquer instante. Paulinho e Luiz
Gustavo são fracos. Fred anda fora de forma. Hulk é invenção. Oscar nada
produz. Talvez Willian, que tanto elogiam, possa substituí-lo contra o
Chile. Até acho que Felipão vá fazer também essa mudança.
No
mais, o time será esse que temos visto. Sobra Neymar, sozinho, com
firulas e lençóis em adversários fracos. Contra os grandes, jamais
jogou. Mas ele eu perdoo, pois é jovem e tem pinta de craque. Só acho
que foi para o clube errado na Europa. Não vai demorar para o Barcelona
cedê-lo a algum time inglês. Aguardem e verão.
Confesso que não
consigo arriscar resultado. Ao mesmo tempo em que acho que o peso da
camisa amarela vai nos favorecer, penso que hoje ela já não mete medo em
ninguém, nem em casa. Só vejo que o Chile treina e nosso time descansa,
Jorge Sampaoli tem esquema tático e Felipão distribui as camisas sem
plano de voo. Escrevi na semana passada que o Brasil golearia, Fred
faria gol e Neymar deitaria e rolaria. Mas fizemos os gols pela
fragilidade dos desmotivados camaroneses. Pelo menos não entregaram o
jogo, o que nos deixa felizes.
Numa Copa de tantas surpresas, é
visível que os europeus sofrem com o calor, principalmente no Norte e no
Nordeste. Temos visto jogos sofríveis, porque os jogadores que
terminaram a temporada europeia há um mês estão desgastados e sem
condições plenas de competir. Mantenho a opinião de que Alemanha e
Argentina farão a final em 13 de julho. Se passar pelo Chile, o Brasil
vai pegar Uruguai ou Colômbia. Caso avance, encontrará na semifinal
alemães ou franceses. Aliás, pouco se fala da França, mas é o time mais
certinho que vi até agora.
Tomara que o Chile nos respeite e
consigamos ir adiante. O Mineirão vai estar lindo, colorido de amarelo,
mas também com milhares de chilenos. O rival se instalou na Toca da
Raposa II e conta com a simpatia de muitos cruzeirenses, para quem os
bons fluidos do campeão brasileiro caíram sobre La Roja. Vou observar
Brasil x Chile até sábado. Quem sabe até lá não tenha um parecer sobre
quem vai se classificar?
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