Jaeci Carvalho
Estado de Minas: 04/07/2014
O presidente da CBF, José Maria Marin, quarta-feira, na Granja Comary, cobrou de Felipão as declarações de que se sentia “abandonado pelos dirigentes”. Ele foi duro com o comandado ao dizer que sempre deu tudo o que foi pedido, inclusive a reforma do CT, a pedido do treinador. Para finalizar, exigiu que seja posto hoje em campo um time competitivo, com futebol convincente, que leve a Seleção às semifinais. A amigos, confidenciou estar muito chateado com as más atuações e, se soubesse que seria assim, teria pensado em técnico mais sintonizado com a modernidade.
BOLA DA VEZ: O ASSESSOR
A situação do diretor de comunicações da CBF, Rodrigo Paiva, que já não era boa, ficou insustentável com a agressão ao atacante chileno Pinilla, sábado, no Mineirão. A Fifa suspendeu o assessor da partida de hoje contra a Colômbia, no Castelão, e estuda outras sanções. Quem ficou uma arara foi o presidente eleito da entidade nacional, Marco Polo del Nero, que jamais foi a favor da permanência de Paiva no cargo, mas um pedido do ex-presidente Ricardo Teixeira ao sucessor José Maria Marin foi suficiente para mantê-lo. A ideia era que ele ficasse até abril de 2015 e saísse juntamente com Marin, mas, diante da exposição ruim que deu à CBF, deve ser demitido tão logo o Brasil finalize sua participação na Copa.
CONSELHO DO COORDENADOR
Fred, que tem sido um dos piores jogadores da Seleção, furioso ao saber que seria barrado em parte do treino, para a entrada de um terceiro zagueiro, olhou torto para Felipão e se refugiou ao lado de um de seus protetores, Carlos Alberto Parreira, que o chamou para a Copa de 2006. O atacante foi aconselhado a não reclamar e se unir ao grupo neste momento difícil. Como a modificação não está confirmada, o camisa 9 ouviu a opinião do coordenador e ficou quietinho, mas não gostou de se sentir bode expiatório numa equipe em que a maioria tem atuado mal. Fred sabe que se sair e o Brasil for bem, a chance de voltar ao time é zero.
DEVIDAMENTE INSTRUÍDO
Ao levar Neymar à entrevista coletiva de quarta-feira, na Granja Comary, a comissão técnica o instruiu a dar algumas alfinetadas nos jornalistas. O atacante foi irônico ao dizer que não quer ser artilheiro nem dar show, e sim apenas vencer por 1 a 0, em jogada tipicamente ensaiada por Felipão, que tem sido contestado pelo futebol ruim da Seleção. Como é a estrela da cia., Neymar serviu, de forma inocente, para dizer tudo aquilo que o treinador não pode falar no momento, em que anda em baixa com a torcida e tem sido criticado veementemente pela imprensa séria. O técnico sabia que qualquer outro jogador na coletiva não teria o peso do camisa 10. Só se esqueceu de que o garoto tem apenas 22 anos e não deveria atirar sobre os ombros dele tamanha responsabilidade. Por falar nisso, a cúpula da CBF não gostou de saber que Scolari chamou seis jornalistas de sua confiança para conversa reservada. A cúpula acha que, com uma possível eliminação, os demais jornalistas, preteridos, vão cair de pau na direção do time.
O QUARTO GAÚCHO NO TELHADO
O fraco desempenho dos treinadores gaúchos no comando da Seleção nos últimos anos levou a dupla Marin-Del Nero a repensar a contratação de Tite para o lugar de Felipão. Eles admitiram a amigos que a turma do Sul está ultrapassada e sem apresentar novidades táticas. O problema é que esbarram na falta de treinadores de qualidade no futebol brasileiro. O atual presidente da CBF não admite um estrangeiro, pelo menos por enquanto, mas, se o Brasil for eliminado pela Colômbia hoje, pode repensar a posição. Tite, já acertado para iniciar o trabalho em agosto, subiu no telhado em consequência do fraco péssimo desempenho de Dunga, Mano Menezes e Felipão à frente do escrete. Felipão ainda tem a favor o título mundial de 2002, mas, com a gestão atual, está jogando areia no bom trabalho na Copa da Ásia.
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