Na Fórmula 1,
pilotos geniais às vezes deixam para frear tarde demais, não conseguem
fazer a curva e se dão por felizes quando não trombam numa barreira de
pneus
Eduardo Almeida Reis
Estado de MInas: 19/10/2014Médico, escritor, comunicador e empresário vitorioso, o paulistano Drauzio Varella, na flor dos seus 73 aninhos, é uma unanimidade nacional. Sócio de João Carlos Di Genio, alcunhado O Professor, na UNIP, que começou como cursinho do Grupo Objetivo, Varella se destacou depois de garantir uma côdea de pão e uma pouca de manteiga para lhe barrar por cima, como dizia um personagem do Eça. Certos voos exigem que o aviador, primeiro, amarre seu burro à sombra, e Varella cuidou disso, no que obrou muitíssimo bem.
Mesmo os gênios nas mais diversas profissões, contudo, estão sujeitos a passar do giro. Na Fórmula 1, pilotos geniais às vezes deixam para frear tarde demais, não conseguem fazer a curva e se dão por muito felizes quando não trombam numa barreira de pneus. Dia 20 de setembro, em artigo para a Folha, animado pela proximidade da primavera, que é a aurora, o tempo primordial, nosso belo Varella passou do giro num texto sobre almorreimas, Prosaicas, porém relevantes, começando assim: “O hábito de ler jornal no vaso sanitário, forçando a evacuação, é péssimo; banheiro não é biblioteca. Milhões de pessoas sofrem de hemorroidas”.
E o negócio vai por aí numa lição técnico-científica de assustar gregos, troianos e pessoas que passam a vista nos jornais assentadas nos tronos, quando seria muito mais simples dizer que o melhor remédio para evitar almorreimas chama-se bidê ou bidé, do francês bidet.
Ali por volta de 1950, quando Varella tinha 9 aninhos, eminente brasileiro foi aos Estados Unidos operar-se com renomado especialista, onde ouviu do cirurgião americano: “Se o nosso país tivesse bidês eu mudava de profissão”. Varella informa: “O uso do papel higiênico traumatiza a mucosa retal, inflama os tecidos hemorroidários e agrava o quadro. A higiene deve ser feita com água, sabão e delicadeza”. Pois fique o doutor Varella sabendo que o bidê dispensa o sabão e a delicadeza. Que coisa!, doutor, esse negócio de envolver delicadeza, “atributo do que é delicado”, naquela região da anatomia humana. Soa mal.
Nomes
De que os tempos estão mudados, aliás muito mudados, não creio que o caro e preclaro leitor tenha a menor dúvida. Contudo, só um philosopho dedicado ao mais alto philosophar pode constatar que os nomes clássicos – Maria, Joana, Estela, Ana, Márcia, Helena e tantos outros, que serviram para batizar as meninas brasileiras ao longo dos séculos, estão sendo substituídos por nomes modernos para ficar nos conformes da nova era onomástica, o que significa dizer “coleção, lista de nomes próprios”.
Observando os créditos televisivos, anoto: Ajussimeire, Ludikelly, Itauana, Meirilu, Deani, Najara, Jociane e outras maravilhas. Enquanto isso, segundo a BBC News, “Mohammed is now the most common male name in the Norwegian capital, a census shows”. Se entendi, em Oslo, capital da Noruega, um censo mostrou que Mohammed é hoje o nome de homem mais comum no país de altíssimo IDH.
E o mais estranho é que os Maomés se matam entre eles com o mesmo entusiasmo usado para matar os não-maometanos: Al Qaeda, sunitas, xiitas, estado islâmico & cia. se detestam. Portanto, se os noruegueses aderiram ao Mohammed pensando poupar seus filhos, podem tirar seus cavalinhos da chuva, que por lá se transforma em gelo e neve.
O mundo é uma bola
19 de outubro de 1848, fundação do município de Pouso Alegre, no Sul de Minas, onde advoga o Dr. Artur Bettencourt, amigo do philosopho. Em 1797 nasceu José Joaquim de Souza Reis, o Remexido, guerrilheiro português. Homem de posses, capitão de ordenanças, recebedor do concelho, o guerrilheiro algarvio lutou por dom Miguel na guerra civil entre liberais e miguelistas. Finda a guerra, em lugar do perdão que lhe fora prometido, açoitaram-lhe a mulher com a palmatória, queimaram-lhe a casa, mataram-lhe um filho de 14 anos. Hoje é o Dia do Profissional de Informática.
Ruminanças
“Bem-aventurados os pobres de léxico, porque deles é o reino da glória!” (Eça de Queiroz, 1845-1900).
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