A Lapônia é uma região da Escandinávia,
que abrange territórios de quatro países:
Noruega, Suécia, Finlândia e Rússia
Estado de Minas: 10/11/2014
Quando vi a
chamada para um programa de TV com a repórter Glória Maria na Lapônia, a
jornalista usando véu para se proteger da nuvem de mosquitos a 100
metros de uma várzea coberta de gelo, me lembrei do churrasco de rena
que comi em Brasília. Rena ou caribu, como aprendemos ao consultar o
Houaiss, é um mamífero da família dos cervídeos (Rangifer tarandus),
encontrado no Norte da Europa, Ásia e América do Norte, onde habita a
tundra ártica, com galhadas presentes nos dois sexos e cascos largos e
planos, adaptados para a locomoção na neve.
A Lapônia é uma região da Escandinávia, que abrange territórios de quatro países: Noruega, Suécia, Finlândia e Rússia, na Península de Kola. Cerca de 70 mil lapões vivem numa área de 390 mil quilômetros quadrados, com noruegueses, suecos, finlandeses e russos.
Deu-se que o embaixador da Finlândia no Brasil, falando português, frequentava a casa de velho e querido amigo meu à beira do Lago Norte, em Brasília. Residência frequentada também por diversos políticos de uma safra mil vezes melhor que a atual. Brasileiros que bebiam. Um deles, cadeirante, tomava uma caixa (12 garrafas) de vinho branco numa única tarde.
Escusado é dizer que os relatórios do embaixador, escritos em finlandês, língua da família uraliana, ramo fino-ugriano, sub-ramo fino-permiano, grupo fino-volgaico, subgrupo fínico ou balto-fínico, falada na República da Finlândia, onde é língua oficial, devem ter sido deliciosos, porque baseados nas conversas dos trêbados que mandavam neste país grande e bobo.
Numa dessas tardes, o embaixador quis ter a gentileza de levar uma peça de carne de rena, descongelada, e todos tivemos oportunidade de provar do churrasco de caribu, que desceu muito bem. Adepto dos churrascos de carne vermelha, devo confessar que o melhor que comi foi preparado pelo sogro do compositor Gutemberg Guarabyra, Nestor Jost, presidente do Banco do Brasil, na fazenda de Candinha e Joaquim Guilherme da Silveira.
Pormenor: carne comprada no açougue da cidade mineira de Além Paraíba, terra de Zuenir Ventura, o Vô Zu, da Academia Brasileira de Letras. Perguntei ao doutor Jost sobre o segredo de seu churrasco e ele me disse que selava a carne para conservar os sucos e só a salgava na hora de servir.
Leitor
Segunda-feira, 13 de outubro, descobri que o professor Carlos Alberto Di Franco é meu leitor. Doutor em comunicação pela Universidade de Navarra e diretor do Departamento de Comunicação do Instituto Internacional de Ciências Sociais, Di Franco escreveu: “Impressiona-me o espaço destinado à violência nos meios de comunicação, sobretudo no telejornalismo. Catástrofes, tragédias e agressões, recorrentes como chuvas de verão, compõem uma pauta sombria e perturbadora. A violência não é uma invenção da mídia. Mas sua espetacularização é um efeito colateral que deve ser evitado”.
Com o respeito devido ao ilustre professor, é coisa que venho escrevendo aqui e alhures há muitos e muitos anos. Não contente com divulgar e esmiuçar os crimes, o telejornalismo brasileiro deu para exumá-los em busca de ibope. Mesmo solucionados pela polícia, o telejornalismo os retira do esquecimento inventando depoimentos e suspeitas sem cabimento. Entre muitos outros, o indecoroso procedimento tem sido repetido com aquele crime do menino paulista que matou os pais, policiais militares, a avó e uma tia-avó, foi ao colégio e voltou para casa, onde se suicidou.
Na escola, diversas vezes disse aos coleguinhas que planejava matar uma porção de gente. Seus colegas depuseram no inquérito policial, mas a rede de TV já “reabriu” o crime várias vezes. É desrespeitar o telespectador.
O mundo é uma bola
10 de novembro de 1871: Henry Stanley encontra o explorador britânico David Livingstone em Ujiji, atual Tanzânia. O episódio deve ser curtido com calma, porque resultou numa das perguntas mais idiotas da história da civilização. Resumindo: a serviço de seu jornal, Stanley partiu para a África à procura de Livingstone, que andava sumido. Ao encontrar um europeu depois de meses de procura, fez a pergunta cretina: “Doctor Livingstone, I presume?”. Queria o quê? Encontrar o ministro Dias Toffoli?
Em 1928, começa a ser publicada a revista O Cruzeiro pelos Diários Associados, de Assis Chateaubriand. Em 1937, instauração no Brasil do Estado Novo (ditadura Vargas). Em 1945, fundação do Partido Libertador, que não tinha a mais remota ligação moral e intelectual com o PL recente.
Em 2009, um apagão deixou boa parte do Brasil no escuro. Temos tido apagões apesar da admirável gestão de Edison Lobão no Ministério de Minas e Energia, maranhense nascido para brilhar pelo bem do Brasil. Em 1483, nasceu o teólogo alemão Martin Luther (ou Luder), que foi sacerdote católico agostiniano e figura central da Reforma Protestante. Antissemita, escreveu que a sinagoga era “uma prostituta incorrigível e uma devassa maléfica”. Casou-se com a ex-freira Catarina von Bora e teve seis filhos. Hoje é o Dia do Trigo.
Ruminanças
“Não há ninguém mais bobo do que um esquerdista sincero. Ele não sabe nada. Apenas aceita o que meia dúzia de imbecis lhe dão para dizer” (Nelson Rodrigues, 1912–1980).
A Lapônia é uma região da Escandinávia, que abrange territórios de quatro países: Noruega, Suécia, Finlândia e Rússia, na Península de Kola. Cerca de 70 mil lapões vivem numa área de 390 mil quilômetros quadrados, com noruegueses, suecos, finlandeses e russos.
Deu-se que o embaixador da Finlândia no Brasil, falando português, frequentava a casa de velho e querido amigo meu à beira do Lago Norte, em Brasília. Residência frequentada também por diversos políticos de uma safra mil vezes melhor que a atual. Brasileiros que bebiam. Um deles, cadeirante, tomava uma caixa (12 garrafas) de vinho branco numa única tarde.
Escusado é dizer que os relatórios do embaixador, escritos em finlandês, língua da família uraliana, ramo fino-ugriano, sub-ramo fino-permiano, grupo fino-volgaico, subgrupo fínico ou balto-fínico, falada na República da Finlândia, onde é língua oficial, devem ter sido deliciosos, porque baseados nas conversas dos trêbados que mandavam neste país grande e bobo.
Numa dessas tardes, o embaixador quis ter a gentileza de levar uma peça de carne de rena, descongelada, e todos tivemos oportunidade de provar do churrasco de caribu, que desceu muito bem. Adepto dos churrascos de carne vermelha, devo confessar que o melhor que comi foi preparado pelo sogro do compositor Gutemberg Guarabyra, Nestor Jost, presidente do Banco do Brasil, na fazenda de Candinha e Joaquim Guilherme da Silveira.
Pormenor: carne comprada no açougue da cidade mineira de Além Paraíba, terra de Zuenir Ventura, o Vô Zu, da Academia Brasileira de Letras. Perguntei ao doutor Jost sobre o segredo de seu churrasco e ele me disse que selava a carne para conservar os sucos e só a salgava na hora de servir.
Leitor
Segunda-feira, 13 de outubro, descobri que o professor Carlos Alberto Di Franco é meu leitor. Doutor em comunicação pela Universidade de Navarra e diretor do Departamento de Comunicação do Instituto Internacional de Ciências Sociais, Di Franco escreveu: “Impressiona-me o espaço destinado à violência nos meios de comunicação, sobretudo no telejornalismo. Catástrofes, tragédias e agressões, recorrentes como chuvas de verão, compõem uma pauta sombria e perturbadora. A violência não é uma invenção da mídia. Mas sua espetacularização é um efeito colateral que deve ser evitado”.
Com o respeito devido ao ilustre professor, é coisa que venho escrevendo aqui e alhures há muitos e muitos anos. Não contente com divulgar e esmiuçar os crimes, o telejornalismo brasileiro deu para exumá-los em busca de ibope. Mesmo solucionados pela polícia, o telejornalismo os retira do esquecimento inventando depoimentos e suspeitas sem cabimento. Entre muitos outros, o indecoroso procedimento tem sido repetido com aquele crime do menino paulista que matou os pais, policiais militares, a avó e uma tia-avó, foi ao colégio e voltou para casa, onde se suicidou.
Na escola, diversas vezes disse aos coleguinhas que planejava matar uma porção de gente. Seus colegas depuseram no inquérito policial, mas a rede de TV já “reabriu” o crime várias vezes. É desrespeitar o telespectador.
O mundo é uma bola
10 de novembro de 1871: Henry Stanley encontra o explorador britânico David Livingstone em Ujiji, atual Tanzânia. O episódio deve ser curtido com calma, porque resultou numa das perguntas mais idiotas da história da civilização. Resumindo: a serviço de seu jornal, Stanley partiu para a África à procura de Livingstone, que andava sumido. Ao encontrar um europeu depois de meses de procura, fez a pergunta cretina: “Doctor Livingstone, I presume?”. Queria o quê? Encontrar o ministro Dias Toffoli?
Em 1928, começa a ser publicada a revista O Cruzeiro pelos Diários Associados, de Assis Chateaubriand. Em 1937, instauração no Brasil do Estado Novo (ditadura Vargas). Em 1945, fundação do Partido Libertador, que não tinha a mais remota ligação moral e intelectual com o PL recente.
Em 2009, um apagão deixou boa parte do Brasil no escuro. Temos tido apagões apesar da admirável gestão de Edison Lobão no Ministério de Minas e Energia, maranhense nascido para brilhar pelo bem do Brasil. Em 1483, nasceu o teólogo alemão Martin Luther (ou Luder), que foi sacerdote católico agostiniano e figura central da Reforma Protestante. Antissemita, escreveu que a sinagoga era “uma prostituta incorrigível e uma devassa maléfica”. Casou-se com a ex-freira Catarina von Bora e teve seis filhos. Hoje é o Dia do Trigo.
Ruminanças
“Não há ninguém mais bobo do que um esquerdista sincero. Ele não sabe nada. Apenas aceita o que meia dúzia de imbecis lhe dão para dizer” (Nelson Rodrigues, 1912–1980).
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