2015 acaba de chegar. Tem em mãos malas de recheio incógnito, bolsas de conteúdo advinhável, ou nem tanto. Está aí aos olhos de quem o vê. Toma lugar no mundo. Limpa o suor do rosto. A transição com 2014 não foi fácil. Um se foi, xingado daqui, elogiado de lá. Levou na bagagem realizações e decepções. O outro chegou, sob desconfiança e esperança. Os anos são assim: chegam cheios de expectativa e se vão com as constatações. Há quem o quis bom e o teve ruim. Há quem o esperava sem ilusões e o teve gratificante.
2015 está aí, sentado, esperando decisões. Ele não tem as rédeas do planeta, das sociedades, das regras, das normas, das ações. Está apenas de passagem, por 365 dias. Mesmo sabendo-o assim, inepto, a humanidade deposita nele desejos, sonhos. A humanidade? Não é sensato generalizar. Há quem o receba naturalmente, apenas como uma passagem de tempo, sem condicioná-lo à vivência. Então, se 2014 foi aquilo, se 2015 vai ser isso, depende dos olhos de quem o vê.
Se 2015, assim como 2014 e os 2013 anos anteriores, não tem poder de decisão, quem o tem? O homem, sim, o tem. É o dono da bola. É quem cria, desfaz, transforma, resolve, muda, destrói. Uma voz solta na multidão diz que só há um jeito de a humanidade se despedir de 2015, daqui a 362 dias, com um sorriso nos lábios: fazendo dele um ano feliz. Então, é assim, em vez de se esperar do novo ano a felicidade, o que se deve fazer é torná-lo feliz, como prega a voz das ruas? Pode ser. Mas é preciso que haja consenso, consentimento de 7 bilhões de seres, ou pelo menos da maioria.
2015, fato é, está de passagem. Esperando atitudes, para o bem ou para o mal. Quem vai resolver caminhar por um lado ou por outro é a humanidade, notadamente ignorante para uma convivência pacífica e quase suficientemente sábia para se transformar e chegar feliz a 2016. A questão é que o homem suspira, duvida de si: “Ah, mas há tanto a fazer...” A voz das praças e das esquinas prega o que não faz. Espera o milagre em vez de realizá-lo
É assim. A voz dos botecos, das padarias, das farmácias, dos supermercados, dos shoppings, dos ônibus, dos restaurantes, dos táxis, dos escritórios, das fábricas e dos gabinetes diz e se contradiz sobre o novo ano e suas responsabilidades. Mas 2015 avisa que não adianta se valer de mantras, banhos de ervas, benzeções, orações, pé esquerdo ou pé direito, sementinhas, bicho que cisca para trás ou pra frente se não houver aquiescência a uma mudança que leve à paz e a uma sociedade que compartilhe somente o que cria, gera e produz de melhor. Talvez seja esse o princípio do caminho da felicidade. Será? Quanto às realizações pessoais, isso, como diz um velho pescador, um simplório barranqueiro, “é de acordo com a faculdade de cada um”. A faculdade de pensar, claro. Por aí!
Parabéns do Negão: À Prefeitura de BH, que não deu ouvidos ao presidente daquela ONG, que diz ser o macaco símbolo de racismo e ao Ministério Público, que endossou a bobagem. O zoológico manteve a votação popular e o público batizou o filho de Imbi e Lou Lou. O nome do moleque é Jahari, “forte e poderoso”, como dizem os irmãos de África. Que vivam todos, homens e macacos, sem medo um do outro!
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