Crise europeia ajuda a Osesp, diz diretor
Segundo Arthur Nestrovski, cenário econômico reduziu cachês e permitiu a contratação de solistas estrangeiros
Responsável pela direção artística da orquestra comenta os planos para a temporada de 2013
JOÃO BATISTA NATALI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Arthur Nestrovski, diretor artístico da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), diz acreditar que a crise econômica em curso na Europa está entre os fatores que permitem a contratação de solistas que antes relutavam em se apresentar no Brasil.
Ao lado do crescimento do prestígio internacional da própria orquestra, a seu ver o mais importante, os empresários passaram agora a aceitar "cachês mais realistas".
Leia abaixo trechos da entrevista à Folha realizada anteontem, após o anúncio da programação de 2013.
Folha - Quais serão as novidades da Osesp para 2013?
Arthur Nestrovski - A orquestra não irá se reinventar. Há toda uma programação feita em torno do centenário de "A Sagração da Primavera", de Stravinsky. Há ainda artistas que se apresentam pela primeira vez, como os pianistas Hélène Grimaud e Jean-Yves Thibaudet. Há obras inéditas, oito estreias de compositores brasileiros, sete delas sob encomenda da Osesp, além da estreia de uma peça de Lera Auerbach, encomendada em conjunto com a Staatskapelle de Dresden.
Arthur Nestrovski - A orquestra não irá se reinventar. Há toda uma programação feita em torno do centenário de "A Sagração da Primavera", de Stravinsky. Há ainda artistas que se apresentam pela primeira vez, como os pianistas Hélène Grimaud e Jean-Yves Thibaudet. Há obras inéditas, oito estreias de compositores brasileiros, sete delas sob encomenda da Osesp, além da estreia de uma peça de Lera Auerbach, encomendada em conjunto com a Staatskapelle de Dresden.
Será um ano de grandes efemérides, como os bicentenários de Wagner e de Verdi.
E o centenário de Benjamin Britten, que terá uma série na programação. Teremos dele os três concertos -a "Sinfonia para Violoncelo e Orquestra", o "Concerto para Violino e Orquestra" e o "Concerto para Piano". Além de obras de Verdi, de Wagner e o centenário de Witold Lutoslawski.
E o centenário de Benjamin Britten, que terá uma série na programação. Teremos dele os três concertos -a "Sinfonia para Violoncelo e Orquestra", o "Concerto para Violino e Orquestra" e o "Concerto para Piano". Além de obras de Verdi, de Wagner e o centenário de Witold Lutoslawski.
Como será a turnê de três semanas pela Europa, em 2013?
Não podemos ainda divulgar até que muitas das salas de concerto divulguem elas mesmas suas programações. Mas será provavelmente a maior turnê das que a orquestra já fez, em termos de locais de primeira importância no calendário internacional. Va-
mos para França, Alemanha, Áustria, Suíça e Reino Unido.
Não podemos ainda divulgar até que muitas das salas de concerto divulguem elas mesmas suas programações. Mas será provavelmente a maior turnê das que a orquestra já fez, em termos de locais de primeira importância no calendário internacional. Va-
mos para França, Alemanha, Áustria, Suíça e Reino Unido.
Quanto às gravações da Osesp, quais são precisamente seus planos para o ano que vem?
Continuamos com o ciclo de sinfonias de Prokofiev, com a regência de Marin Alsop e com as de Villa-Lobos, regidas por Isaac Karabtchevsky, ambos pelo selo Naxos. Vamos dedicar todo um CD a Almeida Prado, na sequência de um CD com Airton Escobar, com o coro, e um outro de Gilberto Mendes.
Continuamos com o ciclo de sinfonias de Prokofiev, com a regência de Marin Alsop e com as de Villa-Lobos, regidas por Isaac Karabtchevsky, ambos pelo selo Naxos. Vamos dedicar todo um CD a Almeida Prado, na sequência de um CD com Airton Escobar, com o coro, e um outro de Gilberto Mendes.
Com a crise econômica na Europa, empresários não pedem mais cachês exorbitantes. A Osesp se beneficiou disso?
O renome da orquestra cresceu e isso facilitou a vinda de artistas que antes relutariam em interpretar conosco. Em segundo lugar, há seis ou oito anos atrás eles pediriam cachês muito mais altos, e hoje aceitam um cachê de valor mais realista. Não há apenas a crise econômica, mas é claro que ela nos beneficia.
O renome da orquestra cresceu e isso facilitou a vinda de artistas que antes relutariam em interpretar conosco. Em segundo lugar, há seis ou oito anos atrás eles pediriam cachês muito mais altos, e hoje aceitam um cachê de valor mais realista. Não há apenas a crise econômica, mas é claro que ela nos beneficia.
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