quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Tostão - Outro futebol




 Tostão
Outro futebol

O futebol da seleção, contra o Japão, não tem nada a ver com o futebol que se joga no Brasil
Bela vitória e atuação do Brasil. O Japão facilitou. Quis marcar à frente e jogar como se fosse grande. O Brasil terá mais dificuldades contra fortes adversários e contra equipes médias, que marcam bem atrás para contra-atacar.

O futebol que se joga hoje nos campeonatos brasileiros, com excesso de faltas, chutões, jogadas aéreas e muito tumulto, não tem nada a ver com o futebol da seleção brasileira, com muita troca de passes, compacto, de contra-ataques, de marcação na frente, de volantes que atacam e defendem, sem um centroavante fixo e sem um meia de ligação, único responsável pela armação das jogadas. Os quatro mais adiantados são meias e atacantes. Os quatro dão passes e fazem gols.

Evidentemente, só teremos uma ótima seleção quando o time jogar bem, com regularidade e no mesmo nível das melhores seleções. Mas esse é o caminho. Infelizmente, na primeira má atuação e/ou derrota, vão pedir, por convicção e/ou para fazer média com torcedores de clubes, vários jogadores e mudanças no esquema tático. É óbvio que o Brasil tem de ter um bom e típico centroavante como opção.

Kaká confirmou, mais uma vez, pela movimentação, que só não é titular do Real Madrid porque há, na posição, outros excelentes jogadores. Ao lado de atacantes velozes, agressivos e que fazem gols, como Cristiano Ronaldo, Higuaín e Benzema, o técnico Mourinho prefere um típico armador (Özil) a um jogador veloz e com característica de atacante, como Kaká.

Pela primeira vez, estou com esperanças de o Brasil ter um ótimo time na Copa.

VENDERAM A ALMA

A única solução para acabar com o absurdo calendário, com jogos simultâneos da seleção e do Brasileirão, seria os clubes se negarem a entrar em campo. Isso não vai ocorrer, porque não têm coragem e porque já venderam até a alma.

Não há condição de se ter um bom campeonato com tantos erros, frequentes, graves e decisivos, dos árbitros e auxiliares. Mas é preciso separar o futebol virtual, com detalhes que só podem ser vistos pela TV, do real, com tantos erros grosseiros, que poderiam ser evitados. Temos de analisar o árbitro, e não o videoteipe. Nelson Rodrigues disse que o videoteipe é burro porque não tem nada a ver com a realidade, com a limitada visão humana.

Além da falta de competência técnica dos árbitros, é muito difícil apitar no Brasil, com tanto tumulto criado pelos jogadores e, no mínimo, com a omissão dos técnicos.
A CBF não faz nada. Ela só pensa na Copa do Mundo, na seleção e nos contratos comerciais.
Os clubes, marqueteiros e investidores, só pensam também no negócio. Iludem o torcedor, consumidor, ao anunciar jogadores bons como craques. Ninguém pensa na qualidade do espetáculo.

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