sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Marighella vence Jabuti‏

Estado de Minas: 18/10/2013 



Mário Magalhães, autor de Marighella, defende liberdade para os biógrafos       (Maria Tereza Correia/EM/D. A Press)
Mário Magalhães, autor de Marighella, defende liberdade para os biógrafos


A polêmica das biografias não autorizadas tem agora um ingrediente a mais. O livro Marighella, de Mário Magalhães, está entre os vencedores do 55º Prêmio Jabuti. O jornalista tem se empenhado no debate sobre a liberdade para o trabalho dos biógrafos, independentemente de autorizações. Nesta semana, se tornou personagem de discussão pública envolvendo Chico Buarque. Segundo Chico, Magalhães “forçou a mão” ao sugerir que a lei atual sobre as biografias não autorizadas “protege torturadores, assassinos e bandidos em geral”. O escritor já publicou uma tréplica. O debate está longe de acabar.

A comissão realizadora do Jabuti apurou ontem os votos da segunda fase da premiação, definindo os vencedores em cada uma de suas 27 categorias. Em segundo lugar na categoria biografias ficou A carne e o sangue, de Mary del Priore, seguido de Getúlio: dos anos de formação à conquista do poder (1882-1930), de Lira Neto. Magalhães e Neto estão entre os autores mais ativos no debate sobre biografias. Dias atrás, Magalhães postou em seu blog um texto afirmando que biógrafos não fazem fortunas com suas obras. Pelo primeiro lugar receberá R$ 3,5 mil. Caso se torne o vencedor na categoria livro do ano de não ficção, ganhará mais R$ 35 mil.

Pego de surpresa pela reportagem do Estado de Minas, que lhe deu em primeira mão a notícia da premiação de Páginas sem glória, na categoria contos e crônicas, Sérgio Sant’Anna, que nos anos de 1970 viveu em Belo Horizonte, disse que estava muito feliz. “É o quinto Jabuti que ganho. Aqui em casa já tem Jabuti saindo por todo lado, na cozinha, atrás do fogão, na geladeira. Mas falando sério: ganhar um prêmio como este sempre é muito bom”, disse.

Na categoria romance, o vencedor foi o mineiro de Araxá Evandro Affonso Ferreira com o livro O mendigo que sabia de cor os adágios de Erasmo de Rotterdam. Ademir Assunção foi o escolhido na área de poesia, com A voz do ventríloquo. Entre os vencedores de não ficção está a reportagem As duas guerras de Vlado Herzog, de Audálio Dantas. Caetano Galindo recebeu o prêmio de melhor tradução por sua versão de Ulysses, de James Joyce.

O Jabuti também distribui prêmios nas categorias literatura infantil, ilustração, ciência – economia, ciências humanas, ciências naturais, comunicação social, ciências exatas e ciências da saúde – e para livros didáticos e paradidáticos. Em 13 de novembro, serão conhecidos os vencedores do livro do ano de ficção e de não ficção.

Principais categorias


Romance – O mendigo que sabia de cor os adágios de Erasmo de Rotterdam, de Evandro Affonso Ferreira

Contos ou crônicas – Páginas sem glória, de Sérgio Sant'Anna

Infantil – Ela tem olhos de céu, de Socorro Accioli

Poesia – A voz do ventríloquo, de Ademir Assunção

Juvenil – Namíbia, não!, de Aldri Anunciação

Biografia – Marighella, de Mário Magalhães

Reportagem – As duas guerras de Vlado Herzog, de Audálio Dantas

Teoria e crítica literária – A ficção e o poema, de Luiz Costa Lima

Tradução – Ulysses, por Caetano Waldrigues Galindo

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