Antioxidantes podem aumentar os tumores
Estado de Minas: 30/01/2014
Martin Bergo, professor do Centro de Pesquisa do Câncer da Universidade de Gotemburgo e um dos autores do trabalho, explica que a suspeita de que os antioxidantes não teriam efeitos positivos quanto à prevenção do câncer surgiu em um experimento anterior, também com ratos. “Descobrimos que as cobaias com câncer de pulmão desenvolveram três vezes mais e maiores tumores pulmonares quando comiam antioxidantes extras e que morreram duas vezes mais rápido”, relata.
O grupo de pesquisadores decidiu, então, realizar um estudo mais amplo para investigar as razões dos problemas constatados. No experimento, usaram dois tipos de antioxidantes: a vitamina E e a acetilcisteína (medicamento utilizado para reduzir o muco do pulmão). Eles foram ingeridos diariamente por ratos com estágios iniciais de câncer de pulmão.
Conforme o esperado, os tumores aumentaram de tamanho e os animais morreram em um tempo duas vezes mais rápido em comparação com ratos no mesmo estágio da doença, mas que não haviam ingerido os antioxidantes. Bergo acredita que os resultados fornecem dados importantes para pesquisas na área, mas que precisam se aprofundar, já que o estudo foi feito com animais.
“Nosso estudo não diz nada sobre o uso de antioxidantes em pessoas saudáveis, mas os resultados sugerem que os pacientes com câncer de pulmão e pessoas em risco de desenvolver esse problema, como fumantes ou indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), devem usar antioxidantes com cautela. No mínimo, precisam evitar tomar quantidades extras ou suplementos até que essa questão possa ser resolvida definitivamente”, sugere.
Segundo Anderson Silvestrini, oncologista clínico e diretor técnico do grupo Acreditar de Oncologia e Hematologia, de Brasília, ainda existem muitas controvérsias em relação ao papel das vitaminas em relação ao câncer. Originalmente, elas serviriam como um instrumento para retardar o envelhecimento celular e o surgimento de tumores. “Porém, essa teoria tem sido posta em xeque. Acredito que trabalhos como o dos suecos, mesmo se tratando de experimentos com ratos, já servem para discussões acerca disso, apesar de precisarem de uma continuidade para a confirmação (dos efeitos) no organismo humano”, destaca. (VS)
Estado de Minas: 30/01/2014
Presentes em
vitaminas como a A, a C e a E, os antioxidantes são conhecidos pelo
potencial anticancerígeno. Pesquisas recentes, porém, têm indicado que
eles podem ter efeito contrário: aumentar o risco da doença em grupos de
alto risco. Em um estudo publicado na Science Translational Medicine
de hoje, cientistas suecos concluíram, em um experimento com ratos, que
essas substâncias podem agravar o câncer de pulmão.
Martin Bergo, professor do Centro de Pesquisa do Câncer da Universidade de Gotemburgo e um dos autores do trabalho, explica que a suspeita de que os antioxidantes não teriam efeitos positivos quanto à prevenção do câncer surgiu em um experimento anterior, também com ratos. “Descobrimos que as cobaias com câncer de pulmão desenvolveram três vezes mais e maiores tumores pulmonares quando comiam antioxidantes extras e que morreram duas vezes mais rápido”, relata.
O grupo de pesquisadores decidiu, então, realizar um estudo mais amplo para investigar as razões dos problemas constatados. No experimento, usaram dois tipos de antioxidantes: a vitamina E e a acetilcisteína (medicamento utilizado para reduzir o muco do pulmão). Eles foram ingeridos diariamente por ratos com estágios iniciais de câncer de pulmão.
Conforme o esperado, os tumores aumentaram de tamanho e os animais morreram em um tempo duas vezes mais rápido em comparação com ratos no mesmo estágio da doença, mas que não haviam ingerido os antioxidantes. Bergo acredita que os resultados fornecem dados importantes para pesquisas na área, mas que precisam se aprofundar, já que o estudo foi feito com animais.
“Nosso estudo não diz nada sobre o uso de antioxidantes em pessoas saudáveis, mas os resultados sugerem que os pacientes com câncer de pulmão e pessoas em risco de desenvolver esse problema, como fumantes ou indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), devem usar antioxidantes com cautela. No mínimo, precisam evitar tomar quantidades extras ou suplementos até que essa questão possa ser resolvida definitivamente”, sugere.
Segundo Anderson Silvestrini, oncologista clínico e diretor técnico do grupo Acreditar de Oncologia e Hematologia, de Brasília, ainda existem muitas controvérsias em relação ao papel das vitaminas em relação ao câncer. Originalmente, elas serviriam como um instrumento para retardar o envelhecimento celular e o surgimento de tumores. “Porém, essa teoria tem sido posta em xeque. Acredito que trabalhos como o dos suecos, mesmo se tratando de experimentos com ratos, já servem para discussões acerca disso, apesar de precisarem de uma continuidade para a confirmação (dos efeitos) no organismo humano”, destaca. (VS)
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