quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Giro científico

Giro científico 
 
Estado de Minas: 22/01/2014


DENGUE
Inseticida contra mosquito Aedes

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) descobriram, recentemente, um inseticida que pode inibir a picada do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. A novidade está na pimetrozina, antes usada somente no controle de pragas agrícolas. A substância age no aparelho bucal de insetos sugadores como pulgões, cigarrinhas e Aedes, impedindo a sucção de sangue. Testes realizados com fêmeas do pernilongo contaminadas pelo tóxico comprovaram que, por cerca de 50 minutos, elas tentaram introduzir seus estiletes na pele sem obter êxito, morrendo após esse período, seja por exaustão ou pelo efeito do produto. Segundo Octávio Nakano, professor do Departamento de Entomologia e Acarologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq­USP), a grande diferença entre esse e os inseticidas comuns está no princípio de combate. “São características diferentes. Quando contaminado com a pimetrozina, o mosquito fica incapaz de picar (a pessoa) e transmitir a doença. O princípio levará no máximo 30 minutos para fazer efeito e, por mais que o mosquito demore a morrer, a picada será inofensiva”, explica. O inseticida atua também sobre as larvas que vivem na água, o que possibilita o uso do produto em áreas de foco, como caixas-d'água, garrafas vazias, vasos de planta e latas de lixo. “Elas morrem alguns dias depois de expostas”, afirma o professor. Para que o uso da substância seja liberado, é preciso que a técnica passe por testes de campo e fique comprovado que não trará riscos à saúde humana. Feito isso, a descoberta poderá abrir novos caminhos na erradicação de outras moléstias transmitidas por insetos. (Alessandra Alves, Portal em.com)

CHINA
Poluição do país asiástico cria ciclones

A crescente poluição do ar na China e em outros países asiáticos de rápido crescimento intensificou os ciclones de inverno no Noroeste do Pacífico. Segundo os cientistas, os ciclones de inverno em latitudes que incluem o Noroeste da China, Coreia e Japão geraram ventos mais potentes e mais chuvas, como resultado dos níveis crescentes de poluição por particulados. As partículas de poeira afetam a forma como a unidade se desenvolve nas nuvens e como o calor se distribui em sistemas de tempestades, disse Yuan Wang, do prestigioso Laboratório de Propulsão a Jato do Instituto de Tecnologia da Califórnia. “A mudança significativa na intensidade das tempestades no Pacífico deve ter começado em meados dos anos 1990”, disse Wang à Agência France-Presse ontem. “(Foi) quando indústrias, usinas de energia e carros lançaram grandes quantidades de poluentes do ar”, acrescentou. A queima de combustíveis fósseis na China pode ser responsável ainda por até um quarto da poluição de sulfato no Oeste dos Estados Unidos. Cidades como Los Angeles recebem pelo menos um dia extra de fumaça por ano do óxido de nitrogênio e monóxido de carbono das fábricas chinesas dependentes das exportações. 

INOVAÇÃO
Cientistas se inspiraram nos perus e na facilidade de sua pele em mudar de cor para criar um detector que sinaliza a presença de substâncias químicas perigosas no ar, com a ajuda de um celular.  “Estudamos como a luz é criada e alterada e, depois, usamos o que aprendemos para fabricar novos aparelhos”, resumiu Seung-Wuk Lee, que leciona bioengenharia na Universidade da Califórnia. Lee garante que a pele do peru é capaz de passar do vermelho ao azul e do azul ao branco, devido a pacotes de colágeno (proteína fibrosa, a mais conhecida do reino animal) salpicados de vasos sanguíneos muito densos. Os cientistas descobriram que o espaçamento entre as fibras de colágeno se modifica porque os vasos sanguíneos se dilatam ou contraem influenciados pelo humor da ave, quando ela se excita ou fica brava, por exemplo. A partir daí, eles criaram um aplicativo móvel, o "iColour Analyser", que permite identificar facilmente substâncias tóxicas ou explosivas com a ajuda de uma simples foto de faixas de cor do detector, tirada de um celular. O estudo foi divulgado ontem, na revista Nature Communications. 

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