Coisas da natureza
Maria Ester Maciel
Estado de Minas: 28/01/2014
Maria Ester Maciel
Estado de Minas: 28/01/2014
Às vezes, lamento não
ter feito também o curso de biologia. Sempre tive um grande fascínio
por tudo o que se refere ao mundo natural, como plantas, animais, pedras
e fenômenos da natureza. Ler livros antigos sobre esses assuntos
tornou-se, por isso mesmo, um prazer que tento cultivar nas horas de
descanso mental. E quanto mais antigo o livro, maior o deleite da
leitura. Enciclopédias de história natural escritas antes do surgimento
da ciência moderna são, nesse sentido, uma maravilha. Seus autores
costumavam misturar conhecimentos científicos com crenças
supersticiosas, referências míticas e voos da imaginação. Daí que, hoje,
esses livros soem quase como textos de ficção ou relatos poéticos sobre
a vida natural.
Refiro-me a isso tudo agora porque acabei de visitar, em Londres, o incrível Museu de História Natural. É um verdadeiro templo dedicado às coisas da natureza. O próprio prédio já impressiona à primeira vista, com seu estilo gótico e imponente. Dentro, há de tudo: esqueletos monstruosos de dinossauros, espécimes de animais empalhados, seções de botânica e geologia, além de várias coleções científicas de Charles Darwin – grande estrela do museu. O acervo total inclui milhares de itens e pode ser visto como uma enciclopédia visual da história da vida e da natureza, em suas múltiplas faces.
Não dá para esquecer, aliás, que o edifício desse museu foi o que mais me impressionou quando estive pela primeira vez em Londres com José Olympio, meu marido. Ficamos hospedados num hotel localizado na mesma região e, todos os dias, passávamos diante do museu. Este acabou se tornando, para nós, um símbolo afetivo dessa cidade de que tanto gosto e onde moramos depois, por um ano. Talvez tenha sido esse o melhor ano da minha vida adulta, o que me proporcionou mais tranquilidade e alegria. Desde então, elegi Londres como cidade preferida. E nesse ponto destoava de José Olympio, que sempre preferiu Paris. Era assim: do meu lado, Londres e Lisboa; do lado dele, Paris e Praga. E essa disputa não deixava de ser divertida quando um começava a comparar suas cidades prediletas com as do outro.
Mas voltando ao Museu de História Natural, fica aqui um registro: todas as espécimes de animais empalhados, em exibição, vieram de coleções de muitos anos atrás. Atualmente, os responsáveis pelo museu têm uma explícita preocupação em preservar a natureza e, por isso, não coletam nem empalham animais para o acervo. Desse modo, as coleções lá expostas não causam o mal-estar que as coleções vivas de um zoológico costumam provocar nas pessoas, que sentem compaixão pelos animais confinados.
Digo ainda que a visita a esse museu trouxe-me à lembrança duas pessoas amigas que sempre souberam, como poucas, conjugar o estudo da biologia com a paixão pela literatura: o professor Ângelo Machado, zoólogo notável e especialista em libélulas, que tem usado seu vasto conhecimento na área da biologia para também escrever livros de literatura infantil; e Zenóbia, mestra querida, que além de bióloga dedicada aos estudos de história da natureza é autora de vários romances, contos e poemas, nos quais também trata das coisas do mundo natural. A ambos, o meu respeito e a minha grande admiração.
Refiro-me a isso tudo agora porque acabei de visitar, em Londres, o incrível Museu de História Natural. É um verdadeiro templo dedicado às coisas da natureza. O próprio prédio já impressiona à primeira vista, com seu estilo gótico e imponente. Dentro, há de tudo: esqueletos monstruosos de dinossauros, espécimes de animais empalhados, seções de botânica e geologia, além de várias coleções científicas de Charles Darwin – grande estrela do museu. O acervo total inclui milhares de itens e pode ser visto como uma enciclopédia visual da história da vida e da natureza, em suas múltiplas faces.
Não dá para esquecer, aliás, que o edifício desse museu foi o que mais me impressionou quando estive pela primeira vez em Londres com José Olympio, meu marido. Ficamos hospedados num hotel localizado na mesma região e, todos os dias, passávamos diante do museu. Este acabou se tornando, para nós, um símbolo afetivo dessa cidade de que tanto gosto e onde moramos depois, por um ano. Talvez tenha sido esse o melhor ano da minha vida adulta, o que me proporcionou mais tranquilidade e alegria. Desde então, elegi Londres como cidade preferida. E nesse ponto destoava de José Olympio, que sempre preferiu Paris. Era assim: do meu lado, Londres e Lisboa; do lado dele, Paris e Praga. E essa disputa não deixava de ser divertida quando um começava a comparar suas cidades prediletas com as do outro.
Mas voltando ao Museu de História Natural, fica aqui um registro: todas as espécimes de animais empalhados, em exibição, vieram de coleções de muitos anos atrás. Atualmente, os responsáveis pelo museu têm uma explícita preocupação em preservar a natureza e, por isso, não coletam nem empalham animais para o acervo. Desse modo, as coleções lá expostas não causam o mal-estar que as coleções vivas de um zoológico costumam provocar nas pessoas, que sentem compaixão pelos animais confinados.
Digo ainda que a visita a esse museu trouxe-me à lembrança duas pessoas amigas que sempre souberam, como poucas, conjugar o estudo da biologia com a paixão pela literatura: o professor Ângelo Machado, zoólogo notável e especialista em libélulas, que tem usado seu vasto conhecimento na área da biologia para também escrever livros de literatura infantil; e Zenóbia, mestra querida, que além de bióloga dedicada aos estudos de história da natureza é autora de vários romances, contos e poemas, nos quais também trata das coisas do mundo natural. A ambos, o meu respeito e a minha grande admiração.
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