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Trama envolvente
Hoje eu quero voltar sozinho conquista o público em Cartagena. Filme chega ao Brasil em abril
Carolina Braga*
Estado de Minas: 17/03/2014
Daniel Ribeiro celebra o carinho do público na Colômbia com o seu longa Hoje eu quero voltar sozinho |
O longa concorrente ao prêmio principal na categoria de ficção estará em cartaz até terça-feira. Em 10 de abril, será a vez de os brasileiros conhecerem a história. A estreia latino-americana não deixa dúvidas: a descoberta do amor por Leo (Ghuilherme Lobo), adolescente cego, envolve o espectador de tal maneira que a reação parece desproporcionada.
“Teve hora que todo mundo foi à loucura mesmo. O filme fala com as pessoas. Elas embarcam”, resume Daniel. Com a estreia no Brasil marcada para pelo menos 19 cidades, entre elas BH, a expectativa não é diferente. O cineasta paulistano trabalha temas como adolescência, deficiência e despertar de sexualidade com a devida delicadeza, sem lugares-comuns e contando com elenco de jovens talentos como Ghuilherme Lobo, Fabio Audi e Tess Coelho.
REPERCUSSÃO “É uma trama muito próxima da gente e humana. Nos identiticamos com os personagens porque todos vivemos a adolescência”, comenta o colombiano Germán Franco à saída da sala. “É uma história de amor simples entre garotos que descobrem a sexualidade, muito bem construída”, acrescenta o conterrâneo César Alzate. Em férias na cidade, o professor da Universidade da Bahia Emmanuel Novaes ficou contente com a forma como a trama é contada. “Discuto essa questão com meus alunos. Vejo que adolescentes são cada vez menos preconceituosos. Os mais velhos não. O filme mostra a possibilidade de amar independentemente de qualquer coisa”, diz.
Rodado com R$ 2,5 milhões, Hoje eu quero voltar sozinho é o desenvolvimento para longa do curta Eu não quero voltar sozinho, da mesma equipe. Lançado em 2010, o curta circulou por vários festivais, entre eles o de Cartagena, e hoje contabiliza mais de 3 milhões de visualizações no YouTube. Assim como no curta, a trama do longa gira em torno da descoberta do amor entre Leo e o colega de classe, Gabriel. Para Daniel, o longa é uma forma de quebrar tabus sociais. Foi assim em Berlim, em Cartagena e daí por diante nas 16 nações em que a distribuição está garantida. “Tudo foi construído com objetivo de gerar debate, fazer as pessoas discutirem e pensarem no assunto”, explica.
*A repórter viajou com o auxílio da Bolsa de Jornalismo Cultural da Fundación Gabriel García Marquez para el nuevo periodismo ibero-americano.
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