Os smartphones e a liberdade
Aristides José Vieira Carvalho
Estado de Minas: 20/07/2014
Aristides José Vieira Carvalho
Estado de Minas: 20/07/2014
Os smartphones
trouxeram vários benefícios ao nosso dia a dia: podemos nos comunicar
com pessoas que estão em locais próximos ou distantes, encaminhar e
agilizar atividades pessoais e profissionais, atualizar dados e
informações a partir de sites, WhatsApp, redes sociais e e-mails
recebidos.
O fascínio pelos smartphones, em seus modelos cada vez mais atraentes, é uma ocorrência mundial. Certamente, o aumento da procura por esses aparelhos tem a ver com a tecnologia e/ou com o consumismo. É difícil dizer o que mais se sobressai. O fato é que, se por um lado os avanços tecnológicos e o mercado facilitaram e democratizaram o acesso à comunicação e à informação, por outro lado trouxeram um desafio enorme à sociedade em relação à convivência saudável com esses aparelhos.
Quero acreditar que chegaremos a um equilíbrio em relação à utilização dos smartphones. Preocupam-me os riscos que oferecem ao impor um ritmo novo ao nosso viver, comprometendo as relações interpessoais e deixando-nos dependentes da sua utilização. No que diz respeito à saúde, há pesquisas sugerindo a diminuição do rendimento escolar entre universitários; há relatos de especialistas sobre as alterações visuais entre usuários, quadros de ansiedade e tendinites desencadeados pelo uso excessivo. Os adolescentes são, provavelmente, os mais prejudicados. Com suas “redes de amizades”, não conseguem desgrudar do visor porque aguardam mensagens e mantêm conversas intermináveis.
Para os pais, fica o desafio – heroico nessa sociedade consumista e imediatista – de colocar limite em uma “turma” que, de forma compulsiva, se envereda por caminhos algumas vezes perigosos. Esse limite é fundamental para que cresçam com liberdade e possam conduzir suas vidas sem se sentirem escravizados por esses aparelhos.
Faz algum tempo comprei um smartphone. Ele tem me ajudado muito. Mas deixei claro o seguinte: ele me serve para que eu possa interagir com as pessoas. Esse é o acordo. Confesso que, com frequência, tenho que me disciplinar para que ele não dê o tom e me deixe à mercê das suas demandas.
Pensando na liberdade em fazer as escolhas e em saborear a vida é que coloco a questão da utilização da tecnologia sem ser usado e dominado por ela. O escritor e filósofo Fernando Savater diz que “somos livres para responder dessa ou daquela maneira ao que nos acontece”. Seguindo essa perspectiva, avalio o uso dos smartphones. Eles estão aí. Como vamos viver em liberdade e responder à utilização de seus recursos, que a cada dia se ampliam?
A ansiedade desenfreada em ler as mensagens sem poder esperar um minuto sequer e a compulsão em olhar a tela para acessar os recados, as novidades, mesmo quando se está dirigindo; a falta de cuidado ao não prestar atenção ao outro, ao trabalho, ao lazer porque as mensagens estão chegando e é preciso (imperativo!) respondê-las e/ou acompanhá-la são atitudes que nada têm de saudável.
Colocar os smartphones a nosso serviço me parece ser um dos grandes desafios atuais. Precisamos construir estratégias para conduzir nossas vidas em liberdade, o que significa sabedoria e serenidade para lidar com os aparelhos sem nos deixarmos escravizar por eles, por mais atraentes e fascinantes que sejam.
O fascínio pelos smartphones, em seus modelos cada vez mais atraentes, é uma ocorrência mundial. Certamente, o aumento da procura por esses aparelhos tem a ver com a tecnologia e/ou com o consumismo. É difícil dizer o que mais se sobressai. O fato é que, se por um lado os avanços tecnológicos e o mercado facilitaram e democratizaram o acesso à comunicação e à informação, por outro lado trouxeram um desafio enorme à sociedade em relação à convivência saudável com esses aparelhos.
Quero acreditar que chegaremos a um equilíbrio em relação à utilização dos smartphones. Preocupam-me os riscos que oferecem ao impor um ritmo novo ao nosso viver, comprometendo as relações interpessoais e deixando-nos dependentes da sua utilização. No que diz respeito à saúde, há pesquisas sugerindo a diminuição do rendimento escolar entre universitários; há relatos de especialistas sobre as alterações visuais entre usuários, quadros de ansiedade e tendinites desencadeados pelo uso excessivo. Os adolescentes são, provavelmente, os mais prejudicados. Com suas “redes de amizades”, não conseguem desgrudar do visor porque aguardam mensagens e mantêm conversas intermináveis.
Para os pais, fica o desafio – heroico nessa sociedade consumista e imediatista – de colocar limite em uma “turma” que, de forma compulsiva, se envereda por caminhos algumas vezes perigosos. Esse limite é fundamental para que cresçam com liberdade e possam conduzir suas vidas sem se sentirem escravizados por esses aparelhos.
Faz algum tempo comprei um smartphone. Ele tem me ajudado muito. Mas deixei claro o seguinte: ele me serve para que eu possa interagir com as pessoas. Esse é o acordo. Confesso que, com frequência, tenho que me disciplinar para que ele não dê o tom e me deixe à mercê das suas demandas.
Pensando na liberdade em fazer as escolhas e em saborear a vida é que coloco a questão da utilização da tecnologia sem ser usado e dominado por ela. O escritor e filósofo Fernando Savater diz que “somos livres para responder dessa ou daquela maneira ao que nos acontece”. Seguindo essa perspectiva, avalio o uso dos smartphones. Eles estão aí. Como vamos viver em liberdade e responder à utilização de seus recursos, que a cada dia se ampliam?
A ansiedade desenfreada em ler as mensagens sem poder esperar um minuto sequer e a compulsão em olhar a tela para acessar os recados, as novidades, mesmo quando se está dirigindo; a falta de cuidado ao não prestar atenção ao outro, ao trabalho, ao lazer porque as mensagens estão chegando e é preciso (imperativo!) respondê-las e/ou acompanhá-la são atitudes que nada têm de saudável.
Colocar os smartphones a nosso serviço me parece ser um dos grandes desafios atuais. Precisamos construir estratégias para conduzir nossas vidas em liberdade, o que significa sabedoria e serenidade para lidar com os aparelhos sem nos deixarmos escravizar por eles, por mais atraentes e fascinantes que sejam.
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