Vasectomia e o câncer
Pesquisa associa a cirurgia à doença na próstata
Charles Pádua
Oncologista e diretor do Cetus-hospital dia
Estado de Minas: 04/08/2014
Pesquisa associa a cirurgia à doença na próstata
Charles Pádua
Oncologista e diretor do Cetus-hospital dia
Estado de Minas: 04/08/2014
A cada ano, cresce
consideravelmente o número de homens que realizam a cirurgia de
vasectomia. Somente no Sistema Único de Saúde (SUS), a quantidade de
vasectomias passou de 7,7 mil, em 2001, para 34 mil, em 2012. De acordo
com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 30 milhões de casais
recorrem à vasectomia por ano, valor que representa 8% de todos os
métodos contraceptivos. Mas esse procedimento ainda é cercado de muitos
tabus. Pesquisa recente, realizada pela Harvard School Public Health
(HSPH) dos Estados Unidos e publicada pelo Journal of Clinical Oncology,
aponta que a realização da vasectomia pode aumentar em até 10% o risco
de câncer de próstata agressivo.
Do ponto de vista oncológico, o estudo nos traz uma informação a mais no que diz respeito à vigilância dirigida aos homens submetidos à vasectomia, ou seja, esses pacientes deverão ser acompanhados mais de perto por seus urologistas. A pesquisa analisou dados de 49.405 americanos, com idade entre 15 e 40 anos, que foram acompanhados por 24 anos, no período de 1986 a 2010. No total, 12.321 homens, ou seja, 25%, fizeram a vasectomia. Durante os estudos, foram diagnosticados 6.023 casos de câncer de próstata, sendo 811 letais. Os resultados mostram que a vasectomia foi associada a um aumento de 10% do risco de desenvolvimento da neoplasia. O estudo mostra que 16 a cada mil homens desenvolveram a doença agressiva. Embora o aumento do risco associado ao procedimento tenha sido significativo, esse acréscimo é relativamente pequeno, se comparado a outros fatores que influenciam os homens em geral. As análises apontam que a ocorrência da doença é mais frequente entre homens que fizeram a vasectomia ainda jovens. Mas o motivo exato de homens vasectomizados apresentarem maior chance de desenvolver o câncer de próstata letal ainda é desconhecido. Levanta-se a possibilidade de alterações biológicas associadas a mecanismos imunológicos, mudança na proliferação celular e desequilíbrio hormonal serem fatores estimulantes para a ocorrência do câncer nessa população. Algumas proteínas encontradas no sêmen são responsáveis pela regulação do processo de carcinogênese, ou seja, processo de formação de câncer que em geral se dá lentamente, e muitas dessas têm a sua expressão diminuída após a vasectomia. É importante ressaltar que a vasectomia é um dos tipos mais seguros e mais eficazes para o controle da natalidade. A vasectomia oferece uma grande segurança contraceptiva, com falha de apenas 0,1 a 0,15 por 100 homens ao ano.
Os dados da pesquisa não devem assombrar os homens, e sim ser encarados como mais um alerta. As visitas frequentes aos médicos e a prevenção devem ser grandes aliadas dos pacientes. O rastreamento do câncer deve ser feito por meio de avaliação anual a partir dos 45 anos de idade para homens com risco aumentado. Para os pacientes de maior risco, com histórico familiar da doença em parentes de primeiro grau, recomendamos antecipar o acompanhamento para a partir dos 40 anos. O diagnóstico precoce é sempre a melhor forma de prevenção.
Do ponto de vista oncológico, o estudo nos traz uma informação a mais no que diz respeito à vigilância dirigida aos homens submetidos à vasectomia, ou seja, esses pacientes deverão ser acompanhados mais de perto por seus urologistas. A pesquisa analisou dados de 49.405 americanos, com idade entre 15 e 40 anos, que foram acompanhados por 24 anos, no período de 1986 a 2010. No total, 12.321 homens, ou seja, 25%, fizeram a vasectomia. Durante os estudos, foram diagnosticados 6.023 casos de câncer de próstata, sendo 811 letais. Os resultados mostram que a vasectomia foi associada a um aumento de 10% do risco de desenvolvimento da neoplasia. O estudo mostra que 16 a cada mil homens desenvolveram a doença agressiva. Embora o aumento do risco associado ao procedimento tenha sido significativo, esse acréscimo é relativamente pequeno, se comparado a outros fatores que influenciam os homens em geral. As análises apontam que a ocorrência da doença é mais frequente entre homens que fizeram a vasectomia ainda jovens. Mas o motivo exato de homens vasectomizados apresentarem maior chance de desenvolver o câncer de próstata letal ainda é desconhecido. Levanta-se a possibilidade de alterações biológicas associadas a mecanismos imunológicos, mudança na proliferação celular e desequilíbrio hormonal serem fatores estimulantes para a ocorrência do câncer nessa população. Algumas proteínas encontradas no sêmen são responsáveis pela regulação do processo de carcinogênese, ou seja, processo de formação de câncer que em geral se dá lentamente, e muitas dessas têm a sua expressão diminuída após a vasectomia. É importante ressaltar que a vasectomia é um dos tipos mais seguros e mais eficazes para o controle da natalidade. A vasectomia oferece uma grande segurança contraceptiva, com falha de apenas 0,1 a 0,15 por 100 homens ao ano.
Os dados da pesquisa não devem assombrar os homens, e sim ser encarados como mais um alerta. As visitas frequentes aos médicos e a prevenção devem ser grandes aliadas dos pacientes. O rastreamento do câncer deve ser feito por meio de avaliação anual a partir dos 45 anos de idade para homens com risco aumentado. Para os pacientes de maior risco, com histórico familiar da doença em parentes de primeiro grau, recomendamos antecipar o acompanhamento para a partir dos 40 anos. O diagnóstico precoce é sempre a melhor forma de prevenção.
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