Homossexualismo tudo bem, mas esta onda de casamentos gays é esquisitíssima
Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 13/02/2015Não há cronista, com exceção aqui do degas, que não se queixe da falta de assunto e do papel em branco. Minha queixa é outra: excesso de assuntos. Numa só tirinha de página de jornal, há tanta coisa dando assunto para crônica, que o meu problema é fazer a filtragem, ainda que sem a máquina Janicki Bioenergy Omniprocessor, que levou Bill Gates, o homem mais rico do mundo, a se deixar filmar bebendo um copo de água que acabara de ser filtrada de fezes. A engenhoca, diz a tirinha, transforma dejetos humanos em água potável. Pelo visto, Bill Gates anda obcecado por cocô, porque lançou em 2012 uma privada ecológica.
Logo adiante, outra surpresa: estudei bovinocultura durante anos, tive imensa biblioteca sobre o assunto, que espantou duas zootecnistas que passaram três dias hospedadas na fazenda trirriense, e nunca soube da existência de uma raça chamada super heck. Logo depois da nota do Bill bebendo aquela água, vejo fotos de animais da raça criada na Alemanha nazista há quase 100 anos utilizando genes de descendentes de auroques, bovídeos selvagens encontrados na Europa no século 17. No Reino Unido, há criadores de super heck e sete vacas foram sacrificadas por sua excessiva agressividade.
A mesma tirinha, depois das fotos de um casal super heck chifrudo, comprido, pelagem negra com dorso marrom escuro, e do respectivo bezerro, encerra com a notícia da corrida aos cartórios da Flórida depois que o estado liberou o casamento gay. Homossexualismo tudo bem, mas esta onda de casamentos gays é esquisitíssima. Afinal, o importante é amar e transar, ou casar? Quem foi que disse que casamento em cartório, de papel passado, é sinal de amor?
Nota 10
No fim de 2014, a coluna do Ancelmo pediu a diversos cidadãos e cidadoas que dessem notas para pessoas ou instituições pelo ano que terminava. No dia em que li a coluna, houve um único 10, dado pela escritora e acadêmica Ana Maria Machado para o juiz federal Sérgio Moro, do Paraná. Os outros votantes espalharam suas notas por diversas pessoas e instituições e a média geral ficou em torno de 6.
Estranhei a nota da ex-presidente da Academia Brasileira de Letras, não pelo 10 dado ao juiz Moro, avaliação que endosso, mas pelo fato de a escritora ser irmã do senhor Franklin de Sousa Martins, jornalista e político brasileiro, que foi ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social durante o mandato presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva até dezembro de 2010 e um dos articuladores de tudo que o juiz Moro vem desvendando na Operação Lava-Jato.
Não acredito que um filho de Mário Martins tenha recebido malas de dinheiro do Youssef e do Paulinho do Lula, mas Franklin foi o mentor, o ideólogo do esquema petista.
Eduardos
Edward Gibbon (1737-1794) escreveu Declínio e Queda do Império Romano. Como era historiador inglês, The decline and dall of the Roman Empire. Tinha que ser Edward. Sua obra foi publicada antes de 1790.
Veja o leitor alguns tópicos de sua obra em três grossos volumes: “1. As nações selvagens do globo são os inimigos naturais da sociedade civilizada e é lícito perguntar-nos, com ansiosa curiosidade, se a Europa ainda está ameaçada da repetição de calamidades que outrora afligiram as armas e instituições romanas. Talvez as mesmas reflexões sirvam para ilustrar a queda daquele poderoso império e explicar as causas prováveis de nossa atual segurança”.
“2. (...) Mas essa aparente nova segurança não nos deve levar a esquecer que novos inimigos e perigos ignorados podem possivelmente surgir de algum povo obscuro, mal visível ainda no mapa do mundo. Os árabes ou os sarracenos, que disseminaram suas novas conquistas desde a Índia até a Espanha, haviam enlanguescido na pobreza e na desonra, até Maomé infundir naqueles mesmos corpos o sopro do entusiasmo”.
A partir daí, tire o caro e preclaro leitor as conclusões que quiser, depois de ser informado de que Gibbon foi membro do Parlamento entre 1774-1783, provando que os britânicos tinham a mania de eleger parlamentares alfabetizados.
O mundo é uma bola
13 de fevereiro de 1633: detenção de Galileu Galilei pela Inquisição. Físico, matemático, astrônomo e filósofo nascido em Pisa, Galileu nunca se casou. Gênio, andou de cacho com Marina Gamba, mulher que conheceu numa de suas muitas viagens a Veneza. Morou com ela em Pádua, onde tiveram três crianças: Virgínia e Lívia, que no convento foram irmã Maria Celeste e irmã Arcângela, e Vincenzo. Quando se mudou para Florença para assumir um cargo na corte dos Médici, Galileu deixou o filho Vincenzo em Pádua com Marina Gamba, que se casou com Giovanni Bartoluzzi. Vincenzo, então, foi viver com o pai em Florença.
Ruminanças
“O papismo é que é a fonte fecunda dos vícios e da infelicidade que seguem nossos casamentos atuais. Ele torna impossível a liberdade às moças antes do casamento, e o divórcio depois, quando elas se enganaram, ou antes quando se enganaram na escolha que lhes impunham” (Stendhal, 1783-1842).
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