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Na dúvida, consulte o dicionário...
Quem tem família lida com um problema cuja solução, muitas vezes, está no direito
Estado de Minas: 15/03/2015
Para Rodrigo da
Cunha Pereira, as palavras têm poder. E mais: além do significado, são
também significantes, isto é, para além do conceito a que correspondem,
há nelas a representação psíquica do seu som, tal como nossos sentidos
as percebem e a forma como são pronunciadas. Desde criança em Abaeté,
Rodrigo ama as palavras e dicionários enciclopédicos ilustrados herdados
dos avós.
Eles povoaram seu universo e imaginação na infância e adolescência, quando viajava através das palavras, gravuras e ilustrações. Segundo Rodrigo, pelos dicionários pode-se saber o significado de qualquer coisa. E evoca Carlos Drummond de Andrade, para quem “ali encontramos palavras em estado de dicionário”.
Na era do Google, quando não mais encontramos pessoas chamadas de enciclopédias vivas como antigamente, parece improvável que um saber tão especializado possa ser editado nesse formato. Rodrigo, no entanto, depois de 30 anos de exercício da advocacia, ou da Clínica do Direito, autoriza-se a escrever o dicionário de Direito de famílias e sucessões – ilustrado (Editora Saraiva).
A–Pereira é autor de vários livros e artigos sobre o tema. O que há de peculiar em sua nova obra é a reunião de verbetes que, além do conceito jurídico, elementos doutrinários, dispositivos e de referências normativas, lança mão também da ética psicanalítica e das linguagens poética, musical e visual.
Esses diversos campos colaboram para fazer do livro uma fonte de informação atual sobre o direito de família, que nos últimos anos passou por profundas transformações em consequência de novos costumes e das configurações da família moderna ocorridas depois do individualismo triunfante dos últimos séculos.
A obra inclui questões contemporâneas como união estável, favorecimento constitucional da adoção, uniões hétero e homoafetivas e toda gama de possibilidades que nós, seres falantes, somos capazes de vivenciar. O autor nos ajuda a compreender as complexas relações familiares, consanguíneas ou não, assim como os restos de amor que, muitas vezes, vão parar nos tribunais.
O dicionário é muito bem apresentado por Paulo Lôbo, doutor em direito civil pela Universidade de São Paulo, e pelo desembargador Lourival Serejo, que nos faz lembrar o valor do trabalho pioneiro de Rodrigo. Serejo foi feliz no preâmbulo, lembrando-nos das palavras de Elisabeth Roudinesco. “A família é reivindicada como o único valor seguro ao qual ninguém quer renunciar. Ela é amada, sonhada e desejada por homens, mulheres e crianças de todas as idades, de todas as orientações sexuais e de todas as condições”, observa a historiadora, explicando que isso se dá na expectativa de que se possa manter, como princípio fundador, “o equilíbrio entre o um e o múltiplo de que todo sujeito precisa para construir sua identidade”.
O Dicionário de direito de família e sucessões estará, com certeza, presente em estantes de magistrados, advogados, psicólogos e psicanalistas, auxiliando no entendimento de tão complexas e imprescindíveis relações.
Eles povoaram seu universo e imaginação na infância e adolescência, quando viajava através das palavras, gravuras e ilustrações. Segundo Rodrigo, pelos dicionários pode-se saber o significado de qualquer coisa. E evoca Carlos Drummond de Andrade, para quem “ali encontramos palavras em estado de dicionário”.
Na era do Google, quando não mais encontramos pessoas chamadas de enciclopédias vivas como antigamente, parece improvável que um saber tão especializado possa ser editado nesse formato. Rodrigo, no entanto, depois de 30 anos de exercício da advocacia, ou da Clínica do Direito, autoriza-se a escrever o dicionário de Direito de famílias e sucessões – ilustrado (Editora Saraiva).
A–Pereira é autor de vários livros e artigos sobre o tema. O que há de peculiar em sua nova obra é a reunião de verbetes que, além do conceito jurídico, elementos doutrinários, dispositivos e de referências normativas, lança mão também da ética psicanalítica e das linguagens poética, musical e visual.
Esses diversos campos colaboram para fazer do livro uma fonte de informação atual sobre o direito de família, que nos últimos anos passou por profundas transformações em consequência de novos costumes e das configurações da família moderna ocorridas depois do individualismo triunfante dos últimos séculos.
A obra inclui questões contemporâneas como união estável, favorecimento constitucional da adoção, uniões hétero e homoafetivas e toda gama de possibilidades que nós, seres falantes, somos capazes de vivenciar. O autor nos ajuda a compreender as complexas relações familiares, consanguíneas ou não, assim como os restos de amor que, muitas vezes, vão parar nos tribunais.
O dicionário é muito bem apresentado por Paulo Lôbo, doutor em direito civil pela Universidade de São Paulo, e pelo desembargador Lourival Serejo, que nos faz lembrar o valor do trabalho pioneiro de Rodrigo. Serejo foi feliz no preâmbulo, lembrando-nos das palavras de Elisabeth Roudinesco. “A família é reivindicada como o único valor seguro ao qual ninguém quer renunciar. Ela é amada, sonhada e desejada por homens, mulheres e crianças de todas as idades, de todas as orientações sexuais e de todas as condições”, observa a historiadora, explicando que isso se dá na expectativa de que se possa manter, como princípio fundador, “o equilíbrio entre o um e o múltiplo de que todo sujeito precisa para construir sua identidade”.
O Dicionário de direito de família e sucessões estará, com certeza, presente em estantes de magistrados, advogados, psicólogos e psicanalistas, auxiliando no entendimento de tão complexas e imprescindíveis relações.
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