Ailton Magioli
Estado de Minas: 19/09/2013
A turma sobe ao palco do Teatro Bradesco para homenagear o baterista Mário Castelo, morto em 2005 |
A presença de inúmeros músicos entre os protagonistas Milton Nascimento e Lô Borges, tocando instrumentos além dos seus no disco Clube da Esquina, de 1972, chamou a atenção para o colorido instrumental da música mineira, que Toninho Horta pretende resgatar agora, ao lado da banda As Cores do Clube, criada e liderada por ele. O grupo é atração no Teatro Bradesco hoje à noite.
Formada por herdeiros do movimento musical mineiro, além dos chamados agregados, a banda promete trazer de volta o clima do disco. “Havia guitarra elétrica, guitarra de 12 com bandolim tocada com características às vezes mais melódicas e simples”, recorda Toninho, salientando a oportunidade que todos tiveram de fazer vocal e percussão no disco inaugural do Clube, além dos próprios arranjos que eles criavam na hora, em estúdio.
Lembranças De olho na rapaziada jovem que divulga aquela antológica criação musical, de maneira independente, Toninho começou a vislumbrar a formação de As Cores do Clube, que, na verdade, era para ter vindo à cena na Copa das Confederações. Com a aprovação do projeto na Lei Rouanet apenas mais recentemente, no entanto, ele acabou adiando os planos, que começam a se tornar realidade agora.
Dois Borges (Telo e Rodrigo), dois Guedes (Gabriel e Ian), um Tiso (Tutuca) e o próprio Toninho Horta, além do baixista Paulinho Carvalho, que tocou com todos os clubistas, estarão em cena. Assim como o guitarrista Beto Lopes e, de convidados, o baterista Esdra “Neném” Ferreira, o guitarrista Nelson Ângelo e as cantoras Carla Villar e Bárbara Barcellos. “É como se Tutuca Tiso fosse Milton Nascimento; Rodrigo Borges o tio Lô Borges; Gabriel Guedes o pai, Beto Guedes; Telo Borges o próprio Telo Borges; Ian Guedes no papel do guitarrista Fredera e as cantoras Carla Villar e Bárbara Barcellos estivessem na pele de Nana Caymmi e Solange Borges, respectivamente”, imagina Toninho Horta.
No show, cujo grande homenageado é o baterista Mário Castelo (1955–2005), Toninho estará vivendo o próprio integrante-fundador do Clube da Esquina. Segundo diz, mesmo morto prematuramente, o homenageado da noite fez escola na reconhecida influência pop-universal do Clube da Esquina. “Muita gente talvez não saiba da importância das levadas (3 x 4 e 6 x 8) do Mário Castelo na valsa mineira, a mais pop que existe”, detecta Toninho, lembrando que Esdra “Neném” Ferreira também sacou e sintetizou aquilo que Robertinho Silva havia levantado no início de toda a história.
Mesmo com a levada forte de roqueiro, Mário Castelo, como faz questão de ressaltar Toninho Horta, desenvolveu trabalho sofisticado ao lado de Lô Borges e Beto Guedes, com os quais tocou. Enfatizando as décadas de 1970 e 1980, o repertório de mais de 30 canções, que será apresentado em cerca de 2h de show hoje à noite, inclui pérolas de Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Flávio Venturini, Tavinho Moura e do próprio Toninho. Entre elas Paixão e fé, Sonho real, Trem azul, Clube da Esquina 2 e Manoel, o audaz. Composições mais explosivas do movimento, como Nada será como antes e Fé cega, faca amolada, também estão no espetáculo, que será integralmente registrado em vídeo pelo cineasta Bruno Safadi (Meu nome é Dindi, Belair, Éden e O uivo da gaita) para registro em DVD promocional da formação, que partirá a seguir para turnê nacional.
TONINHO HORTA & AS CORES DO CLUBE
Hoje, às 21h, no Teatro Bradesco (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes). Ingressos a R$ 60 e R$ 30 (meia-entrada). Informações: (31) 3516-1360.
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