quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Terapia freia câncer no cérebro de ratos‏

Estado de Minas: 31/10/2013 



Um novo tratamento traz esperanças no combate a um temido tipo de câncer no cérebro, o glioblastoma multiforme. Pesquisadores da Universidade de Northwestern desenvolveram uma terapia que, ao ser testada em ratos, desligou um gene crítico do tumor e, dessa forma, aumentou as chances de sobrevivência dos animais doentes. O trabalho, publicado pela Science Translational Medicine, deve em breve ser testado em humanos.

O tratamento usado pelos cientistas consiste em um pequeno RNA de interferência que envolve uma nanopartícula de ouro com ácidos nucleicos. O conjunto forma uma esfera invisível a olho nu capaz de atravessar a barreira hematoencefálica e chegar ao tumor cerebral. O medicamento aciona o interruptor do gene problemático e consegue silenciá-lo, derrubando as proteínas que mantêm as células cancerosas ativas.

Os ratos utilizados no experimento tiveram a taxa de sobrevivência ampliada em cerca de 20%, e o tamanho do tumor foi reduzido de três a quatro vezes, em comparação com o grupo de controle. “Esse é um belo casamento de uma nova tecnologia com os genes de uma doença terrível. Essa prova de conceito estabelece ainda uma grande plataforma para tratar uma ampla gama de doenças, incluindo a artrite reumatoide e a psoríase”, afirmou, em comunicado à imprensa, Chad Mirkin, especialista em nanomedicina e coautor do estudo.

Os pesquisadores adiantam que o próximo passo é testar a terapia em ensaios clínicos, utilizando o tratamento em humanos. “Meu grupo de pesquisa está trabalhando para descobrir os segredos do câncer e, mais importante, uma maneira de pará-lo”, declarou Alexander H. Stegh, professor da Universidade de Northwestern e coautor sênior do estudo. “O glioblastoma é um câncer muito difícil, e a maioria dos medicamentos quimioterapêuticos falham na clínica. A beleza do gene silenciado nesse estudo é que ele desempenha muitos papéis diferentes na resistência à terapia. Tirar o gene do quadro deve permitir que terapias convencionais sejam mais eficazes.”

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