Café e leite em rotas opostas
Enquanto os preços do grão despencaram 30,8% no ano, o valor pago aos pecuaristas registrou valorização de 28,45%
Paulo Henrique LobatoEstado de Minas: 18/12/2013
Dupla inseparável no
café da manhã de muitos mineiros, o café e o leite seguiram caminhos
diferentes em 2013. Enquanto os cafeicultores lamentaram o ano ruim, com
o preço médio da saca de 60 quilos despencando 30,8% em relação a 2012,
de R$ 428 para R$ 296, os produtores de leite comemoram os resultados
obtidos nesse exercício: o valor pago diretamente a eles subiu 28,45% de
janeiro a novembro no confronto com o mesmo período anterior. Os dados
fazem parte do balanço anual da Federação da Agricultura e Pecuária de
Minas Gerais (Faemg).
“(A situação atual dos cafeicultores) é algo bastante preocupante para nós, uma vez que o café é o principal produto do nosso agronegócio. Ele é cultivado em 607 dos 853 municípios do estado, sendo a principal atividade econômica em 340 deles”, disse Breno Mesquita, presidente da comissão de café tanto da Faemg quanto da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A expectativa é de que o preço continue baixo em 2014, uma vez que a commodity, marcada pela bianualidade, terá uma safra em alta.
Por outro lado, em razão da desmotivação dos fazendeiros com os preços, especialistas esperam uma retração no plantio. Já em relação ao leite, o analista de agronegócios da Faemg Wallisson Lara destaca que o alimento está valorizado tanto no mercado interno quanto no externo: “Esse quadro, somado ao consumo interno aquecido, contribuiu para a redução das importações e abre, inclusive, uma janela de oportunidade para que o produtor brasileiro invista em qualidade e produtividade. Isso poderá fazer com que o país saia da condição de importador e volte a ser um exportador de leite”.
Carnes e grãos Depois de amargarem em 2012 uma dramática redução no faturamento, em razão do alto preço das rações à base de milho e soja, o que levou muitos fazendeiros a abaterem as matrizes, os produtores de carne comemoraram as receitas apuradas em 2013. O Valor Bruto da Produção (VBP) do boi gordo, por exemplo, subiu 26,2%. Em toada praticamente igual, o faturamento bruto dos suínos decolou 25,6%. O das aves, 16,5%.
A trajetória de alta permanecerá em dezembro, devido às festas de fim de ano e ao pagamento do décimo terceiro salário. Para 2014, segundo previsão da Faemg, “a expectativa é de manutenção de um mercado interno bastante aquecido, impulsionado especialmente pelos eventos festivos e esportivos (Copa do Mundo) e por uma forte campanha de marketing para elevação do consumo. Também são esperados novos acordos internacionais”.
A colheita de milho chegou a 7,4 milhões de toneladas. O volume foi pouco menor do que o de 2012 (2,5%). Uma das justificativas é a seca que atingiu o Norte do estado este ano. Já a produção de soja saltou 9,8%, totalizando 3,4 milhões de toneladas. Como os preços da soja são mais atrativos e o Centro-Oeste do Brasil deve ter uma safra recorde de milho, o presidente da Comissão de Grãos da Faemg, Claudionor Nunes de Morais, acredita que cerca de 10% da área plantada de milho em 2013 deve receber sementes da soja em 2014. “De forma geral, esperamos outro ano igualmente bom, mas de muito mais estabilidade para a agricultura e a pecuária”, diz o presidente da Faemg, Roberto Simões, em relação às perspectivas para o ano que vem.
“(A situação atual dos cafeicultores) é algo bastante preocupante para nós, uma vez que o café é o principal produto do nosso agronegócio. Ele é cultivado em 607 dos 853 municípios do estado, sendo a principal atividade econômica em 340 deles”, disse Breno Mesquita, presidente da comissão de café tanto da Faemg quanto da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A expectativa é de que o preço continue baixo em 2014, uma vez que a commodity, marcada pela bianualidade, terá uma safra em alta.
Por outro lado, em razão da desmotivação dos fazendeiros com os preços, especialistas esperam uma retração no plantio. Já em relação ao leite, o analista de agronegócios da Faemg Wallisson Lara destaca que o alimento está valorizado tanto no mercado interno quanto no externo: “Esse quadro, somado ao consumo interno aquecido, contribuiu para a redução das importações e abre, inclusive, uma janela de oportunidade para que o produtor brasileiro invista em qualidade e produtividade. Isso poderá fazer com que o país saia da condição de importador e volte a ser um exportador de leite”.
Carnes e grãos Depois de amargarem em 2012 uma dramática redução no faturamento, em razão do alto preço das rações à base de milho e soja, o que levou muitos fazendeiros a abaterem as matrizes, os produtores de carne comemoraram as receitas apuradas em 2013. O Valor Bruto da Produção (VBP) do boi gordo, por exemplo, subiu 26,2%. Em toada praticamente igual, o faturamento bruto dos suínos decolou 25,6%. O das aves, 16,5%.
A trajetória de alta permanecerá em dezembro, devido às festas de fim de ano e ao pagamento do décimo terceiro salário. Para 2014, segundo previsão da Faemg, “a expectativa é de manutenção de um mercado interno bastante aquecido, impulsionado especialmente pelos eventos festivos e esportivos (Copa do Mundo) e por uma forte campanha de marketing para elevação do consumo. Também são esperados novos acordos internacionais”.
A colheita de milho chegou a 7,4 milhões de toneladas. O volume foi pouco menor do que o de 2012 (2,5%). Uma das justificativas é a seca que atingiu o Norte do estado este ano. Já a produção de soja saltou 9,8%, totalizando 3,4 milhões de toneladas. Como os preços da soja são mais atrativos e o Centro-Oeste do Brasil deve ter uma safra recorde de milho, o presidente da Comissão de Grãos da Faemg, Claudionor Nunes de Morais, acredita que cerca de 10% da área plantada de milho em 2013 deve receber sementes da soja em 2014. “De forma geral, esperamos outro ano igualmente bom, mas de muito mais estabilidade para a agricultura e a pecuária”, diz o presidente da Faemg, Roberto Simões, em relação às perspectivas para o ano que vem.
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