Cheio de graça
Leandro Hassum estreia Até que a sorte nos separe 2, na semana que vem, e se prepara para estrelar seis longas-metragens em 2014, entre eles Capitão Gay
Carolina Braga
Estado de Minas: 20/12/2013
São Paulo – Quando ele passa, pode saber que haverá um rastro de risadas. É que Leandro Hassum é assim: faz graça com tudo e todos. “Agora, quando as pessoas falam ação eu não respondo mais. Só quando dizem action”, brinca sobre as filmagens de Até que a sorte nos separe 2 em Las Vegas. Assim ele vai emendando uma piada na outra. O filme dirigido por Roberto Santucci chega a 750 salas brasileiras no dia 27 com vocação de bater o feito do primeiro: o público recorde de 3,5 milhões de espectadores em 2012.
Boa parte do sucesso se deve às tiradas do fluminense da Ilha do Governador, ex-morador de Niterói, que escolheu a comédia como ofício e não esconde o orgulho. “Sei que muitos comediantes se magoam com essa história de dizer que a comédia não é reconhecida, não ganha prêmio. Cara, faço isso pelo público. Quero fazer as coisas serem divertidas”, diz. Ele não se tem decepcionado.
Aos 40 anos, Leandro Hassum completou uma década de participações no cinema nacional. O primeiro trabalho foi como Barba Azul, uma ponta em Xuxa abacadabra (2003), dirigido por Moacyr Góes. Dali em diante marcou presença em 13 longas-metragens (sucessos como Se eu fosse você e Até que a sorte nos separe estão nesta lista) e a dublagem de três animações, entre elas o Gru de Meu malvado favorito.
Para 2014, tem outros seis projetos em pauta. Entre os mais esperados estão filme sobre o personagem eternizado por Jô Soares, Capitão Gay, com direção de Luiz Henrique Fonseca, e O candidato, a primeira comédia política da dupla Santucci e Paulo Cursino, o roteirista da franquia Até que a sorte nos separe.
Mesmo com carreira extensa na TV, onde se tornou conhecido com os personagens de Zorra total, até hoje Hassum se diz um homem de teatro. “Sou um cara que não tenho ego algum na minha profissão, no sentido artístico. Não tem isso de estrela. Acredito muito na galera. A equipe com a qual estou trabalhando, seja no cinema ou na TV, é a minha primeira plateia. Faço para eles”, revela. O talento em fazer graça com o cotidiano foi detectado por uma professora, que sugeriu à mãe dele que o levasse para aulas de interpretação. Fez a tradicional Escola Tablado, no Rio de Janeiro, foi estudar nos Estados Unidos e logo identificou-se com o gênero.
“Sou histriônico e caricato, como todos sabem. Não tenho o menor problema quanto a isso. Eu, o Luiz Fernando Guimarães e o Pedro Cardoso temos uma persona muito forte, que sempre vai nos acompanhar. É uma bobagem tentar apagar isso”, afirma. Leandro Hassum é o típico ator que se entrega ao personagem. Se é em função da piada, vale tudo. “Sou um vendido. Essa barriga e esse rego de fora já pagaram um bocado de contas lá em casa”, brinca.
DE PRIMEIRA A única exigência que costuma fazer é que seja tudo de primeira, sem repetições desnecessárias de cena. Mas isso também tem fundamento. “Piada funciona é na espontaneidade”, frisa. Tanto é assim que a fama dele nos bastidores é do ator do improviso, que não segue o texto. Se vai ensaiar a cena, pode ter certeza de que ele vai guardar a brincadeira para depois do comando do diretor.
“Realmente, gosto muito de fazer isso. Mas preciso que tenha uma cama boa, um roteiro. A piada de improviso às vezes funciona e outras não. Se dá errado, preciso ter para onde voltar. Se tenho uma história bem contada não tem problema. Não se improvisa em cima do nada”, ressalta. Leandro Hassum é defensor da ideia de que todo improviso tem que atirar para dentro da história, para não correr o risco de tornar-se alegoria gratuita. “É um improviso para colaborar com a história. Não para atirar e ser apenas vaidoso. Quando faz só pela piada, fica pouco e vazio.”
Até que a sorte nos separe 2 deixa nítida essa situação. Como é a segunda vez que Leandro Hassum interpreta o esbanjador Tino, fica claro o quanto ele está à vontade em cena. Na continuação, sai Daniele Winits e entra Camila Morgado no papel de Jane, a esposa do protagonista. Também reforçam o elenco Kiko Mascarenhas, Rita Elmôr, Arlete Salles, Berta Loran e o lutador Anderson Silva.
Na continuação, a família falida sai da miséria graças à herança deixada por um tio de Jane. Para atender o último pedido do finado, eles embarcam para Las Vegas, onde Tino demonstra, mais uma vez, não levar muito jeito para gastar pouco. “Acho que tem espaço para tudo. O que as comédias estão fazendo é levar a família inteira para o cinema. O grande barato deste filme é isso”, defende.
Em cena com o ídolo
O reencontro de Leandro Hassum e o Tino de Até que a sorte nos separe 2 ganhou status de momento especial da carreira. Afinal de contas, contracenar com Jerry Lewis não é para qualquer um. O astro das comédias americanas faz uma rápida – mas luxuosa – participação especial no longa dirigido por Santucci. “Tive a oportunidade de ter uma aula com o cara que é o rei desse tipo de piada”, diz. O momento foi tão marcante que a caricatura de Jerry virou uma tatuagem no braço do ator, com direito a registro da data: 13/8/13.
Bem antes das filmagens em Las Vegas, Hassum e Santucci foram ao show que Jerry Lewis faz na cidade. Por acaso do destino, acabaram conhecendo um parente do ator americano, que iniciou a ponte com os agentes. “O empresário dele deu uma assustada na gente”, conta. A lista de restrições era tão grande que Leandro ficou com pavor de algo sair errado e no meio do caminho Jerry Lewis desistir de tudo.
“O Santucci teve uma reunião com o empresário e no dia da filmagem o Jerry quis sentar e me conhecer. Foi tensão total”, lembra. Mas o climão não durou muito tempo. Jerry se revelou um ator generoso, deu sugestões e até pediu que a participação fosse uma homenagem a um de seus filmes, O mensageiro trapalhão (Bellboy), de 1960, curiosamente o favorito de Hassum. “Fiquei bem nervoso e emocionado com tudo”, lembra. Ao terminar as filmagens, o brasileiro ganhou de presente do colega veterano uma foto com os dizeres: “Leo, you’re great, Jerry!”.
* A repórter viajou a convite da Paris Filmes.
>> Vem aí
Leandro Hassum nas telas em 2014
Capitão Gay
Vestido para casar
O candidato
A esperança é a última que morre
Os caras de pau
Eu não faço a menor ideia do que eu tô fazendo com a minha vida
Sem problemas com o gênero, Leandro Hassum diz que as comédias estão levando famílias inteiras ao cinema |
São Paulo – Quando ele passa, pode saber que haverá um rastro de risadas. É que Leandro Hassum é assim: faz graça com tudo e todos. “Agora, quando as pessoas falam ação eu não respondo mais. Só quando dizem action”, brinca sobre as filmagens de Até que a sorte nos separe 2 em Las Vegas. Assim ele vai emendando uma piada na outra. O filme dirigido por Roberto Santucci chega a 750 salas brasileiras no dia 27 com vocação de bater o feito do primeiro: o público recorde de 3,5 milhões de espectadores em 2012.
Boa parte do sucesso se deve às tiradas do fluminense da Ilha do Governador, ex-morador de Niterói, que escolheu a comédia como ofício e não esconde o orgulho. “Sei que muitos comediantes se magoam com essa história de dizer que a comédia não é reconhecida, não ganha prêmio. Cara, faço isso pelo público. Quero fazer as coisas serem divertidas”, diz. Ele não se tem decepcionado.
Aos 40 anos, Leandro Hassum completou uma década de participações no cinema nacional. O primeiro trabalho foi como Barba Azul, uma ponta em Xuxa abacadabra (2003), dirigido por Moacyr Góes. Dali em diante marcou presença em 13 longas-metragens (sucessos como Se eu fosse você e Até que a sorte nos separe estão nesta lista) e a dublagem de três animações, entre elas o Gru de Meu malvado favorito.
Para 2014, tem outros seis projetos em pauta. Entre os mais esperados estão filme sobre o personagem eternizado por Jô Soares, Capitão Gay, com direção de Luiz Henrique Fonseca, e O candidato, a primeira comédia política da dupla Santucci e Paulo Cursino, o roteirista da franquia Até que a sorte nos separe.
Mesmo com carreira extensa na TV, onde se tornou conhecido com os personagens de Zorra total, até hoje Hassum se diz um homem de teatro. “Sou um cara que não tenho ego algum na minha profissão, no sentido artístico. Não tem isso de estrela. Acredito muito na galera. A equipe com a qual estou trabalhando, seja no cinema ou na TV, é a minha primeira plateia. Faço para eles”, revela. O talento em fazer graça com o cotidiano foi detectado por uma professora, que sugeriu à mãe dele que o levasse para aulas de interpretação. Fez a tradicional Escola Tablado, no Rio de Janeiro, foi estudar nos Estados Unidos e logo identificou-se com o gênero.
“Sou histriônico e caricato, como todos sabem. Não tenho o menor problema quanto a isso. Eu, o Luiz Fernando Guimarães e o Pedro Cardoso temos uma persona muito forte, que sempre vai nos acompanhar. É uma bobagem tentar apagar isso”, afirma. Leandro Hassum é o típico ator que se entrega ao personagem. Se é em função da piada, vale tudo. “Sou um vendido. Essa barriga e esse rego de fora já pagaram um bocado de contas lá em casa”, brinca.
DE PRIMEIRA A única exigência que costuma fazer é que seja tudo de primeira, sem repetições desnecessárias de cena. Mas isso também tem fundamento. “Piada funciona é na espontaneidade”, frisa. Tanto é assim que a fama dele nos bastidores é do ator do improviso, que não segue o texto. Se vai ensaiar a cena, pode ter certeza de que ele vai guardar a brincadeira para depois do comando do diretor.
“Realmente, gosto muito de fazer isso. Mas preciso que tenha uma cama boa, um roteiro. A piada de improviso às vezes funciona e outras não. Se dá errado, preciso ter para onde voltar. Se tenho uma história bem contada não tem problema. Não se improvisa em cima do nada”, ressalta. Leandro Hassum é defensor da ideia de que todo improviso tem que atirar para dentro da história, para não correr o risco de tornar-se alegoria gratuita. “É um improviso para colaborar com a história. Não para atirar e ser apenas vaidoso. Quando faz só pela piada, fica pouco e vazio.”
Até que a sorte nos separe 2 deixa nítida essa situação. Como é a segunda vez que Leandro Hassum interpreta o esbanjador Tino, fica claro o quanto ele está à vontade em cena. Na continuação, sai Daniele Winits e entra Camila Morgado no papel de Jane, a esposa do protagonista. Também reforçam o elenco Kiko Mascarenhas, Rita Elmôr, Arlete Salles, Berta Loran e o lutador Anderson Silva.
Na continuação, a família falida sai da miséria graças à herança deixada por um tio de Jane. Para atender o último pedido do finado, eles embarcam para Las Vegas, onde Tino demonstra, mais uma vez, não levar muito jeito para gastar pouco. “Acho que tem espaço para tudo. O que as comédias estão fazendo é levar a família inteira para o cinema. O grande barato deste filme é isso”, defende.
Em cena com o ídolo
Leandro se divertiu com Jerry Lewis e ainda saiu com tatuagem no braço |
O reencontro de Leandro Hassum e o Tino de Até que a sorte nos separe 2 ganhou status de momento especial da carreira. Afinal de contas, contracenar com Jerry Lewis não é para qualquer um. O astro das comédias americanas faz uma rápida – mas luxuosa – participação especial no longa dirigido por Santucci. “Tive a oportunidade de ter uma aula com o cara que é o rei desse tipo de piada”, diz. O momento foi tão marcante que a caricatura de Jerry virou uma tatuagem no braço do ator, com direito a registro da data: 13/8/13.
Bem antes das filmagens em Las Vegas, Hassum e Santucci foram ao show que Jerry Lewis faz na cidade. Por acaso do destino, acabaram conhecendo um parente do ator americano, que iniciou a ponte com os agentes. “O empresário dele deu uma assustada na gente”, conta. A lista de restrições era tão grande que Leandro ficou com pavor de algo sair errado e no meio do caminho Jerry Lewis desistir de tudo.
“O Santucci teve uma reunião com o empresário e no dia da filmagem o Jerry quis sentar e me conhecer. Foi tensão total”, lembra. Mas o climão não durou muito tempo. Jerry se revelou um ator generoso, deu sugestões e até pediu que a participação fosse uma homenagem a um de seus filmes, O mensageiro trapalhão (Bellboy), de 1960, curiosamente o favorito de Hassum. “Fiquei bem nervoso e emocionado com tudo”, lembra. Ao terminar as filmagens, o brasileiro ganhou de presente do colega veterano uma foto com os dizeres: “Leo, you’re great, Jerry!”.
* A repórter viajou a convite da Paris Filmes.
>> Vem aí
Leandro Hassum nas telas em 2014
Capitão Gay
Vestido para casar
O candidato
A esperança é a última que morre
Os caras de pau
Eu não faço a menor ideia do que eu tô fazendo com a minha vida
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