Quando a criança tem
dificuldade para focar em tarefas, manter o ambiente em que está
inserida organizado ou controlar os próprios comportamentos, há o risco
de ela ter o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH).
O distúrbio, segundo estudo divulgado no início da semana, durante a
reunião anual da Pediatric Academic Societies (PAS), no Canadá, pode
refletir dramas que não são apenas pessoais. Ele também é um indicador
de vulnerabilidade social.
Os pesquisadores descobriram que muitas das crianças diagnosticadas com TDAH enfrentam problemas como pobreza, divórcio dos pais, convivência constante com violência ou abuso de substâncias nocivas à saúde. “Os resultados sugerem que essas crianças presenciaram taxas significativamente maiores de traumas durante a vida do que as consideradas saudáveis”, explica Nicole Brown, responsável pelo estudo.
Nicole e sua equipe usaram dados de 2011 do Inquérito Nacional de Saúde da Criança, sondagem feita anualmente pelo governo canadense. Foram analisadas informações de 65 mil pessoas, com idade entre 6 e 17 anos. Elas e os pais responderam a um questionário sobre TDAH (ocorrência, gravidade e tratamento do transtorno) e a possível ocorrência de nove experiências adversas na infância: pobreza, divórcio, morte de um dos pais/encarregados de educação, violência doméstica, violência no bairro em que moram, abuso de substâncias, prisão, doença mental familiar e discriminação.
Os participantes que haviam lidado com quatro ou mais experiências ruins eram quase três vezes mais propensos a usar medicamentos para tratar o transtorno do que os que conviveram com três ou menos situações. “O conhecimento sobre a prevalência e os tipos de experiências adversas entre as crianças diagnosticadas com TDAH pode guiar os esforços para enfrentar o trauma na população e melhorar a triagem de prognósticos, a precisão de diagnósticos e a gestão dessas pessoas”, observa Brown.
Ela sugere que os pediatras considerem as experiências adversas ocorridas na infância de pacientes suspeitos de terem TDAH e, no caso do diagnóstico, sejam refeitos os testes levando em consideração os fatores de vulnerabilidade. “A ideia é que se iniciem os planos de tratamento e de intervenção sempre baseados em evidências que não sejam só sobre a dificuldade da criança em ficar parada ou em se concentrar. As causas para esse transtorno são muito mais profundas. É preciso ter conhecimento das experiências vividas pelo paciente antes de qualquer diagnóstico”, sugere.
Incidência
Estima-se que o TDAH afete de 5% a 10% das crianças em idade escolar e que seja 10 vezes mais frequente em meninos, segundo o Manual Merck de Informação Médica. Cerca de 20% dos garotos e das garotas com o transtorno apresentam incapacidades de aprendizagem, e em torno de 80% enfrentam problemas em algum momento da vida escolar.
Os pesquisadores descobriram que muitas das crianças diagnosticadas com TDAH enfrentam problemas como pobreza, divórcio dos pais, convivência constante com violência ou abuso de substâncias nocivas à saúde. “Os resultados sugerem que essas crianças presenciaram taxas significativamente maiores de traumas durante a vida do que as consideradas saudáveis”, explica Nicole Brown, responsável pelo estudo.
Nicole e sua equipe usaram dados de 2011 do Inquérito Nacional de Saúde da Criança, sondagem feita anualmente pelo governo canadense. Foram analisadas informações de 65 mil pessoas, com idade entre 6 e 17 anos. Elas e os pais responderam a um questionário sobre TDAH (ocorrência, gravidade e tratamento do transtorno) e a possível ocorrência de nove experiências adversas na infância: pobreza, divórcio, morte de um dos pais/encarregados de educação, violência doméstica, violência no bairro em que moram, abuso de substâncias, prisão, doença mental familiar e discriminação.
Os participantes que haviam lidado com quatro ou mais experiências ruins eram quase três vezes mais propensos a usar medicamentos para tratar o transtorno do que os que conviveram com três ou menos situações. “O conhecimento sobre a prevalência e os tipos de experiências adversas entre as crianças diagnosticadas com TDAH pode guiar os esforços para enfrentar o trauma na população e melhorar a triagem de prognósticos, a precisão de diagnósticos e a gestão dessas pessoas”, observa Brown.
Ela sugere que os pediatras considerem as experiências adversas ocorridas na infância de pacientes suspeitos de terem TDAH e, no caso do diagnóstico, sejam refeitos os testes levando em consideração os fatores de vulnerabilidade. “A ideia é que se iniciem os planos de tratamento e de intervenção sempre baseados em evidências que não sejam só sobre a dificuldade da criança em ficar parada ou em se concentrar. As causas para esse transtorno são muito mais profundas. É preciso ter conhecimento das experiências vividas pelo paciente antes de qualquer diagnóstico”, sugere.
Incidência
Estima-se que o TDAH afete de 5% a 10% das crianças em idade escolar e que seja 10 vezes mais frequente em meninos, segundo o Manual Merck de Informação Médica. Cerca de 20% dos garotos e das garotas com o transtorno apresentam incapacidades de aprendizagem, e em torno de 80% enfrentam problemas em algum momento da vida escolar.
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