Luiz Barretto
Presidente do Sebrae Nacional
Estado de Minas: 08/05/2014 0
O empreendedorismo
oferece uma imensa quantidade de histórias inspiradoras. Em todo o
Brasil, vemos casos de pessoas que investiram economias e muita energia
para abrir o próprio negócio e superar as dificuldades comuns a uma
empresa recém-fundada, como a necessidade de atrair e de fidelizar
consumidores. Independentemente do local de origem e da realidade
inicial da empresa, uma coisa é certa: o sonho de todos os
empreendedores é ter sucesso no mercado. A capacidade de inovar será o
grande diferencial para fazer desse sonho uma realidade.
Uma
pesquisa do Sebrae Nacional, divulgada no fim de abril, mostrou um
cenário positivo nas micro e pequenas empresas em relação a esse tema.
Segundo o levantamento, nos últimos dois anos, 75% dos pequenos negócios
brasileiros praticaram a inovação, a grande agenda do século 21, como
ferramenta para conquistar novos clientes e aumentar a qualidade dos
produtos e serviços.
Diferentemente de grandes empresas, em que a
inovação está mais associada a um grande conteúdo tecnológico e
registro de patentes, por exemplo, nos pequenos negócios a avaliação da
capacidade de inovar compreende desde o lançamento de um novo produto
até a evolução dos processos de gestão e da estrutura organizacional.
Assim,
uma microempresa pode considerar como inovação um procedimento que o
concorrente pode até já possuir. O aperfeiçoamento de um processo – como
o controle de estoque – vai tornar a empresa mais competitiva no
mercado. Da mesma forma, uma pequena empresa que passa a vender pela
Internet. Não se trata de uma quebra de paradigmas em relação ao mercado
nacional ou internacional, mas é uma medida inovadora em relação à
própria trajetória.
Um dado muito positivo que o estudo do Sebrae
revela é que os pequenos negócios reconhecem que a inovação aumenta o
faturamento. Para mais de 80% dos pequenos negócios, inovar resultou em
mais receita. Inovar, portanto, tem um sentido muito prático para os
empreendedores. Não é bom apenas para a imagem do negócio; também é bom
para o caixa.
No fim de abril, participei da 14ª Conferência
Anpei de Inovação Tecnológica, em São Paulo, para falar da nova onda de
empreendedorismo inovador no Brasil. Lá, falamos de um grande potencial
do brasileiro: a criatividade do nosso povo pode render inovações no
mercado.
Alguns exemplos de invenções tipicamente brasileiras
são conhecidos de todos: os consórcios para compra de apartamento ou de
carro e os restaurantes self-service, que revolucionaram a forma de
vender comida. A criatividade dos brasileiros é o maior insumo para
inovações no país, em especial no que se refere a novos modelos de
negócio. Foi esse espírito criativo e inovador que contribuiu
decisivamente para que o Brasil enfrentasse diversas crises econômicas.
Interessa
à economia brasileira o fortalecimento das práticas inovadoras nos
pequenos negócios. O desenvolvimento desse segmento tem grande impacto
na macroeconomia brasileira. Nem poderia ser diferente. Do total de
empresas do país, 99% são pequenos negócios, aqueles que têm faturamento
anual de até R$ 3,6 milhões. A maioria dos empregos formais do país é
gerada pelas micro e pequenas empresas.
No Sebrae, temos atuado
fortemente para apoiar microempreendedores individuais, micro e pequenas
empresas a inovar. Justamente pela convicção quanto à importância desse
fator de competitividade, o Sebrae investirá R$ 1 bilhão em projetos e
programas de inovação entre 2014 e 2017.
Temos estatísticas que
merecem ser celebradas, como esse estudo recente nos mostrou, mas há
muito o que se fazer para ampliar a inovação no dia a dia dos pequenos
negócios. Quanto maior a capacidade de inovar, maior a perspectiva para a
empresa de aumentar a produtividade e contribuir para a geração de
emprego e renda no Brasil. Esse é o cenário que todos desejamos e para o
qual trabalhamos.
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