Uma região delicada
Intestino, um dos órgãos mais importantes do organismo, é alvo de doenças crônicas.
Uma das razões é o estilo de vida e de alimentação.
Augusto Pio
Estado de Minas: 18/05/2014
Intestino, um dos órgãos mais importantes do organismo, é alvo de doenças crônicas.
Uma das razões é o estilo de vida e de alimentação.
Augusto Pio
Estado de Minas: 18/05/2014
A doença
inflamatória intestinal (DII) pertence a um grupo de doenças
inflamatórias crônicas, de causa desconhecida, que envolve o aparelho
digestivo. Pesquisa recente realizada no Brasil revela o comportamento
das pessoas diante dos principais sintomas das DIIs: no caso de dor
abdominal, 46% se automedicam; se têm diarreia frequente, 61% também
fazem uso de remédios sem consulta ao médico ou adotam soluções
caseiras; e quando há sangue nas fezes, 39% das pessoas esperam o quadro
melhorar.
A presidente da Sociedade Mineira de Coloproctologia e professora de coloproctologia da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, Sinara Leite, explica que o termo “doenças inflamatórias intestinais” engloba principalmente duas doenças: a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn. Ela esclarece que ambas têm impacto negativo considerável na qualidade de vida da pessoa, pois requerem atenção médica prolongada e representam um peso social importante. “As doenças têm distribuição uniforme entre os gêneros masculino e feminino e acometem, principalmente, pessoas jovens, com um pico de incidência entre 15 e 30 anos, embora possam ocorrer em qualquer idade. Há um segundo pico entre os 50 e 70 anos. Nesta faixa de idade, o controle da doença tende a ser mais complicado pela presença de outras patologias, como hipertensão arterial e diabetes, com o uso de polifarmácia (vários medicamentos para controlar as doenças concomitantes)”, explica Sinara, que também é membro titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia.
A retocolite ulcerativa e a doença de Crohn apresentam manifestações clínicas e evolutivas diversas, determinadas por vários fatores, como localização e extensão da área de acometimento, grau de atividade e gravidade do processo inflamatório, complicações da doença e a presença ou não de manifestações extraintestinais. “Podem apresentar um curso evolutivo com recaídas e remissões, com desaparecimento completo dos sintomas entre as crises. Os sintomas irão depender do segmento que está envolvido na inflamação. Os mais comuns são: dores, distensão e desconforto abdominais, associados à alteração do hábito intestinal (quase sempre diarreias), à presença de muco e/ou sangue nas fezes e a sintomas anais (dor, ardor e sangramento locais). Ao longo da vida, esse quadro clínico apresenta modificações e, devido à grande variabilidade clínica, o diagnóstico pode ser um desafio em alguns pacientes.”
Maria de Lourdes de Abreu Ferrari, professora de clínica médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e coordenadora do Ambulatório de Intestino do Hospital das Clínicas da UFMG ressalta que, segundo pesquisa realizada pela Organização Europeia de Doença de Chron e de Retocolite Ulcerativa e pela Associação das Federações de Chron e Retocolite Ulcerativa, a incidência das doenças intestinais cresceu 15 vezes nas últimas décadas nos grandes centros urbanos. Divulgado em fevereiro de 2013, o estudo revelou ainda que, 10 anos após o diagnóstico, 53% dos pacientes serão hospitalizados e 44% serão afastados de atividades diárias em decorrência de complicações da doença. O estudo mostrou também que cerca de 20% das pessoas com DII apresentam sintomas de forma contínua e que aproximadamente 40% dos pacientes têm manifestações extraintestinais, com acometimento das articulações, pele, lesões oculares e hepatobiliares, entre outras.
Alessandra Vitoriano de Castro, presidente da Associação Mineira dos Portadores de Doenças Inflamatórias Intestinais, lembra que, no início, sentia dores abdominais e evacuava de 15 a 20 vezes ao dia. “Emagreci 25 quilos em dois meses. Costumava ter febre baixa (até 38 graus) nos fins de tarde, início da noite. No trabalho, precisava ir muito ao banheiro e, às vezes, nem saía de casa. Socialmente fui diminuindo as atividades e, além disso, acordava muito à noite com cólicas e vontade de ir o banheiro.” Ela ressalta que, como as DIIs não têm cura, a adesão do paciente ao tratamento é fundamental. “Um acompanhamento nutricional e psicológico também é indicado, pois a dieta não é a mesma para os pacientes. Cada um tolera tipos diferentes de alimentos. Ao longo do tempo, o paciente pode ter problemas de convivência com a doença, que deixa sequelas emocionais. Fisicamente, existe o momento de emagrecimento, o momento de engordar, alguns casos mais graves levam a cirurgias para retirada de trechos inflamados do intestino ou correção de fístulas, e há aqueles que têm a necessidade de ostomização”, explica.
Alessandra salienta que a Associação Mineira é uma entidade civil de caráter social, sem fins lucrativos. “Nosso objetivo é integrar e auxiliar os portadores das DIIs. Hoje, temos mais de 500 pacientes cadastrados e contamos com o apoio de profissionais da saúde especializados na área. Para se associar, basta entrar em contato conosco pelo e-mail contato@amdii.org.br ou pelo site www.amdii.org.br”, diz.
A presidente da Sociedade Mineira de Coloproctologia e professora de coloproctologia da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, Sinara Leite, explica que o termo “doenças inflamatórias intestinais” engloba principalmente duas doenças: a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn. Ela esclarece que ambas têm impacto negativo considerável na qualidade de vida da pessoa, pois requerem atenção médica prolongada e representam um peso social importante. “As doenças têm distribuição uniforme entre os gêneros masculino e feminino e acometem, principalmente, pessoas jovens, com um pico de incidência entre 15 e 30 anos, embora possam ocorrer em qualquer idade. Há um segundo pico entre os 50 e 70 anos. Nesta faixa de idade, o controle da doença tende a ser mais complicado pela presença de outras patologias, como hipertensão arterial e diabetes, com o uso de polifarmácia (vários medicamentos para controlar as doenças concomitantes)”, explica Sinara, que também é membro titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia.
A retocolite ulcerativa e a doença de Crohn apresentam manifestações clínicas e evolutivas diversas, determinadas por vários fatores, como localização e extensão da área de acometimento, grau de atividade e gravidade do processo inflamatório, complicações da doença e a presença ou não de manifestações extraintestinais. “Podem apresentar um curso evolutivo com recaídas e remissões, com desaparecimento completo dos sintomas entre as crises. Os sintomas irão depender do segmento que está envolvido na inflamação. Os mais comuns são: dores, distensão e desconforto abdominais, associados à alteração do hábito intestinal (quase sempre diarreias), à presença de muco e/ou sangue nas fezes e a sintomas anais (dor, ardor e sangramento locais). Ao longo da vida, esse quadro clínico apresenta modificações e, devido à grande variabilidade clínica, o diagnóstico pode ser um desafio em alguns pacientes.”
Maria de Lourdes de Abreu Ferrari, professora de clínica médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e coordenadora do Ambulatório de Intestino do Hospital das Clínicas da UFMG ressalta que, segundo pesquisa realizada pela Organização Europeia de Doença de Chron e de Retocolite Ulcerativa e pela Associação das Federações de Chron e Retocolite Ulcerativa, a incidência das doenças intestinais cresceu 15 vezes nas últimas décadas nos grandes centros urbanos. Divulgado em fevereiro de 2013, o estudo revelou ainda que, 10 anos após o diagnóstico, 53% dos pacientes serão hospitalizados e 44% serão afastados de atividades diárias em decorrência de complicações da doença. O estudo mostrou também que cerca de 20% das pessoas com DII apresentam sintomas de forma contínua e que aproximadamente 40% dos pacientes têm manifestações extraintestinais, com acometimento das articulações, pele, lesões oculares e hepatobiliares, entre outras.
Alessandra Vitoriano de Castro, presidente da Associação Mineira dos Portadores de Doenças Inflamatórias Intestinais, lembra que, no início, sentia dores abdominais e evacuava de 15 a 20 vezes ao dia. “Emagreci 25 quilos em dois meses. Costumava ter febre baixa (até 38 graus) nos fins de tarde, início da noite. No trabalho, precisava ir muito ao banheiro e, às vezes, nem saía de casa. Socialmente fui diminuindo as atividades e, além disso, acordava muito à noite com cólicas e vontade de ir o banheiro.” Ela ressalta que, como as DIIs não têm cura, a adesão do paciente ao tratamento é fundamental. “Um acompanhamento nutricional e psicológico também é indicado, pois a dieta não é a mesma para os pacientes. Cada um tolera tipos diferentes de alimentos. Ao longo do tempo, o paciente pode ter problemas de convivência com a doença, que deixa sequelas emocionais. Fisicamente, existe o momento de emagrecimento, o momento de engordar, alguns casos mais graves levam a cirurgias para retirada de trechos inflamados do intestino ou correção de fístulas, e há aqueles que têm a necessidade de ostomização”, explica.
Alessandra salienta que a Associação Mineira é uma entidade civil de caráter social, sem fins lucrativos. “Nosso objetivo é integrar e auxiliar os portadores das DIIs. Hoje, temos mais de 500 pacientes cadastrados e contamos com o apoio de profissionais da saúde especializados na área. Para se associar, basta entrar em contato conosco pelo e-mail contato@amdii.org.br ou pelo site www.amdii.org.br”, diz.
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