É verdade que o Mundial tem empolgado pelo número de gols, mas ele se deve mais à fragilidade dos adversários do que à qualidade das equipes
Jaeci Carvalho
Estado de Minas: 23/06/2014
Escrevi neste
espaço e falei no Alterosa no ataque: Felipão escalaria hoje o mesmo
time que estreou na Copa do Mundo. Conheço bem o treinador, que não
perderia a chance de consagrar Fred, Hulk e Paulinho, já que o Brasil
deverá golear os Leões indomáveis, postos pela Fifa sob suspeita de
manipulação de resultados em casas de apostas, antes de a própria
entidade voltar atrás. O técnico vai olhar os repórteres na coletiva com
aquele ar superior de quem diz: “Eu estava certo o tempo todo.
Goleamos, e vocês vão falar o que agora?”
Será o momento também de os jogadores questionarem os que afirmaram não haver mais craques no nosso futebol. E alguns jornalistas vão fazer perguntas idiotas, para agradar aos entrevistados. Aí, o Brasil vai se iludir com a possível goleada – sugeri 5 a 0 – e entrar nas oitavas de salto alto. A probabilidade de pegar o Chile é grande, mas o time de Jorge Sampaoli, com bons jogadores, faz ótima Copa e não deverá ser a galinha morta de outrora. Além disso, disputa o primeiro lugar do grupo e pode jogar a Holanda para cima de nós no sábado, no Mineirão.
Imaginem Robben arrancando do meio-campo na “Avenida” Daniel Alves? Vai deitar e rolar. Ou na “Avenida” Marcelo, também fraco e mascarado. Já pensaram Van Persie em cima de Thiago Silva e David Luiz? Temo sermos goleados por uma equipe muito acima do nosso futebol. Ela atua com pontas, enquanto a gente joga com Hulk, Paulinho e Fred.
É verdade que o Mundial tem empolgado pelo número de gols, mas ele se deve mais à fragilidade dos adversários do que à qualidade das equipes. Já disse que o período da disputa é inconcebível. Os jogadores terminam a temporada europeia exauridos. Alguns, como o terceiro melhor do mundo, o francês Ribéry, nem vieram. Em outubro, época ideal, não seria tão frio na Europa e os craques estariam em forma. Mas a Fifa é arcaica e só vê na sua frente os cifrões.
O jogo de hoje é como aquele em que o paciente sai do coma, dá esperança de sobreviver, mas morre no dia seguinte, deixando a família arrasada. Estou certo de que o Brasil vai golear e dar a ilusão de que melhorou, mas nas oitavas, contra rival mais qualificado, voltará ao que é.
Dizem que a Alemanha tropeçou em Gana. Que nada! Os africanos também jogaram muito. Se fosse contra o Brasil, não tenho dúvidas de que venceriam. Bem preparados fisicamente, eles têm Asamoah Gyan, superior a muitos jovens do nosso time. Mas Felipão, teimoso e arrogante, deixou R10, Kaká, Robinho e até Alex de fora. Os germânicos têm Klose, de 36 anos, agora maior artilheiro dos Mundiais, ao lado de Ronaldo, com 15 gols. Caro Fenômeno, prepare-se para perder seu reinado, que durou apenas oito anos. O polonês naturalizado alemão vai fazer mais, pois é centroavante nato. Vejam que os experientes ainda são úteis a outras seleções, ao contrário do Brasil.
Vamos ao pão e ao circo. Diria o palhaço: “Hoje tem goleada?”. “Tem, sim senhor”, responderá a plateia. Não vejo outra possibilidade que não bela vitória, com show de Neymar, que será comparado a Pelé. Será uma tarde-noite de glória, com comemoração nas ruas e nas Fan Fests. Depois, teremos cinco dias até as oitavas, no lindo e confortável Mineirão. Será a semana da empolgação, das análises de que vamos pegar velho freguês e já estaremos nas quartas, em que, com muita sorte, poderemos pegar a Colômbia ou mesmo o combalido Uruguai. De qualquer maneira, uma semana diferente, com elogios superando as críticas, deixando Felipão um pouco mais calmo e educado. Mas, se não golearmos Camarões, que andam em guerra entre si, é melhor fechar as portas e pedir para sair da Copa.
Será o momento também de os jogadores questionarem os que afirmaram não haver mais craques no nosso futebol. E alguns jornalistas vão fazer perguntas idiotas, para agradar aos entrevistados. Aí, o Brasil vai se iludir com a possível goleada – sugeri 5 a 0 – e entrar nas oitavas de salto alto. A probabilidade de pegar o Chile é grande, mas o time de Jorge Sampaoli, com bons jogadores, faz ótima Copa e não deverá ser a galinha morta de outrora. Além disso, disputa o primeiro lugar do grupo e pode jogar a Holanda para cima de nós no sábado, no Mineirão.
Imaginem Robben arrancando do meio-campo na “Avenida” Daniel Alves? Vai deitar e rolar. Ou na “Avenida” Marcelo, também fraco e mascarado. Já pensaram Van Persie em cima de Thiago Silva e David Luiz? Temo sermos goleados por uma equipe muito acima do nosso futebol. Ela atua com pontas, enquanto a gente joga com Hulk, Paulinho e Fred.
É verdade que o Mundial tem empolgado pelo número de gols, mas ele se deve mais à fragilidade dos adversários do que à qualidade das equipes. Já disse que o período da disputa é inconcebível. Os jogadores terminam a temporada europeia exauridos. Alguns, como o terceiro melhor do mundo, o francês Ribéry, nem vieram. Em outubro, época ideal, não seria tão frio na Europa e os craques estariam em forma. Mas a Fifa é arcaica e só vê na sua frente os cifrões.
O jogo de hoje é como aquele em que o paciente sai do coma, dá esperança de sobreviver, mas morre no dia seguinte, deixando a família arrasada. Estou certo de que o Brasil vai golear e dar a ilusão de que melhorou, mas nas oitavas, contra rival mais qualificado, voltará ao que é.
Dizem que a Alemanha tropeçou em Gana. Que nada! Os africanos também jogaram muito. Se fosse contra o Brasil, não tenho dúvidas de que venceriam. Bem preparados fisicamente, eles têm Asamoah Gyan, superior a muitos jovens do nosso time. Mas Felipão, teimoso e arrogante, deixou R10, Kaká, Robinho e até Alex de fora. Os germânicos têm Klose, de 36 anos, agora maior artilheiro dos Mundiais, ao lado de Ronaldo, com 15 gols. Caro Fenômeno, prepare-se para perder seu reinado, que durou apenas oito anos. O polonês naturalizado alemão vai fazer mais, pois é centroavante nato. Vejam que os experientes ainda são úteis a outras seleções, ao contrário do Brasil.
Vamos ao pão e ao circo. Diria o palhaço: “Hoje tem goleada?”. “Tem, sim senhor”, responderá a plateia. Não vejo outra possibilidade que não bela vitória, com show de Neymar, que será comparado a Pelé. Será uma tarde-noite de glória, com comemoração nas ruas e nas Fan Fests. Depois, teremos cinco dias até as oitavas, no lindo e confortável Mineirão. Será a semana da empolgação, das análises de que vamos pegar velho freguês e já estaremos nas quartas, em que, com muita sorte, poderemos pegar a Colômbia ou mesmo o combalido Uruguai. De qualquer maneira, uma semana diferente, com elogios superando as críticas, deixando Felipão um pouco mais calmo e educado. Mas, se não golearmos Camarões, que andam em guerra entre si, é melhor fechar as portas e pedir para sair da Copa.
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