COLUNA DO JAECI »
Na sorte e com ajuda do apito
"Entendo que estreia é sempre nervosa e alguns jogadores tremem, mas a Seleção continua instável, sem jogadas, sem criatividade"
Jaeci Carvalho
Estado de Minas: 13/06/2014
Senti uma sensação
estranha. Pela primeira vez nos últimos 20 anos não estava na abertura
da Copa do Mundo. Por causa da grande audiência do Alterosa no ataque,
que comando de segunda a sexta-feira, preferi privilegiar nossos
telespectadores nesta primeira fase, prometendo acompanhar o Brasil in
loco a partir das oitavas de final. Todos sabem minha firmeza como
analista em afirmar que a Seleção não vai ganhar a Copa nem chegar à
final. Como torcedor, porém, quero ver o time no Maracanã em 13 de
julho, para ganhar, quem sabe?, da Alemanha, repetindo o desfecho de
2002, ou da Argentina, em decisão inédita. Para isso, porém, teremos de
nos superar e jogar futebol que jamais mostramos com Mano Menezes ou
Felipão.
Não gostei de ver nossos jogadores chorando antes de entrar em campo. A Croácia mostrou a postura defensiva esperada, jogando por uma bola. E foi dela a primeira boa jogada, numa cabeçada que assustou Júlio César. Logo em seguida, ela abriu o placar, em gol contra de Marcelo, reserva do Real Madrid.
O gol deixou os brasileiros nervosos. Eles não conseguiam jogadas, perdiam rebotes e não criavam. Aviso há tempos: o time é fraco, com jogadores limitados, reservas em seus clubes. O Brasil começou a melhorar aos 20min, chutou três bolas que quase entraram, mas o rival se safou. Lembram-se quando escrevi que o time tem muita sorte? Pois é. Ela não o abandonou quando Neymar pegou uma sobra de disputa no meio-campo, ajeitou e bateu fraco, de canhota. O goleiro pulou atrasado, a bola tocou na trave e entrou.
O gol não foi uma ducha nos croatas, mas os anfitriões melhoraram um pouco, criando algumas situações. Nada que empolgasse, mas pelo menos chegaram mais ao gol. Felipão, incontrolável, queria ganhar até lateral no grito. Deveria é treinar o time melhor. Apesar da melhora, o empate no primeiro tempo foi lucro. Um reflexo do que tem sido em jogos contra adversários bem armados.
Quando o jogo recomeçou, esperava um Brasil mais solto, criando jogadas, fazendo Fred aparecer. Não entendo a cadeira cativa de Hulk, péssimo. Mas nosso técnico optou por Hernanes no lugar de Paulinho, trocando seis por meia-dúzia. Esperar algo mais ousado de Felipão é utopia. Enfim, ele tirou Hulk e pôs Bernard, boa opção, pela velocidade. Mas o árbitro japonês inventou um pênalti em Fred, Neymar bateu mal, o goleiro tocou na bola, mas ela entrou. A sorte de novo. Ganhar é bom, mas com pênalti roubado dá um sentimento ruim.
Os croatas ficaram inconformados. Jogavam melhor, mas um erro da arbitragem definiu o resultado. Entendo que estreia é sempre nervosa e alguns jogadores tremem, mas a Seleção continua instável, sem jogadas, sem criatividade. O rival se perdeu e ficou como barata tonta. O Brasil teve chances de ampliar, mas não era noite de Fred.
Vimos no finzinho um grande sufoco da Croácia. Felipão ainda arrumou tempo para pôr Ramires e tirar Neymar. Talvez para evitar que o craque levasse outro cartão e, expulso, ficasse de fora do próximo jogo. No apagar das luzes, a sorte atuou novamente. Oscar, de bico, acertou o cantinho, em outra falha do goleiro. É isso. Futebol de qualidade não temos, mas da sorte e da arbitragem não podemos reclamar.
Já disse que não sou ufanista. Se o adversário fosse melhor, dificilmente venceríamos. Fosse Felipão, eu fecharia a equipe na Granja Comary e ensaiaria mais jogadas. O Grupo A não é da morte, mas é complicado. Claro que uma vitória sobre México terça-feira, em Fortaleza, praticamente nos levará à próxima fase. Mas, para ser o primeiro da chave, é preciso jogar mais e não depender de arbitragem.
Não gostei de ver nossos jogadores chorando antes de entrar em campo. A Croácia mostrou a postura defensiva esperada, jogando por uma bola. E foi dela a primeira boa jogada, numa cabeçada que assustou Júlio César. Logo em seguida, ela abriu o placar, em gol contra de Marcelo, reserva do Real Madrid.
O gol deixou os brasileiros nervosos. Eles não conseguiam jogadas, perdiam rebotes e não criavam. Aviso há tempos: o time é fraco, com jogadores limitados, reservas em seus clubes. O Brasil começou a melhorar aos 20min, chutou três bolas que quase entraram, mas o rival se safou. Lembram-se quando escrevi que o time tem muita sorte? Pois é. Ela não o abandonou quando Neymar pegou uma sobra de disputa no meio-campo, ajeitou e bateu fraco, de canhota. O goleiro pulou atrasado, a bola tocou na trave e entrou.
O gol não foi uma ducha nos croatas, mas os anfitriões melhoraram um pouco, criando algumas situações. Nada que empolgasse, mas pelo menos chegaram mais ao gol. Felipão, incontrolável, queria ganhar até lateral no grito. Deveria é treinar o time melhor. Apesar da melhora, o empate no primeiro tempo foi lucro. Um reflexo do que tem sido em jogos contra adversários bem armados.
Quando o jogo recomeçou, esperava um Brasil mais solto, criando jogadas, fazendo Fred aparecer. Não entendo a cadeira cativa de Hulk, péssimo. Mas nosso técnico optou por Hernanes no lugar de Paulinho, trocando seis por meia-dúzia. Esperar algo mais ousado de Felipão é utopia. Enfim, ele tirou Hulk e pôs Bernard, boa opção, pela velocidade. Mas o árbitro japonês inventou um pênalti em Fred, Neymar bateu mal, o goleiro tocou na bola, mas ela entrou. A sorte de novo. Ganhar é bom, mas com pênalti roubado dá um sentimento ruim.
Os croatas ficaram inconformados. Jogavam melhor, mas um erro da arbitragem definiu o resultado. Entendo que estreia é sempre nervosa e alguns jogadores tremem, mas a Seleção continua instável, sem jogadas, sem criatividade. O rival se perdeu e ficou como barata tonta. O Brasil teve chances de ampliar, mas não era noite de Fred.
Vimos no finzinho um grande sufoco da Croácia. Felipão ainda arrumou tempo para pôr Ramires e tirar Neymar. Talvez para evitar que o craque levasse outro cartão e, expulso, ficasse de fora do próximo jogo. No apagar das luzes, a sorte atuou novamente. Oscar, de bico, acertou o cantinho, em outra falha do goleiro. É isso. Futebol de qualidade não temos, mas da sorte e da arbitragem não podemos reclamar.
Já disse que não sou ufanista. Se o adversário fosse melhor, dificilmente venceríamos. Fosse Felipão, eu fecharia a equipe na Granja Comary e ensaiaria mais jogadas. O Grupo A não é da morte, mas é complicado. Claro que uma vitória sobre México terça-feira, em Fortaleza, praticamente nos levará à próxima fase. Mas, para ser o primeiro da chave, é preciso jogar mais e não depender de arbitragem.
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