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Descoberta nova espécie de pterossauro
Vilhena Soares
Estado de Minas: 06/06/2014
Uma nova espécie de
pterossauro foi descoberta por pesquisadores chineses em parceria com
brasileiros. A identificação do réptil voador extinto surgiu depois de
análises de ovos e fósseis encontrados em excelente estado de
conservação, no Sudeste da China. Achada em um sítio na província de
Hami, perto da Mongólia, a espécie foi batizada de Hamipterus
tianshanensis e traz novos dados sobre a morfologia desses animais, como
o tamanho e a vivência em grupos.
“Acreditávamos, por exemplo,
que somente o macho teria um adorno grande na cabeça, servindo para o
acasalamento. Agora, com as novas amostras, vemos que os dois sexos
tinham o adorno, mas o do macho era maior”, destaca Taissa Rodrigues,
professora da Faculdade de Biologia da Universidade Federal do Espírito
Santo (Ufes) e coautora do trabalho, publicado na Current Biology.
Além
disso, a análise mostrou que a envergadura dos pterossauros podia
variar de 25cm a 12m. Outra novidade diz respeito à sociabilidade dessa
ordem pré-histórica. “Suspeitávamos, mas agora temos uma constatação
física, de que eles eram animais mais gregários, viviam juntos em
colônias, já que foram desenterradas muitas ossadas no mesmo local, que
seriam dos pais e das mães, e cinco ovos encontrados até agora”, diz.
Taissa
Rodrigues explica que os ovos em questão são os mais bem preservados
achados até agora. “Eles foram encontrados em estado tridimensional, ou
seja, estavam mais inteiros e não espatifados, como de costume.
Acreditamos que essa conservação tenha se dado pelas tempestades de
areia, além da lama, que os cobriram e os protegeram com o passar do
tempo. Eles tinham a casca muito fina. Por isso precisavam ser
enterrados, para serem protegidos”, destaca. A cientista tem esperanças
de que mais ovos possam ser encontrados. “Caso tenhamos sorte, um ovo
com embrião também pode existir nesse depósito.”
A pesquisadora
da Ufes adianta que o material deve render outros dados relevantes.
Segundo ela, os pterossauros são muito frágeis e difíceis de encontrar
bem preservados. “Temos alguns fósseis excelentes no Nordeste do Brasil e
também na China. A diferença é que, aqui, há várias espécies, e lá
existem vários indivíduos de uma só. Esse é um depósito com um potencial
enorme”, aponta.
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