Orelha
Estado de Minas: 05/07/2014
Admirável Huxley
Dentro do projeto de reedição das obras completas de Aldous Huxley (1894-1963), a Biblioteca Azul, selo da Editora Globo, está com três novos títulos nas livrarias esta semana. Sem olhos em Gaza, lançado originalmente em 1936, narra o desenvolvimento emocional e intelectual de Anthony Beavis, cujos privilégios permitiram a ele uma vida dedicada ao pensamento e aos prazeres mundanos. Também o cisne morre, de 1939, fala do encontro entre um intelectual britânico e um milionário americano, poderoso e superficial, num retrato amargo da sociedade americana. Por fim, a nova edição de Admirável mundo novo impressiona pela atualidade da distopia premonitória de Huxley sobre a invasão da ciência nas decisões políticas.
Quadrinhos radicais
A Boitempo lança este mês o selo Barricada, especializado em quadrinhos. O catálogo com títulos nacionais e estrangeiros é coordenado pelo conselho editorial formado por Luiz Gê, Ronaldo Bressane e Gilberto Maringoni. Entre os primeiros lançamentos estão programados Último aviso, de Franziska Becker, e alguns dos trabalhos mais ambiciosos, como a antologia Cânone gráfico: clássicos da literatura universal em quadrinhos (Graphic Canon), de Russ Kick, que traz adaptações dos clássicos A divina comédia e Ilíada. Outra novidade é o projeto brasileiro transmídia Claun, de Felipe Bragança, cineasta e corroteirista do longa Praia do futuro.
Capital 1
O segundo volume de O capital (Livro II: o processo de circulação do capital), de Karl Marx, chega às livrarias ainda este mês pela Boitempo, dentro do projeto de edição das obras completas de Marx e Engels pela editora. A edição é a primeira no Brasil a se basear no monumental projeto Mega II, da Alemanha – especialmente importante em se tratando de uma obra complicada como é o livro II de O capital, finalizado por Engels a partir de uma quantidade imensa de manuscritos deixados por Marx.
Capital 2
Por falar em O capital, a obra O capital no século 21, do francês Thomas Piketty (foto), um dos livros mais comentados (e menos lidos) da temporada, já está em regime de pré-venda no Brasil. O autor partiu de registros históricos para defender a tese de que o capitalismo tende a criar um círculo vicioso de desigualdade, pois, no longo prazo, a taxa de retorno sobre os ativos é maior que o ritmo do crescimento econômico, o que se traduz numa concentração cada vez maior da riqueza. Informações sobre a reserva dos primeiros exemplares no site da Editora Intrínseca: www.intrinseca.com.br.
Anos 70
A Cosac Naify anuncia o lançamento, no fim do mês, do livro O que amar quer dizer, do jornalista cultural Mathieu Lindon. Ambientado na Paris do fim dos anos 1970 e início dos 80, o livro recupera os momentos de convivência do autor com o filósofo Michel Foucault (1926-1984). Filho de Jérôme Lindon, fundador das Editions de Minuit e editor de Samuel Beckett e Marguerite Duras, Lindon rememora as festas no apartamento de Foucault, em descrições bem-humoradas de sua vivência homossexual em meio a viagens de ácido e música clássica. Em seguida, trata da sombra que surgiu no meio gay com a chegada da Aids, que viria a vitimar o filósofo.
Letra e música
O cantor, violonista e compositor Celso Viáfora (foto), depois de nove discos e dezenas de canções, estreia na literatura com o romance Amores absurdos. O livro narra a história de um compositor que fez o circuito dos festivais na juventude, dedicando-se depois ao mercado publicitário. Como pano de fundo, além do cotidiano vivido por muitos músicos no início dos anos 1980 pelo interior do país, o autor traça um perfil social, político e cultural do Brasil nos últimos 40 anos. Viáfora lançou recentemente disco com o mesmo título do romance, com canções que fazem parte da narrativa.
Frutos estranhos
A Editora Rocco está lançando coleção dedicada a ensaios que têm como tema a literatura contemporânea. A série Entrecríticas é um espaço teórico voltado para pensar as letras em conexão com outras práticas artísticas. A coleção estreia com dois volumes, Frutos estranhos – Sobre a inespecificidade na estética contemporânea, de Florencia Garramuño; e Poesia e escolhas afetivas – Edição escrita e poesia contemporânea, de Luciana de Leone.
Estado de Minas: 05/07/2014
Aldous Huxley foi crítico de seu tempo e desconfiado do futuro do homem |
Admirável Huxley
Dentro do projeto de reedição das obras completas de Aldous Huxley (1894-1963), a Biblioteca Azul, selo da Editora Globo, está com três novos títulos nas livrarias esta semana. Sem olhos em Gaza, lançado originalmente em 1936, narra o desenvolvimento emocional e intelectual de Anthony Beavis, cujos privilégios permitiram a ele uma vida dedicada ao pensamento e aos prazeres mundanos. Também o cisne morre, de 1939, fala do encontro entre um intelectual britânico e um milionário americano, poderoso e superficial, num retrato amargo da sociedade americana. Por fim, a nova edição de Admirável mundo novo impressiona pela atualidade da distopia premonitória de Huxley sobre a invasão da ciência nas decisões políticas.
Quadrinhos radicais
A Boitempo lança este mês o selo Barricada, especializado em quadrinhos. O catálogo com títulos nacionais e estrangeiros é coordenado pelo conselho editorial formado por Luiz Gê, Ronaldo Bressane e Gilberto Maringoni. Entre os primeiros lançamentos estão programados Último aviso, de Franziska Becker, e alguns dos trabalhos mais ambiciosos, como a antologia Cânone gráfico: clássicos da literatura universal em quadrinhos (Graphic Canon), de Russ Kick, que traz adaptações dos clássicos A divina comédia e Ilíada. Outra novidade é o projeto brasileiro transmídia Claun, de Felipe Bragança, cineasta e corroteirista do longa Praia do futuro.
Capital 1
O segundo volume de O capital (Livro II: o processo de circulação do capital), de Karl Marx, chega às livrarias ainda este mês pela Boitempo, dentro do projeto de edição das obras completas de Marx e Engels pela editora. A edição é a primeira no Brasil a se basear no monumental projeto Mega II, da Alemanha – especialmente importante em se tratando de uma obra complicada como é o livro II de O capital, finalizado por Engels a partir de uma quantidade imensa de manuscritos deixados por Marx.
Capital 2
Por falar em O capital, a obra O capital no século 21, do francês Thomas Piketty (foto), um dos livros mais comentados (e menos lidos) da temporada, já está em regime de pré-venda no Brasil. O autor partiu de registros históricos para defender a tese de que o capitalismo tende a criar um círculo vicioso de desigualdade, pois, no longo prazo, a taxa de retorno sobre os ativos é maior que o ritmo do crescimento econômico, o que se traduz numa concentração cada vez maior da riqueza. Informações sobre a reserva dos primeiros exemplares no site da Editora Intrínseca: www.intrinseca.com.br.
Anos 70
A Cosac Naify anuncia o lançamento, no fim do mês, do livro O que amar quer dizer, do jornalista cultural Mathieu Lindon. Ambientado na Paris do fim dos anos 1970 e início dos 80, o livro recupera os momentos de convivência do autor com o filósofo Michel Foucault (1926-1984). Filho de Jérôme Lindon, fundador das Editions de Minuit e editor de Samuel Beckett e Marguerite Duras, Lindon rememora as festas no apartamento de Foucault, em descrições bem-humoradas de sua vivência homossexual em meio a viagens de ácido e música clássica. Em seguida, trata da sombra que surgiu no meio gay com a chegada da Aids, que viria a vitimar o filósofo.
Letra e música
O cantor, violonista e compositor Celso Viáfora (foto), depois de nove discos e dezenas de canções, estreia na literatura com o romance Amores absurdos. O livro narra a história de um compositor que fez o circuito dos festivais na juventude, dedicando-se depois ao mercado publicitário. Como pano de fundo, além do cotidiano vivido por muitos músicos no início dos anos 1980 pelo interior do país, o autor traça um perfil social, político e cultural do Brasil nos últimos 40 anos. Viáfora lançou recentemente disco com o mesmo título do romance, com canções que fazem parte da narrativa.
Frutos estranhos
A Editora Rocco está lançando coleção dedicada a ensaios que têm como tema a literatura contemporânea. A série Entrecríticas é um espaço teórico voltado para pensar as letras em conexão com outras práticas artísticas. A coleção estreia com dois volumes, Frutos estranhos – Sobre a inespecificidade na estética contemporânea, de Florencia Garramuño; e Poesia e escolhas afetivas – Edição escrita e poesia contemporânea, de Luciana de Leone.
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