Cérebro e visão fortalecidos
Estado de Minas: 06/08/2014
Além
de anticorpos, fatores imunomoduladores e anti-inflamatórios
exclusivos, que não podem ser reproduzidos, o leite materno é fonte do
ácido docosahexaenoico (DHA), um lipídio da série Ômega-3 que promove o
desenvolvimento cognitivo e visual na infância, que perdura por toda a
vida. O DHA do leite materno é frequentemente apontado como responsável
pela relação causal entre aleitamento materno e QI (quociente de
inteligência) mais alto. No entanto, os níveis de DHA presentes no leite
materno dependem dos alimentos consumidos pela mãe.
O DHA representa cerca de 97% do Ômega-3 localizado no cérebro e 93% no olho. Por mais de uma década, cientistas de todo o mundo têm demonstrado os benefícios desse lipídio durante a gestação e amamentação, ressaltando a importância de fortalecer a suplementação de DHA a partir do último trimestre de gravidez, quando ocorre um crescimento importante do bebê, até os cinco primeiros anos de vida. Segundo o pediatra e nutrólogo Mário Cícero Falcão, para o bebê ter acesso à quantidade ideal do nutriente a mãe deve ingerir alimentos ricos em DHA na gravidez e na lactação.
Professor da Faculdade de Medicina da USP, Falcão explica que, durante a gravidez, o DHA tem efeitos positivos relacionados à prematuridade e baixo peso ao nascer. Em estudo feito na Universidade de Kansas (EUA), mulheres que receberam a suplementação de DHA tiveram gestação mais longa, bebês maiores e mais pesados. Também foi observada menor incidência de baixo peso e parto prematuro em comparação com o grupo que não recebeu o suplemento. “Isso é especialmente importante porque a prematuridade é a principal causa de mortalidade neonatal e morbidade neurológica”, diz.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o consumo diário de 200 a 300mg de Ômega-3 do tipo DHA por dia, durante a gravidez, lactação e, para as crianças até os cinco anos, quando o cérebro atinge 85% do seu tamanho final. “É nessa fase que a alimentação, os estímulos e o carinho construirão as bases para um desempenho neurológico saudável que se refletirá por toda a vida,” explica Falcão, que defende ainda que mais fórmulas infantis, prescritas por médicos e nutricionistas quando a mãe não consegue amamentar, tenham, em sua composição o DHA em quantidades recomendadas por entidades reconhecidas internacionalmente.
“As fórmulas infantis, embora não possam substituir o leite materno em suas propriedades imunológicas, têm os nutrientes corretos para a nutrição do bebê. Já leite de vaca é contra-indicado para o consumo de crianças em fase de amamentação e não tem as características nutricionais adequadas para o desenvolvimento infantil,” comenta o médico. O aleitamento materno também apresenta benefícios, a longo prazo, na diminuição dos riscos de doenças crônicas decorrentes da alimentação inadequada, como obesidade e hipertensão.
Luta A Semana Mundial de Aleitamento Materno, comemorada até o dia 7, está sendo marcada por uma série de ações de conscientização e luta por direitos, caso da proposta de lei, que já tramita no congresso federal, que prevê proteção à mãe que amamenta em qualquer hora e em qualquer lugar. A semana começou com uma Hora do Mamaço, evento idealizado pela comunidade Aleitamento Materno Solidário para mobilizar e sensibilizar para a importância de amamentar. No sábado, em 25 cidades brasileiras, mães se reuniram para amamentar seus filhos em espaços públicos. Em Belo Horizonte, o movimento ocorreu na Praça da Liberdade.
Consumo de DHA
» A ingestão de duas porções de peixe marinho de águas profundas por semana, equivalente a 99 gramas, fornece um suprimento adequado de DHA. O nutriente é encontrado naturalmente em peixes gordurosos de águas salgadas e frias, como salmão, bacalhau, atum, arenque, sardinha, cavala e também nas algas, das quais esses peixes se alimentam.
» Para quem não tem acesso às fontes naturais de DHA, estão disponíveis suplementos com as quantidades ideais do nutriente.
» No Brasil, segundo dados do Ministério da Pesca, são consumidos 9kg de peixe por habitante. A quantidade está bem abaixo da recomendada pela Organização Mundial da Saúde, que é de 12 kg por habitante. Como se trata de uma média nacional, nos estados não banhados pelo mar o consumo é ainda mais baixo.
Estado de Minas: 06/08/2014
Amamentar, como fizeram mães mineiras no último, na Praça da Liberdade, é fortalecer e prevenir doenças |
O DHA representa cerca de 97% do Ômega-3 localizado no cérebro e 93% no olho. Por mais de uma década, cientistas de todo o mundo têm demonstrado os benefícios desse lipídio durante a gestação e amamentação, ressaltando a importância de fortalecer a suplementação de DHA a partir do último trimestre de gravidez, quando ocorre um crescimento importante do bebê, até os cinco primeiros anos de vida. Segundo o pediatra e nutrólogo Mário Cícero Falcão, para o bebê ter acesso à quantidade ideal do nutriente a mãe deve ingerir alimentos ricos em DHA na gravidez e na lactação.
Professor da Faculdade de Medicina da USP, Falcão explica que, durante a gravidez, o DHA tem efeitos positivos relacionados à prematuridade e baixo peso ao nascer. Em estudo feito na Universidade de Kansas (EUA), mulheres que receberam a suplementação de DHA tiveram gestação mais longa, bebês maiores e mais pesados. Também foi observada menor incidência de baixo peso e parto prematuro em comparação com o grupo que não recebeu o suplemento. “Isso é especialmente importante porque a prematuridade é a principal causa de mortalidade neonatal e morbidade neurológica”, diz.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o consumo diário de 200 a 300mg de Ômega-3 do tipo DHA por dia, durante a gravidez, lactação e, para as crianças até os cinco anos, quando o cérebro atinge 85% do seu tamanho final. “É nessa fase que a alimentação, os estímulos e o carinho construirão as bases para um desempenho neurológico saudável que se refletirá por toda a vida,” explica Falcão, que defende ainda que mais fórmulas infantis, prescritas por médicos e nutricionistas quando a mãe não consegue amamentar, tenham, em sua composição o DHA em quantidades recomendadas por entidades reconhecidas internacionalmente.
“As fórmulas infantis, embora não possam substituir o leite materno em suas propriedades imunológicas, têm os nutrientes corretos para a nutrição do bebê. Já leite de vaca é contra-indicado para o consumo de crianças em fase de amamentação e não tem as características nutricionais adequadas para o desenvolvimento infantil,” comenta o médico. O aleitamento materno também apresenta benefícios, a longo prazo, na diminuição dos riscos de doenças crônicas decorrentes da alimentação inadequada, como obesidade e hipertensão.
Luta A Semana Mundial de Aleitamento Materno, comemorada até o dia 7, está sendo marcada por uma série de ações de conscientização e luta por direitos, caso da proposta de lei, que já tramita no congresso federal, que prevê proteção à mãe que amamenta em qualquer hora e em qualquer lugar. A semana começou com uma Hora do Mamaço, evento idealizado pela comunidade Aleitamento Materno Solidário para mobilizar e sensibilizar para a importância de amamentar. No sábado, em 25 cidades brasileiras, mães se reuniram para amamentar seus filhos em espaços públicos. Em Belo Horizonte, o movimento ocorreu na Praça da Liberdade.
Consumo de DHA
» A ingestão de duas porções de peixe marinho de águas profundas por semana, equivalente a 99 gramas, fornece um suprimento adequado de DHA. O nutriente é encontrado naturalmente em peixes gordurosos de águas salgadas e frias, como salmão, bacalhau, atum, arenque, sardinha, cavala e também nas algas, das quais esses peixes se alimentam.
» Para quem não tem acesso às fontes naturais de DHA, estão disponíveis suplementos com as quantidades ideais do nutriente.
» No Brasil, segundo dados do Ministério da Pesca, são consumidos 9kg de peixe por habitante. A quantidade está bem abaixo da recomendada pela Organização Mundial da Saúde, que é de 12 kg por habitante. Como se trata de uma média nacional, nos estados não banhados pelo mar o consumo é ainda mais baixo.
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