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Dez fracassados e 12 incógnitas
À exceção de Neymar, que tem DNA de
craque, não chamaria nenhum remanescente da Copa. Formaria novo grupo,
que não passou pelo dissabor de tomar de sete da Alemanha
Jaeci Carvalho
Estado de Minas: 20/08/2014
Dunga convocou
ontem os 22 jogadores para os amistosos nos Estados Unidos: em 5 de
setembro, contra a Colômbia, em Miami, e quatro dias depois, contra o
Equador, em Nova Jersey. Dez fracassados da Copa do Mundo fazem parte da
lista. As novidades, como já se esperava, são os cruzeirenses Éverton
Ribeiro e Ricardo Goulart, o atleticano Diego Tardelli, os corintianos
Gil e Elias e Philippe Coutinho, do Liverpool, que arrebentou com a bola
na temporada passada. Claro que o técnico precisava partir de uma base
do Mundial e optou por alguns jogadores, entre eles, o fraco goleiro
Jefferson, preterindo Fábio e Victor, o péssimo Maicon, os sofríveis
David Luiz e Fernandinho e o absurdo que atende pelo nome de Hulk.
Já
vi esse filme antes, e o mocinho morre no fim. Eu seria radical. À
exceção de Neymar, que tem DNA de craque, não chamaria nenhum
remanescente da Copa. Formaria novo grupo, com ideias modernas, que não
passou pelo dissabor de tomar de sete da Alemanha. Isso está no
currículo de 10 convocados ontem, e ninguém vai apagar.
Pensando
com a cabeça de Dunga, porém, ele quer dar mais uma chance a esses
fracassados, como Parreira fez com o próprio ex-volante em 1994, depois
de ter sido execrado em 1990. Fico feliz pela convocação dos dois
melhores jogadores em atividade no país, Ricardo Goulart e Éverton
Ribeiro, e por Diego Tardelli. Foi Dunga quem lhe deu a primeira chance e
volta a chamá-lo, num momento em que realmente está merecendo. No mais,
é torcer para que tudo caminhe bem. Philippe Coutinho terá sua primeira
grande chance de ser o principal armador da Seleção. Acho-o
infinitamente superior a Oscar. É apenas o começo, muitas convocações
virão.
Gostei de ver Miranda e Elias na lista, mas discordo de
Gil. Talvez para não levar mais de dois jogadores do Cruzeiro, Dedé não
tenha sido convocado. Ficaremos de olho em cada movimento de Dunga e sua
Seleção. Afinal, as Eliminatórias serão prioridade. Para quem já levou
de sete da Alemanha, só falta mesmo chegar em quinto lugar na
qualificação e disputar na repescagem a vaga para 2018. Em se tratando
de futebol brasileiro, não duvido de mais nada.
Velhos e bons tempos
Hoje,
no Maracanã, temos um dos maiores clássicos do futebol brasileiro:
Flamengo x Atlético. Não posso falar dele sem ser nostálgico. Vivi a
melhor época das duas equipes, quando eram base da Seleção. Se jogassem
10 vezes, cada um venceria quatro e haveria dois empates. Zico, Adílio,
Júnior, Andrade e Raul de um lado; João Leite, Luisinho, Reinaldo,
Cerezo e Éder do outro. Craques que nos encantaram. O Maraca recebia 160
mil torcedores. O Mineirão, 120 mil. Hoje, porém, a realidade é outra,
faltam craques. Há bons jogadores no Galo, como Tardelli, e péssimos no
Fla, um time combalido, brigando por uma bola, cuja perspectiva é fugir
da zona da degola.
O Atlético tem mais grupo, time e estrutura.
Se não der zebra, ganha. Não é candidato ao título brasileiro, não se
reforçou para isso e ainda perdeu o maior ídolo, Ronaldinho Gaúcho. Ele
não acertou com nenhum clube, prova de que só saiu mesmo por causa do
técnico Levir Culpi, que insistiu em barrá-lo ou substituí-lo nos jogos.
Os postulantes à taça são o Cruzeiro, favorito disparado, Internacional
e Fluminense. Esqueçam o Corinthians, que também não vai chegar. Pena
que o Galo tenha aberto mão da conquista do título que levantou há 43
anos. Ao montar time apenas razoável, vai apostar na Copa do Brasil,
competição que já premiou equipes como Santo André, Criciúma e Paulista.
Espero que o alvinegro repense sua história grandiosa e se reforce para
a próxima temporada, ou então cuide melhor da base, que produziu os
craques acima citados.
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