De carona é mais barato
Ferramenta tenta unir passageiros e motoristas com gostos similares, considerando a distância entre eles. O valor da corrida é dividido entre os ocupantes
Estado de Minas: 12/08/2014
Lançado há cinco anos, o Uber chegou ao Brasil recentemente e, em breve, deverá estar na capital mineira |
Não dá para negar que rodar de táxi pela cidade está bem caro. Além do que, o volume desses veículos de aluguel está cada vez menor. Para amenizar os problemas e trazer mais uma opção de transporte, aplicativos de carona estão chegando ao Brasil. Lançado nos Estados Unidos há cinco anos, o Uber chegou ao Rio de Janeiro em maio e, no mês seguinte, a São Paulo. Em Belo Horizonte deve chegar em breve. Apesar de ter inaugurado a onda de apps do gênero, ao lado do Lyft, o Uber tem no Brasil pelo menos um concorrente nacional, o Zaznu, lançado em março.
O Zaznu importa o modelo de pedir caronas pelo celular de um aplicativo famoso em San Francisco, na Califórnia, onde Yonathan Faber, cofundador da empresa que desenvolve o app, e seu sócio moram. Presente em 24 cidades norte-americanas, o Lyft já é responsável por reduzir a quantidade de carros nas ruas da cidade californiana e por empregar pessoas sem ocupação, mas que tenham um veículo.
Estabelecido em 37 países, o Uber é avaliado em US$ 18 bilhões. Segundo a empresa, a receita média dos motoristas é de US$ 90 mil por ano em Nova York, e de US$ 74 mil por ano em San Francisco. Nas contas do aplicativo, são 20 mil empregos criados mensalmente. De acordo com a consultoria Econorthwest, o aplicativo gera US$ 2,8 bilhões por ano à economia dos EUA.
Disponíveis para sistemas operacionais Android e iOs, em todas as plataformas, o passageiro é colocado em contato com o motorista profissional, que cobra pelo trecho rodado. Na prática, o programa funciona como os aplicativos de táxi. O usuário se cadastra e informa dados de cartão de crédito ou uma conta Paypal, as formas de pagamento aceitas pelo serviço. Depois, diz onde está e pede um carro.
Para se cadastrar como caronista, o motorista deve ter uma carteira profissional e um carro considerado “de luxo”, lançado, no máximo, em 2009. Outros requisitos também devem ser atendidos, como ter seguro do automóvel e seguro para o passageiro, além de não ter antecedentes criminais.
Os preços dependem de cada aplicativo. Em média, todos cobram menos de 20% do valor dos táxis comuns. No Rio, a bandeirada do Uber custa R$ 5,40. São adicionados R$ 0,30 a cada minuto e R$ 2,76 a cada quilômetro rodado. Em São Paulo, são R$ 5, mais R$ 0,40 por minuto e R$ 2,42 por quilômetro rodado. No Zaznu, a remuneração é um pouco diferente. Os passageiros fazem uma doação. Inicialmente, é utilizado somente o valor do quilômetro, mas, se quiser, o usuário não precisa pagar nada. Depois da viagem, é possível avaliar motorista e passageiro.
Recentemente, em uma nova atualização, o Zaznu lançou uma ferramenta que tenta unir passageiros e motoristas com gostos similares. O aplicativo faz isso baseado nas preferências dos perfis do Facebook usados no cadastro. Para colocar no mesmo carro pessoas com gostos similares, o Zaznu vai considerar ainda a distância entre elas. O valor da corrida é divido entre os passageiros.
Por enquanto, os aplicativos estão disponíveis somente no Rio de Janeiro e em São Paulo, mas prometem chegar a Belo Horizonte, Curitiba, Brasília, Porto Alegre e Florianópolis.
POLÊMICA O Uber chegou sem chamar muito a atenção. De início, isso poderia ajudar a não despertar a polêmica criada em torno dele em outras cidades do mundo. Mas não adiantou e, além de enfrentar protestos de taxistas, o aplicativo virou caso de polícia.
Em junho, motoristas cariocas bloquearam ruas da cidade e se articulam para colocar um projeto de lei que sirva para banir o Uber da cidade. As prefeituras do Rio e de São Paulo já demonstraram ser contra o serviço, e a prefeitura paulista já lançou nota informando que “o motorista flagrado realizando a atividade terá seu veículo apreendido”.
Os donos do Uber e Lyft não devem estar muito surpresos com a reação, visto que o mesmo ocorreu em algumas das 150 cidades de 41 países onde estão presentes. Houve protestos em Londres, Paris, Berlim, Barcelona, Madri, Milão e Taipei.
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