Médico epidemiologista, mestre e doutor em saúde pública pela Unicamp, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde
Estado de Minas: 30/08/2014
O vírus ebola foi
identificado pela primeira vez em 1976, no então Zaire. Produz uma
doença muito grave, com letalidade que pode alcançar até 90%. Um surto
típico inicia-se quando uma pessoa entra em contato com a carne crua,
sangue ou secreções de um animal infectado. A partir desse primeiro
caso, pessoas que tenham contato direto com seu sangue ou outros fluidos
corporais, bem como objetos ou superfícies contaminadas, podem ser
infectadas, passando a alimentar uma cadeia de transmissão.
O surto atual, que desde dezembro de 2013 produziu 1.975 casos e 1.069 mortes, apresenta uma duração maior, se comparado a epidemias anteriores. Isso é consequência da dificuldade que esses países da África Ocidental têm para implantar as medidas básicas, capazes de impedir a transmissão.
Tal situação levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar emergência de saúde pública mundial, medida que tem como finalidade passar a clara mensagem de que esses países, sem ajuda internacional, não conseguirão conter a epidemia. O Brasil atendeu ao apelo, enviando aos países afetados 15 toneladas de medicamentos e de materiais médicos, além de doar recursos na ordem de R$ 1 milhão.
A medida humanitária é a melhor maneira de proteger, não apenas o Brasil, como também outros países, contra a ameaça do Ebola. Ou seja, a ideia é conter rapidamente o surto em sua fonte para eliminar a possibilidade de exportação de casos.
Vale ressaltar que o Brasil está preparado para detectar e responder, de maneira rápida e eficaz, a uma eventual situação de viajante internacional com a doença, única possibilidade real de lidarmos com o ebola. As características dessa doença não apontam como factível a ocorrência de surtos no Brasil ou em outros países fora do continente africano.
O Brasil vem fortalecendo sua preparação para a detecção e resposta às emergências de saúde pública, utilizando as mais modernas estratégias e tecnologias disponíveis e as lições aprendidas com emergências reais, como a pandemia de influenza de 2009. Dispomos de um Plano de Preparação e Resposta para Emergências de Saúde Pública que vem sendo utilizado, na vida real, para o monitoramento dos grandes eventos de massa que tivemos em 2013 e 2014 e no atual momento. Ativamos nosso Centro de Operações de Emergências em Saúde para acompanhar, com informações fidedignas prestadas pela OMS, a situação epidemiológica do surto. Isso nos permite realizar cuidadosa avaliação de risco e adotar as medidas adequadas à proteção do nosso país. Atualizamos e divulgamos as orientações técnicas, procedimentos e normas para as duas possibilidades de casos em viajantes internacionais: alguém que adoeça durante a viagem ou alguém que realize a viagem durante o período de incubação.
Nosso país dispõe de hospitais de referência para atender a um eventual caso importado, em condições seguras. Além disso, temos laboratórios capazes de realizar exames de confirmação de casos. Dispomos também de pessoal capacitado em distintas áreas, desde o correto gerenciamento de situações de crise até o acondicionamento seguro de materiais biológicos de alto risco, como o vírus ebola.
Estar preparado não significa baixar a guarda. Em situações como essa, a primeira regra da boa preparação é continuar alerta, avaliando a situação real e adotando todas as medidas adequadas a cada momento.
O surto atual, que desde dezembro de 2013 produziu 1.975 casos e 1.069 mortes, apresenta uma duração maior, se comparado a epidemias anteriores. Isso é consequência da dificuldade que esses países da África Ocidental têm para implantar as medidas básicas, capazes de impedir a transmissão.
Tal situação levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar emergência de saúde pública mundial, medida que tem como finalidade passar a clara mensagem de que esses países, sem ajuda internacional, não conseguirão conter a epidemia. O Brasil atendeu ao apelo, enviando aos países afetados 15 toneladas de medicamentos e de materiais médicos, além de doar recursos na ordem de R$ 1 milhão.
A medida humanitária é a melhor maneira de proteger, não apenas o Brasil, como também outros países, contra a ameaça do Ebola. Ou seja, a ideia é conter rapidamente o surto em sua fonte para eliminar a possibilidade de exportação de casos.
Vale ressaltar que o Brasil está preparado para detectar e responder, de maneira rápida e eficaz, a uma eventual situação de viajante internacional com a doença, única possibilidade real de lidarmos com o ebola. As características dessa doença não apontam como factível a ocorrência de surtos no Brasil ou em outros países fora do continente africano.
O Brasil vem fortalecendo sua preparação para a detecção e resposta às emergências de saúde pública, utilizando as mais modernas estratégias e tecnologias disponíveis e as lições aprendidas com emergências reais, como a pandemia de influenza de 2009. Dispomos de um Plano de Preparação e Resposta para Emergências de Saúde Pública que vem sendo utilizado, na vida real, para o monitoramento dos grandes eventos de massa que tivemos em 2013 e 2014 e no atual momento. Ativamos nosso Centro de Operações de Emergências em Saúde para acompanhar, com informações fidedignas prestadas pela OMS, a situação epidemiológica do surto. Isso nos permite realizar cuidadosa avaliação de risco e adotar as medidas adequadas à proteção do nosso país. Atualizamos e divulgamos as orientações técnicas, procedimentos e normas para as duas possibilidades de casos em viajantes internacionais: alguém que adoeça durante a viagem ou alguém que realize a viagem durante o período de incubação.
Nosso país dispõe de hospitais de referência para atender a um eventual caso importado, em condições seguras. Além disso, temos laboratórios capazes de realizar exames de confirmação de casos. Dispomos também de pessoal capacitado em distintas áreas, desde o correto gerenciamento de situações de crise até o acondicionamento seguro de materiais biológicos de alto risco, como o vírus ebola.
Estar preparado não significa baixar a guarda. Em situações como essa, a primeira regra da boa preparação é continuar alerta, avaliando a situação real e adotando todas as medidas adequadas a cada momento.
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