Aquiles Leonardo Diniz
Estado de Minas: 08/09/2014
A ofensiva militar
israelense contra o Hamas na Faixa de Gaza, desde o início julho, já
deixou mais de 2 mil mortos, em sua maioria, civis. Outras 7 mil pessoas
ficaram feridas em pouco mais de 30 dias. Mais de 40 mil estão sendo
mantidas em abrigos. O preço da reconstrução das regiões afetadas pode
ficar perto de US$ 6 bilhões. Não é por menos que o conflito é destaque
nos noticiários do mundo inteiro. No entanto, os números da violência no
Brasil são mais assustadores e de proporções que superam os das muitas
guerras mundo afora. Os dados do Mapa da Violência divulgados
recentemente dão conta de que 112.709 pessoas morreram em situação de
violência no país. Desse total, 56.337 foram vítimas de homicídio,
enquanto 46.051, de acidentes de transportes. A ONU considera aceitável o
índice de 10 homicídios para cada grupo de 100 mil, enquanto o Brasil
registra mais que o dobro de incidência, igualando-se a países mais
pobres da América Latina e África.
O levantamento de 2012, feito a cada dois anos, é o maior da série histórica do estudo. A tendência de evolução da violência aponta um diagnóstico ainda mais preocupante. As maiores vítimas da violência, em 53,4% dos casos, são os jovens com idade entre 15 e 29 anos. Impressiona a disseminação da violência, que atinge todas as regiões indistintamente, com crescimento maior que o dobro em cidades do Norte e até o triplo no Nordeste, em um período de 10 anos. Em 30 anos, mais de 1 milhão de pessoas foram vítimas de homicídio, uma média de quatro assassinatos por hora. Somos obrigados a nos ater às estatísticas para chamar a atenção da sociedade em geral e cobrar medidas urgentes das autoridades. Até quando vamos aceitar que exterminem dessa maneira os nossos jovens? A violência se agrava a cada dia, principalmente em função das desigualdades sociais. Um exemplo é o crescente déficit habitacional brasileiro. Sem moradia adequada, não há inclusão social. Mesmo com o tão propagado Programa Minha Casa Minha Vida do governo federal, que em cinco anos entregou 1,68 milhão de unidades, o país possui cerca de 33,9 milhões de pessoas sem moradia. A população favelada no Brasil aumentou 42% nos últimos 15 anos e alcança quase 11 milhões de pessoas. Só nas áreas urbanas, são 24 milhões que não possuem habitação adequada ou não têm onde morar. Para combater as desigualdades, não basta fornecer benefícios por meio de transferências passivas de renda. Precisamos de políticas públicas que criem oportunidades reais de médio e longo prazos e, não medidas paliativas que dissimulam os problemas.
É aí que a educação desempenha o seu principal papel de inclusão. Mas os números, mais uma vez, são desfavoráveis. O país, nos últimos 20 anos, assinala um aumento de mais de 100% no número de matrículas. No entanto, apenas 50% dos jovens concluem o ensino médio. A evasão escolar afasta os jovens do ensino justamente no momento em que mais necessitam dele. Assim, sem o devido preparo e com baixa qualificação profissional, acabam relegados ao acaso. Enquanto o Brasil não fizer da educação sua prioridade número um, os desacertos sociais continuarão crescentes a cada dia.
O levantamento de 2012, feito a cada dois anos, é o maior da série histórica do estudo. A tendência de evolução da violência aponta um diagnóstico ainda mais preocupante. As maiores vítimas da violência, em 53,4% dos casos, são os jovens com idade entre 15 e 29 anos. Impressiona a disseminação da violência, que atinge todas as regiões indistintamente, com crescimento maior que o dobro em cidades do Norte e até o triplo no Nordeste, em um período de 10 anos. Em 30 anos, mais de 1 milhão de pessoas foram vítimas de homicídio, uma média de quatro assassinatos por hora. Somos obrigados a nos ater às estatísticas para chamar a atenção da sociedade em geral e cobrar medidas urgentes das autoridades. Até quando vamos aceitar que exterminem dessa maneira os nossos jovens? A violência se agrava a cada dia, principalmente em função das desigualdades sociais. Um exemplo é o crescente déficit habitacional brasileiro. Sem moradia adequada, não há inclusão social. Mesmo com o tão propagado Programa Minha Casa Minha Vida do governo federal, que em cinco anos entregou 1,68 milhão de unidades, o país possui cerca de 33,9 milhões de pessoas sem moradia. A população favelada no Brasil aumentou 42% nos últimos 15 anos e alcança quase 11 milhões de pessoas. Só nas áreas urbanas, são 24 milhões que não possuem habitação adequada ou não têm onde morar. Para combater as desigualdades, não basta fornecer benefícios por meio de transferências passivas de renda. Precisamos de políticas públicas que criem oportunidades reais de médio e longo prazos e, não medidas paliativas que dissimulam os problemas.
É aí que a educação desempenha o seu principal papel de inclusão. Mas os números, mais uma vez, são desfavoráveis. O país, nos últimos 20 anos, assinala um aumento de mais de 100% no número de matrículas. No entanto, apenas 50% dos jovens concluem o ensino médio. A evasão escolar afasta os jovens do ensino justamente no momento em que mais necessitam dele. Assim, sem o devido preparo e com baixa qualificação profissional, acabam relegados ao acaso. Enquanto o Brasil não fizer da educação sua prioridade número um, os desacertos sociais continuarão crescentes a cada dia.
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