Estado de Minas: 26/03/2013
Zurique é uma cidade
pequena e aconchegante. Em dois dias, é possível conhecê-la quase que
por inteiro, se o clima estiver propício. Cheguei lá num início de tarde
de domingo, depois de quatro horas de viagem de trem, saindo de Paris.
Fazia anos que não viajava por trilhos e pude sentir o quanto esse tipo
de viagem faz falta no Brasil. Não dá para entender por que as vias
ferroviárias do país não são aproveitadas, sobretudo se considerarmos a
situação precária de nossas estradas e o caos frequente dos aeroportos.
Revitalizar trens, estações e trilhos seria uma salvação possível para o
transporte brasileiro, além de um grande alívio para quem precisa ou
quer se locomover.
Enfim, foi muito bom viajar de trem. A paisagem passa, rápida, pelos nossos olhos, como se ela é que estivesse em movimento. A sensação é muito agradável. Dá para ver casas, pequenos cemitérios, campos cultivados, cercas e animais pastando. Às vezes, até um cisne aparece ao longe, concentrado em catar algo com o bico à beira de um lago cinzento. Vê-se, ainda, uma ou outra igreja. E mesmo alguma fábrica.
Chamou-me a atenção em Zurique a presença ostensiva de escadarias, que servem de acesso às ruas que ficam no alto. É uma cidade feita de andares. Para chegar, a pé, do Centro até a universidade, por exemplo, é necessário subir uma escada íngreme e extensa, que se desdobra em outras, dependendo do prédio aonde se queira ir. Já as ruas do centro histórico, são bastante sinuosas. Às vezes, o melhor caminho é um beco estreito, que liga duas ruas maiores e funciona como atalho. A arquitetura tem um quê de medieval, um ar de conto de fadas. Há muitas casas coloridas, cafés aconchegantes e lojas sofisticadas. Aliás, tudo é caro em Zurique. O custo de vida é muito alto. A qualidade, também. Quem vai lá tem que se precaver com o bolso.
Para os que gostam de chocolates, é a cidade certa. Como ocorre às vésperas da semana santa, os chocolates estavam por toda parte. Foi bom ver que o símbolo da Páscoa preferido dos suíços é o ninho cheio de ovos (de chocolate, é claro). Quando dei entrada no hotel, reparei que havia ninhos sobre o balcão da recepção e nas mesas em geral. No quarto, sobre o criado-mudo, encontrei um pequeno ninho verde com dois bombons coloridos. E ao sair para o primeiro passeio do dia, comecei a ver ninhos de diferentes tamanhos nas vitrines das lojas. As casas de relógios também são fartas. Acho que nunca vi tantos relógios como em Zurique. Relógios para todos os gostos e bolsos.
Tentei ver uma exposição de Chagall na segunda-feira, mas o museu estava fechado. Chovia. Entrei em duas igrejas (todas elas têm torres em forma de agulha), mas achei-as sóbrias em excesso. Queria ter ido ao cemitério para visitar o túmulo de James Joyce, mas o tempo chuvoso não permitiu. Tive, assim, que aproveitar minhas últimas horas livres num café, antes da palestra que faria à tarde, no departamento de letras latino-americanas da Universidade de Zurique.
Escrevo esta crônica dentro do trem, na viagem de volta a Paris. Ao iniciar o último parágrafo, olho pela janela e vejo, ao longe, uma área repleta de máquinas agrícolas. Mais adiante, uma placa indica que Paris se aproxima. É hora de colocar o ponto final.
Enfim, foi muito bom viajar de trem. A paisagem passa, rápida, pelos nossos olhos, como se ela é que estivesse em movimento. A sensação é muito agradável. Dá para ver casas, pequenos cemitérios, campos cultivados, cercas e animais pastando. Às vezes, até um cisne aparece ao longe, concentrado em catar algo com o bico à beira de um lago cinzento. Vê-se, ainda, uma ou outra igreja. E mesmo alguma fábrica.
Chamou-me a atenção em Zurique a presença ostensiva de escadarias, que servem de acesso às ruas que ficam no alto. É uma cidade feita de andares. Para chegar, a pé, do Centro até a universidade, por exemplo, é necessário subir uma escada íngreme e extensa, que se desdobra em outras, dependendo do prédio aonde se queira ir. Já as ruas do centro histórico, são bastante sinuosas. Às vezes, o melhor caminho é um beco estreito, que liga duas ruas maiores e funciona como atalho. A arquitetura tem um quê de medieval, um ar de conto de fadas. Há muitas casas coloridas, cafés aconchegantes e lojas sofisticadas. Aliás, tudo é caro em Zurique. O custo de vida é muito alto. A qualidade, também. Quem vai lá tem que se precaver com o bolso.
Para os que gostam de chocolates, é a cidade certa. Como ocorre às vésperas da semana santa, os chocolates estavam por toda parte. Foi bom ver que o símbolo da Páscoa preferido dos suíços é o ninho cheio de ovos (de chocolate, é claro). Quando dei entrada no hotel, reparei que havia ninhos sobre o balcão da recepção e nas mesas em geral. No quarto, sobre o criado-mudo, encontrei um pequeno ninho verde com dois bombons coloridos. E ao sair para o primeiro passeio do dia, comecei a ver ninhos de diferentes tamanhos nas vitrines das lojas. As casas de relógios também são fartas. Acho que nunca vi tantos relógios como em Zurique. Relógios para todos os gostos e bolsos.
Tentei ver uma exposição de Chagall na segunda-feira, mas o museu estava fechado. Chovia. Entrei em duas igrejas (todas elas têm torres em forma de agulha), mas achei-as sóbrias em excesso. Queria ter ido ao cemitério para visitar o túmulo de James Joyce, mas o tempo chuvoso não permitiu. Tive, assim, que aproveitar minhas últimas horas livres num café, antes da palestra que faria à tarde, no departamento de letras latino-americanas da Universidade de Zurique.
Escrevo esta crônica dentro do trem, na viagem de volta a Paris. Ao iniciar o último parágrafo, olho pela janela e vejo, ao longe, uma área repleta de máquinas agrícolas. Mais adiante, uma placa indica que Paris se aproxima. É hora de colocar o ponto final.
Oi Eshter, parabéns pelo blog. Gostei dos teus comentários sobre Zurique. VOu para lá no mesmo período que você e vou dedicar 2 dias das minhas férias lá e gostaria de saber e você pode me indicar algum hotem. Como vou só estou na linha BB ou BBB. Muito obrigada!
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