Estado de Minas: 18/09/2013
Gostei muito de um
texto que li nos jornais, de autoria de Carlos Heitor Cony. Para ele,
os ministros novos do Supremo, que não participaram do julgamento do
mensalão e agora querem influir em suas consequências, estariam
emendando um soneto que não escreveram. Esse e outros escritos
frequentam meu olhar enquanto curto um período de repouso forçado em
casa. Ao contrário do que cantava o Cazuza, “o tempo não para”, o meu
escorre devagar, manso, gota a gota. Não me sinto um observador de
ampulheta exatamente porque busco preencher meus dias com leituras,
noticiários repetidos de tevê e jogos de futebol. Vejo todas as séries,
de todos os lugares, todos os esportes.
Mesmo assim minha jornada é lenta e me socorro da capacidade de pensar a vida e o mundo. Qualquer estímulo exterior me atiça. E a mente surpreende com ideias, algumas sensatas e outras malucas. É comum do ser humano. Desço para o quintal e me vejo me inebriando com o canto de uma sabiá, que me comove, mas incomoda uma paulistana que reclama que a fêmea do passarinho ensina seus filhotes a cantar na madrugada da metrópole. Ela o faz naquela hora para não atrair os predadores, mas a mulher urbana se desespera com a aula de cantar. Reclama que não dorme.
Agora me vejo a contemplar pequenos insetos que caminham pelo chão do terreiro. De onde vieram, para onde vão? Quanto tempo de vida têm, se não forem pisados por algum sapato distraído? O sol está quente, a piscina azulzinha e não posso mergulhar meu corpo nela, pelo menos por uns dois meses, penso, quando o calor da primavera estiver habitando o nosso cotidiano.
Uma pequena folha de papel chama a minha atenção. É uma anotação que fiz para algum escrito: abaixo qualquer ditadura. Temos de reconhecer que para muita gente ditadura só é ruim se é comandada por forças de uma ideologia diferente da sua. Quando os seus companheiros é que oprimem o povo, não há problema. Os fins justificam os meios e o que se quer é o bem futuro de todos. A história está cansada de dizer que não é bem assim: tudo de bom para os comandantes e seus aliados e masmorra para quem não concordar com eles. Tenho nojo de ditaduras e ditadores.
Outro lembrete solto no papel: quem precisa ser controlado é o governo. Os governos não têm o direito de controlar nossa liberdade. Os cidadãos é que devem controlar os governantes.
Mesmo assim minha jornada é lenta e me socorro da capacidade de pensar a vida e o mundo. Qualquer estímulo exterior me atiça. E a mente surpreende com ideias, algumas sensatas e outras malucas. É comum do ser humano. Desço para o quintal e me vejo me inebriando com o canto de uma sabiá, que me comove, mas incomoda uma paulistana que reclama que a fêmea do passarinho ensina seus filhotes a cantar na madrugada da metrópole. Ela o faz naquela hora para não atrair os predadores, mas a mulher urbana se desespera com a aula de cantar. Reclama que não dorme.
Agora me vejo a contemplar pequenos insetos que caminham pelo chão do terreiro. De onde vieram, para onde vão? Quanto tempo de vida têm, se não forem pisados por algum sapato distraído? O sol está quente, a piscina azulzinha e não posso mergulhar meu corpo nela, pelo menos por uns dois meses, penso, quando o calor da primavera estiver habitando o nosso cotidiano.
Uma pequena folha de papel chama a minha atenção. É uma anotação que fiz para algum escrito: abaixo qualquer ditadura. Temos de reconhecer que para muita gente ditadura só é ruim se é comandada por forças de uma ideologia diferente da sua. Quando os seus companheiros é que oprimem o povo, não há problema. Os fins justificam os meios e o que se quer é o bem futuro de todos. A história está cansada de dizer que não é bem assim: tudo de bom para os comandantes e seus aliados e masmorra para quem não concordar com eles. Tenho nojo de ditaduras e ditadores.
Outro lembrete solto no papel: quem precisa ser controlado é o governo. Os governos não têm o direito de controlar nossa liberdade. Os cidadãos é que devem controlar os governantes.
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