Estado de Minas: 16/09/2013
Macacos rhesus vacinados contra o vírus da imunodeficiência símia (SIV, em inglês), o equivalente símio do vírus da imunodeficiência humana (HIV), apresentaram uma erradicação aparente do patógeno após a infecção. As descobertas foram reveladas pelo pesquisador Louis Picker e por cientistas do Instituto de Terapia Genética e Vacina e do Centro Nacional de Oregon de Pesquisa em Primatas, ambos da Universidade de Ciência e Saúde de Oregon, nos Estados Unidos. Segundo a equipe, os resultados indicam que as respostas imunitárias provocadas pela vacina podem possivelmente erradicar a infecção por SIV e ainda ser úteis para estratégias de vacinação para combater o HIV.
Nos últimos cinco anos, os estudos de vacinas contra o HIV sinalizam que uma vacina profilática para a doença deve evitar ou eliminar a infecção pelo micro-organismo, visto que a clínica médica já observou que qualquer infecção residual pode levar ao risco grande de uma eventual manifestação progressiva, característica que torna o tratamento do HIV e SIV tão complexo. Os esforços atuais podem apenas controlar, em vez de erradicar, essas infecções. Os pesquisadores da Universidade de Oregon relataram, na edição de quinta-feira da revista científica Nature, uma nova estratégia que pode solucionar essa questão.
A equipe de Louis Picker apresentou evidências para apoiar o uso de vacinas entregues por vetores de citomegalovírus (CMV). Os vetores são estruturas que possibilitam a entrada do imunizante na célula ou mesmo no organismo que será vacinado. Picker explica que o citomegalovírus – sem as propriedades patogênicas e carregado com a fórmula anti-SIV – pode explorar uma janela de vulnerabilidade do SIV durante o início da infecção. Os dados finais dos experimentos mostram que a replicação do SIV em macacos rhesus pode ser controlada pelas respostas imunitárias liberadas pela vacina.
Alguns dos animais vacinados passaram por uma replicação viral controlada de um a três anos sem evidência de vírus residual demonstrável, levantando a possibilidade de que as respostas imunitárias provocadas pela vacina podem, de fato, afastar a infecção inicial. A capacidade desses vetores de CMV de implementar uma vigilância imunitária antipatogênica contínua e potente os torna candidatos promissores para as estratégias de vacinas contra o HIV, bem como outras infecções persistentes, acreditam os autores.
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