Saciar a fome e a
sede, quando aparecem, é muito bom. É impossível evitar que elas surjam,
mas o diferencial de nossa espécie perante as demais é a capacidade de
prevermos que sentiremos fome e sede, obrigando-nos a preparar
provisões. Arqueólogos são convictos da hipótese de que uma das razões
pelas quais o homem de Neanderthal desapareceu foi sua corpulência e
insaciável fome. Ele dependia de comer constantemente para sobreviver.
Por essa razão, ao que parece, os Homo sapiens, mais leves e resistentes
a longos períodos sem se alimentar, sobrevieram e povoaram a terra. A
migração para climas temperados fez com que a humanidade, antes nômade,
se fixasse e passasse a entender os desafios da perenidade e do
sedentarismo, administrando variáveis como clima e trato do solo.
Preparar-se para entressafras, obrigando comunidades a deixarem de
consumir para terem o que comer durante o frio, é uma característica
própria do ser humano. Isso sempre exigiu certa renúncia ao imediatismo.
Ocorre que hoje, com o distanciamento das pessoas do campo e a impressão de que o clima não nos impede de fazer nada, em especial em regiões tropicais, como o Brasil, a noção de preparo para o futuro torna-se vaga e remota. A geração
atual, com acesso a meios de comunicação avançados, valoriza em excesso as experiências do presente. Forma-se uma sociedade do instantâneo, dos que apertam um botão e desejam ver o resultado já, no momento, sem qualquer atraso ou espera. Saciar a fome e a sede no momento em que surgem é algo prazeroso, mas pode significar a penúria de amanhã. O país passa por um momento fantasioso de prosperidade, inebriado pela saciedade de demandas imediatas, sem projeção da sociedade no futuro. Tal constatação decorre da análise do consumo desenfreado e do descontrolado acesso a crédito. A pessoa endivida-se hoje, para consumir e realizar seus sonhos hoje, pouco se importando com o amanhã. A questão fundamental é que o futuro virá, mesmo para uma sociedade, como a brasileira, que se acha eternamente jovem e renovável, crendo que períodos de entressafra jamais serão vivenciados. A história não é nada generosa com os imprevidentes.
Aprender um instrumento musical, um idioma, são esforços de progressão. Abrir mão do tambor, que faz som e anima uma batucada, trocando-o por algo mais elaborado, demanda força de vontade. Tal troca será justificável se for buscado um som mais elaborado, para acompanhar os que tocam tambor. No mundo real, é assim que funciona, e isso explica um pouco por que o Brasil é tão dependente de tecnologia externa.
A assistência imediata (por vezes necessária e inevitável) tem falseado a realidade. O planejamento para o futuro não é papel do governo, mas do povo. A economia e uso racional dos meios se faz urgente. O país ainda prima pelo desperdício, pelas iniciativas engavetadas e refazimento de obras. A perenidade própria das boas fundações não se constrói de um dia para o outro. Estará o país, por seus líderes, pensando nisso?
Ocorre que hoje, com o distanciamento das pessoas do campo e a impressão de que o clima não nos impede de fazer nada, em especial em regiões tropicais, como o Brasil, a noção de preparo para o futuro torna-se vaga e remota. A geração
atual, com acesso a meios de comunicação avançados, valoriza em excesso as experiências do presente. Forma-se uma sociedade do instantâneo, dos que apertam um botão e desejam ver o resultado já, no momento, sem qualquer atraso ou espera. Saciar a fome e a sede no momento em que surgem é algo prazeroso, mas pode significar a penúria de amanhã. O país passa por um momento fantasioso de prosperidade, inebriado pela saciedade de demandas imediatas, sem projeção da sociedade no futuro. Tal constatação decorre da análise do consumo desenfreado e do descontrolado acesso a crédito. A pessoa endivida-se hoje, para consumir e realizar seus sonhos hoje, pouco se importando com o amanhã. A questão fundamental é que o futuro virá, mesmo para uma sociedade, como a brasileira, que se acha eternamente jovem e renovável, crendo que períodos de entressafra jamais serão vivenciados. A história não é nada generosa com os imprevidentes.
Aprender um instrumento musical, um idioma, são esforços de progressão. Abrir mão do tambor, que faz som e anima uma batucada, trocando-o por algo mais elaborado, demanda força de vontade. Tal troca será justificável se for buscado um som mais elaborado, para acompanhar os que tocam tambor. No mundo real, é assim que funciona, e isso explica um pouco por que o Brasil é tão dependente de tecnologia externa.
A assistência imediata (por vezes necessária e inevitável) tem falseado a realidade. O planejamento para o futuro não é papel do governo, mas do povo. A economia e uso racional dos meios se faz urgente. O país ainda prima pelo desperdício, pelas iniciativas engavetadas e refazimento de obras. A perenidade própria das boas fundações não se constrói de um dia para o outro. Estará o país, por seus líderes, pensando nisso?
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