Estado de Minas: 06/11/2013
São Paulo -
Depois de ser atacado por Caetano Veloso no fim de semana, o cantor
Roberto Carlos deixou ontem o grupo Procure Saber, que defende a
proibição de biografias não autorizadas. Por volta das 22h. o empresário
dele, Dody Sirena,enviou e-mail aos demais integrantes do grupo, entre
eles Chico Buarque, Gilberto Gil e Milton Nascimento, informando da
decisão. Mais cedo, o sócio de Dody na empresa DC-SET, produtora do Rei o
empresário Cicão Chies, anunciou ao Procure Saber que deixaria a
vice-presidência do grupo.
A equipe do cantor já estava
insatisfeita com a forma como a ex-mulher de Caetano, Paula Lavigne, que
preside a entidade, conduziu a questão das biografias, considerada
"truculenta" na definição de um integrante do grupo. No domingo, Caetano
escreveu em coluna de jornal, que Roberto Carlos só apareceu “quando da
mudança de tom”, referindo-se à reportagem exibida pelo Fantástico
quando o Rei foi mais ameno em relação a mudança depois que mudou de tom
na questão das biografias.
Na mensagem, de tom cordial, Dody
compara o grupo a uma seleção de futebol, em que os jogadores se
encontram, mas depois retornam a seus times. Ele diz, ainda, que os
advogados de Roberto vão continuar atuando na questão das biografias,
falando em seu nome. E garante que outros assuntos podem voltar a unir
Roberto com os outros artistas do Procure Saber no futuro, como o
direito autoral, as questões trabalhistas e as plataformas digitais.
"Caminhamos bastante e divergimos algumas vezes. Sabemos que, no futuro,
tudo isso será um grande exemplo de movimento coletivo", escreveu Dody.
As
razões que levaram o Rei a se desligar estão relacionadas às
discordâncias geradas pela forma com que foi conduzido o debate sobre as
biografias não autorizadas. Desde o início de outubro, artistas do
Procure Saber vêm se manifestando publicamente contrários à mudança no
Código Civil, cujo artigo 20 permite que biografados proíbam a
publicação de biografias na Justiça em casos que “lhe atingirem a honra,
a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins
comerciais”.
Em determinado trecho do texto que redigiu, Dody
diz: "Não é bem assim o nosso jeito de trabalhar, somos mais discretos,
afinal defendemos também a privacidade no sentido profissional".
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