quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Arte tem novos consumidores‏

Empresários e profissionais liberais com 30 anos, em média, animam esse mercado


Leonardo Reis
Marchand da Errol Flynn Galeria de Arte

Estado de Minas: 05/12/2013



A aquisição de obras de arte deixou de ser um hábito de luxo. O bom momento econômico e a melhoria de renda da população brasileira estão promovendo a chegada de novos consumidores ao mercado de artes plásticas. Os empresários e profissionais liberais com 30 anos de idade, em média, são o retrato dos novos clientes das galerias. Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Arte Contemporânea (Abact), em 2012 foi registrado um aumento médio de 22,5% no volume de negócios. Entre 2010 e 2011, o aumento foi de 44%. O percentual pode ser considerado um retrato do novo momento da arte: a renovação de clientes que estão adentrando o mercado. A mudança acontece devido à visão tradicional que se tem dos colecionadores de arte. Normalmente, são vistos como pessoas de mais idade e endinheiradas. Observa-se que esses compradores não abandonaram suas coleções, mas, agora, estão dividindo espaço com jovens empresários e profissionais liberais.

É importante ressaltar que os consumidores de arte se dividem em três perfis: as pessoas que compram peças para decoração, investidores e colecionadores. Entretanto, é possível notar a predominância de investidores, e acreditamos que muitos deles viram de perto as obras adquiridas pelos pais se valorizarem com o passar dos anos, e por isso frequentam leilões em busca de boas obras com preços acessíveis, apostando na valorização das peças. As estratégias criadas pelas galerias para democratização das artes também contribuíram bastante para o fomento do setor e conquista desse novo público. É importante destacar ainda a realização de leilões e o parcelamento do pagamento das obras em até 10 vezes sem juros no cartão. Os pregões permitem que os interessados comprem boas obras, de renomados artistas, com preços acessíveis. Ao contrário do senso comum, nem tudo é disputa quando se trata de leilão. Na verdade, grande parte das obras é leiloada pelo lance mínimo, não havendo concorrência no arremate. Outra maneira de participar de pregões são os lances por telefone. As galerias oferecem comodidade aos compradores interessados para incentivar ainda mais o consumo de obras de arte por meio dessa modalidade, não sendo necessário o deslocamento até o local de realização dos leilões. Quando um visitante se interessa por uma obra na exposição, basta comunicar a organização do leilão e já oferecem o lance mínimo.

Quando o pregão da obra em questão estiver acontecendo, os organizadores entram em contato com o comprador, que pode participar da disputa pelos lances de onde estiver e em tempo real. O mesmo é feito por e-mail, quando o interessado deixa registrado seu lance máximo para aquela obra.

É possível iniciar uma coleção de grande qualidade frequentando esse tipo de evento, basta manter contato com as galerias, acompanhar a programação dos leilões de arte, que são sempre uma boa oportunidade para que jovens colecionadores contribuam ainda mais para o crescimento do setor. A melhoria da economia brasileira, juntamente com a comodidade oferecida pelas galerias e o incentivo de terceiros, sendo pais, amigos ou familiares, só contribuirá para ampliar a demanda por artes plásticas.

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