Analfabetos poliglotas
Saber uma língua apenas não serve mais
Rafaela Lôbo
Mestre em linguística, professora e consultora da Scriptus Consultoria Empresarial em Linguagem
Estado de Minas: 15/03/2014
O Brasil tem recebido
e ainda receberá milhares de estrangeiros nos próximos anos. Há pouco
tempo éramos um país de emigração, ou seja, exportávamos mão de obra;
hoje somos um país de imigrantes, há a cada ano um aumento no número de
estrangeiros que vêm trabalhar no país. Não podemos esquecer que em
algumas regiões há, também, um número imenso de turistas de fora – o que
sempre ocorreu em cidades como o Rio de Janeiros –, no entanto, devido à
Copa do Mundo e à Olimpíada, o número de visitantes aumentará muito em
certas regiões em que ainda não havia esse fluxo.
Todos esses fatores, aliados à globalização tecnológica e ao crescimento econômico, permitiram uma integração maior entre os povos, mesmo aqui no Brasil. Porém, para que essa integração ocorra, não se pode ficar preso ao português, por isso, as pessoas, cada vez mais, tentam aprender outras línguas. Há alguns anos, saber francês era essencial. Posteriormente, o inglês tornou-se a nova língua obrigatória e, atualmente, devido ao crescimento da China, muitos brasileiros já querem aprender o mandarim. Saber apenas uma língua não serve mais. Pasmem, devido ao nosso crescimento econômico, o Brasil tornou-se um país de oportunidades e a língua portuguesa também passou a ser buscada em cursos no exterior.
Tudo isso é maravilhoso, estamos nos tornando grupos sociais cada vez mais complexos, mas a questão que se apresenta aqui é a de que toda língua é como um “guarda-roupa” e temos de usar a roupa adequada de acordo com a situação, ou seja, mesmo quando se fala em língua pátria, há uma diversidade enorme nas formas como se pode dizer alguma coisa. Podemos dizer que estamos cansados, exaustos ou mortos, depende da pessoa com quem estamos falando e da ênfase que desejamos dar. Assim é uma língua, temos de dominar diversas formas de falar ou escrever e variá-las de acordo com o leitor e o momento.
Diante disso, há uma preocupação imensa em relação às línguas estrangeiras, afinal, que curso mostra a diversidade de uma outra língua – fora as questões figuradas? No Brasil, se digo que vou matar alguém, há uma possibilidade enorme de eu não ser um “serial killer” e querer apenas dizer que estou muito nervoso com alguém. Em Portugal, berço da língua portuguesa, se eu disser que vou matar uma pessoa, provavelmente chamarão a polícia. Nenhum estrangeiro aprende essas nuanças em um curso de língua portuguesa, assim como não aprendemos isso em um curso de inglês.
O fato é que, muitas vezes, as pessoas não conseguem mudar a forma como dizem as coisas nem mesmo na própria língua, quanto mais em uma língua estrangeira. É como se fóssemos executivos de Wall Street, em Nova York, falando da forma que falam as pessoas que moram fora da Ilha de Manhattan. Desse jeito, de nada resolverá aprender outra língua, não haverá uso prático. Meu receio? A criação de analfabetos funcionais poliglotas!
Todos esses fatores, aliados à globalização tecnológica e ao crescimento econômico, permitiram uma integração maior entre os povos, mesmo aqui no Brasil. Porém, para que essa integração ocorra, não se pode ficar preso ao português, por isso, as pessoas, cada vez mais, tentam aprender outras línguas. Há alguns anos, saber francês era essencial. Posteriormente, o inglês tornou-se a nova língua obrigatória e, atualmente, devido ao crescimento da China, muitos brasileiros já querem aprender o mandarim. Saber apenas uma língua não serve mais. Pasmem, devido ao nosso crescimento econômico, o Brasil tornou-se um país de oportunidades e a língua portuguesa também passou a ser buscada em cursos no exterior.
Tudo isso é maravilhoso, estamos nos tornando grupos sociais cada vez mais complexos, mas a questão que se apresenta aqui é a de que toda língua é como um “guarda-roupa” e temos de usar a roupa adequada de acordo com a situação, ou seja, mesmo quando se fala em língua pátria, há uma diversidade enorme nas formas como se pode dizer alguma coisa. Podemos dizer que estamos cansados, exaustos ou mortos, depende da pessoa com quem estamos falando e da ênfase que desejamos dar. Assim é uma língua, temos de dominar diversas formas de falar ou escrever e variá-las de acordo com o leitor e o momento.
Diante disso, há uma preocupação imensa em relação às línguas estrangeiras, afinal, que curso mostra a diversidade de uma outra língua – fora as questões figuradas? No Brasil, se digo que vou matar alguém, há uma possibilidade enorme de eu não ser um “serial killer” e querer apenas dizer que estou muito nervoso com alguém. Em Portugal, berço da língua portuguesa, se eu disser que vou matar uma pessoa, provavelmente chamarão a polícia. Nenhum estrangeiro aprende essas nuanças em um curso de língua portuguesa, assim como não aprendemos isso em um curso de inglês.
O fato é que, muitas vezes, as pessoas não conseguem mudar a forma como dizem as coisas nem mesmo na própria língua, quanto mais em uma língua estrangeira. É como se fóssemos executivos de Wall Street, em Nova York, falando da forma que falam as pessoas que moram fora da Ilha de Manhattan. Desse jeito, de nada resolverá aprender outra língua, não haverá uso prático. Meu receio? A criação de analfabetos funcionais poliglotas!
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