De Carlos Emílio Faraco
(Algum dia, eu escrevi isto. Tava procurando, porque hoje a sensação foi a mesma):
Acordar com barulho de chuva sem chuva deixa um vazio como aquele átomo de segundo que separa uma mascada e outra no chiclete: é dureza de um dente batendo no outro quando se espera o amortecer-colo da maciez paradoxalmente desafiadora e doce da borracha.
Chuva sem chover: a mente molhada de suor olha pela vidraça como criança pobre esperando, mais uma vez, o presente de Natal que não virá.
Mesmo em entrechoques, contudo, convém desejar bom dia, pois não existe dia que nasça ruim. Depende muito da rigidez da casca.
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