quarta-feira, 28 de maio de 2014

Eduardo Almeida Reis - Musicais‏

Mas o que me assusta, mesmo, é a qualidade das letras. Daí a pergunta: que fim levaram os nossos letristas? 
 
Eduardo Almeida Reis
Estgado de Minas: 28/05/2014


Musicais

Dez ou doze anos atrás, pelos dias natalinos na roça mineira, liguei o radinho de pilhas para ter o desgosto de ouvir música horrível composta e cantada por cidadão que não conhecia. Desci o pau pelo jornal. Dia seguinte, fiquei sabendo que o cantor era namorado da filha de uma amiga nossa e o nome, repetido sem parar na música inqualificável, era o da jovem namorada. Paciência. Escrevi, está escrito (quod scriptum, scripsi), mas se soubesse do romance não teria falado.
De uns tempos a esta parte tenho ouvido rádio durante o almoço. Os comerciais são divertidíssimos: plano de saúde animal, plano funerário com mais de 15 mil serviços prestados, sinal de que removeu 105 mil palmos de terra (7 x 15 mil serviços), milagres feitos numa igreja evangélica em que as mulheres não se podem depilar e os homens não podem andar com os braços de fora. Mas o que me assusta, mesmo, é a qualidade das letras. Daí a pergunta: que fim levaram os nossos letristas?
Sei que ainda existem uns seis ou sete brilhantes, mas o nível dos outros é de horrorizar. Não se trata de funk ou rave, mas de qualquer coisa parecida com a MPB, ou, quando menos, anunciada como música nacional.

Chá de bebê
Diante da notícia de que a operadora de forno e fogão sairia duas horas mais cedo, aprendi que existe um negócio chamado chá de bebê, reunião frequentada pelas amigas de uma gestante levando presentinhos para o nascituro. Chá de panela é conhecidíssimo, mas de bebê foi surpresa para mim, sobretudo, e principalmente, porque consta do Houaiss: “reunião, geralmente feminina, na qual a gestante recebe presentes destinados à criança”. São fraldas, roupinhas, mamadeiras e outros mimos úteis para gestantes que não nadam em ouro, isto é, a esmagadora maioria das brasileiras prestes a parir.
Por culpa do palavrão, há implicância social e midiática com o verbo parir, perfeitamente legítimo, em nosso idioma desde o século XIII. Outros chás conhecidos são o de sumiço (deixar de comparecer a lugar que se frequentava com regularidade), de cadeira (esperar muito tempo), de alecrim (espancamento), de bico (pontapé nas nádegas) e o velho chá dançante, que não se usa mais.

 O mundo é uma bola
28 de maio de 585 a.C., data que muitos consideram a fundação da filosofia ocidental. Tem relação com o eclipse que teria sido previsto por Tales de Mileto, o primeiro filósofo ocidental de que se tem notícia. Nasceu em Mileto, antiga colônia grega, hoje na Turquia, por volta de 623 a.C. e bateu o pacau por volta de 556 a.C.
É apontado como um dos sete sábios da Grécia Antiga e teve por principais discípulos Anaxímenes e Anaximandro. Ora, um cavalheiro que tem Anaximandro e Anaxímenes como principais discípulos deve ter sido filósofo da melhor supimpitude. Tales foi o primeiro a explicar o eclipse solar ao constatar que a Lua é iluminada pelo Sol. Heródoto (485-420 a.C.) disse que Tales previu o eclipse de 585 a.C. Hoje é o Dia do Ceramista.

Ruminanças
“A censura poupa os corvos e maltrata as pombas” (Juvenal, 60-140).

Avenida Antônio carlos

Concessionária que foi destruída nos protestos do
ano passado monta barreira de aço para se proteger

 
Loja faz escudo de contêineres

Pedro Ferreira

A poucos dias da Copa do Mundo, donos de concessionárias de veículos da Avenida Antônio Carlos, na Região a Pampulha, tentam se proteger como podem das manifestações que devem ocorrer durante o Mundial. O medo é de que a história se repita: no ano passado, durante a Copa das Confederações, vândalos causaram prejuízo estimado em R$ 18 milhões na região, destruindo 17 lojas e incendiando algumas delas. Um das mais prejudicadas foi a da Kia Motors, que esta semana alugou 24 contêineres, pesando 2,25 toneladas cada, para fazer uma espécie muralha de ferro na sua fachada. São 12 estruturas de aço posicionadas sobre as outras 12, serviço que foi feito com ajuda de um guindaste, em um espaço de 72 metros de comprimento. Um muro duplo de alvenaria, de 6 metros de altura, também está sendo erguido. A providência foi tomada depois de a polícia recomendar que lojistas esvaziassem as vitrines durante eventuais protestos.
No ano passado, a loja da Kia teve toda a fachada de vidro reduzida a cacos e móveis queimados por mais de duas horas. A outra loja do grupo, na Avenida Cristiano Machado, Região Leste, também será protegida por uma estrutura de zinco. Mas, a maior preocupação é com a unidade da Antônio Carlos, quase esquina com Avenida Antônio Abrahão Caran, acesso ao Mineirão, que foi palco dos maiores confrontos dos manifestantes com a PM no ano passado. “O dono quer garantia de que não vai ter tanto prejuízo como no ano passado”, comentou o funcionário da obra. A loja da Kia está fechada desde o ano passado para reforma, que está praticamente concluída, e deve ser reinaugurada somente após a Copa. 

Outra loja que foi praticamente reduzida a cinzas no ano passado foi a da Hyundai. Nos próximos diasa unidade deve receber chapas de aço na fachada. A concessionária da Honda também ganhará proteção, segundo o gerente, André Lisboa. “Vamos fazer uma estrutura de metalon, intercalada com telhas de aço. Toda a frente será fechada, deixando apenas a passagem dos veículos”, disse. O serviço começa dia 10, segundo ele, para não haver tanto prejuízo nas vendas. “Serão pelo menos 40 dias de prejuízos com a Copa do Mundo. Gastamos R$ 40 mil com materiais de proteção e estimamos gastos de R$ 60 mil com a contratação de seguranças. A queda do faturamento será alta”, disse.

A Concessionária Mila também vai reforçar a segurança para proteger a fachada, que tem 150 metros. Cerca de 400 veículos serão levados para outras unidades. “Estamos preocupados. O risco é muito grande”, disse o encarregado de segurança Nelson Rodrigues. Na loja da Toyota os prejuízos do ano passado chegaram a mais de R$ 1 milhão. Carros que já estavam vendidos foram destruídos antes da entrega e o setor de informática foi todo quebrado. 

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