Tornozeleiras
Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 25/05/2014
Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 25/05/2014
Pit Bull, codinome do
traficante de drogas Adauto do Nascimento Gonçalves, corresponsável
pela confusão ocorrida em abril na comunidade (sic) Pavão-Pavãozinho, em
Copacabana e Ipanema, bairros famosos do Rio, anda fugido desde julho
do ano passado, quando foi solto pela Justiça para uma visita ao lar. É
aquela conversa de regressão da pena, de reinserção social e o escambau,
defendida pelos idiotas que acreditam na ressocialização dos que nunca
foram socializados.
Eminentes juristas, ouvidos pelas redes de tevês, criticaram o fato de Pit Bull ter sido solto sem tornozeleira eletrônica, engenhoca que permite o monitoramento do tornozelado quando circula por aí. Curioso e chato, vou à Wikipédia para aprender que “o bracelete eletrônico de vigilância, ou tornozeleira eletrônica, é uma forma de pena de substituição à prisão ou para ser utilizado durante a fase de instrução do processo. O princípio consiste em agregar ao prisioneiro uma marca eletrônica inviolável. É uma prática do direito penal em diversos países, como a França e os Estados Unidos”.
Várias tecnologias podem ser utilizadas. A mais conhecida é a que originou o nome: um tipo de relógio de pulso (sic) preso ao tornozelo, com identificação eletrônica, que pode ser monitorado pelas autoridades policiais ou penitenciárias. Também pode ser um chip de identificação eletrônica sob a pele dos condenados, processo que suponho mais eficiente, considerando que a tornozeleira, que “não pode ser facilmente retirada ou desativada”, não deve ser irremovível. Presumo que existam meios de cortar e jogar fora o equipamento, ou deixá-lo com uma criança, hipótese em que as autoridades passam a monitorar a localização da criança e o bandido fica solto para assaltar e matar.
Esta conversa de ressocialização é muito bonita e muito romântica, sem que funcione. Quem foi que disse que cadeia brasileira ressocializa alguém? Vou mais longe: nos parlamentos nhambiquaras são raros, raríssimos, os políticos ressocializáveis. E as igrejas, e a comunicação social, e todas as profissões liberais: não existe parcela da população brasileira ou mundial livre de elementos irrecuperáveis. Mas a culpa, como sempre, é da polícia. Enquanto ao mais, primum vivere, deinde philosophari, falou?
Mundo g0y
Copiei a notícia do provedor Terra e colei aqui. Meu computador ficou tão assustado que usou a fonte open sans 4.5 praticamente ilegível. Fui ao Google e confirmei que a open sans, de 12 para cima, é fonte simpática. O texto, que assustou o Windows 7 Ultimate e o philosopho, começa: “Eles são homens, fazem sexo apenas com mulheres, não se identificam com os valores e comportamentos dos gays, mas se intitulam com uma palavra parecida: ‘g0y’. São heterossexuais, no entanto, liberais nas relações com outros homens. Entre os amigos g0ys, podem rolar beijos, amassos, sexo oral e carícias íntimas, mas ‘não há sexo (penetração anal). As relações g0ys são mais homoafetivas’, explicou um dos líderes do movimento g0y no Brasil, Master Fratman, que não revela seu nome. É uma amizade masculina sem preconceitos, de acordo com o g0y Joseph Campestri. Segundo ele, são homens que se permitem demonstrar carinho e sentimentos por outros, e estão fora das normas homossexuais e heterossexuais solidificadas na sociedade”.
Reproduzi o texto, que está longe de ser um primor de estilo e fidelidade, porque diz que o g0y (gê-zero-ipsilone) só faz sexo com mulheres e mais adiante dá a entender que oral não é sexo, só o anal. Ora, bolas, se estou lembrado, Masters & Johnson in O relacionamento amoroso escreveram que o sexo anal entre os gays norte-americanos é menos comum do que entre os casais de sexos diferentes.
No tempo de antigamente, esta conversa de g0y tinha outro nome: bissexualidade. Contudo, os tempos mudaram tanto que uma destas redes sociais, acho que o Facebook, listou outro dia cerca de 70 “opções”. Anos atrás, o psiquiatra brasileiro Pamplona da Costa escreveu o livro Os Onze Sexos, considerável progresso em relação à quantidade de “opções” conhecidas.
O movimento g0y surgiu nos Estados Unidos no início da década passada, principalmente nas fraternidades universitárias masculinas, entre skatistas e surfistas. No Brasil, a filosofia g0y (sic) é muito recente, mas vai de vento em popa ou de boca em boca, como queiram. O site heterog0y tem dois meses e mais de mil acessos diários. Brasília, Salvador e o Rio lideram o movimento. E o negócio vai por aí, mas estou gastando muita vela com mau defunto. Peço desculpas pelo assunto que me rendeu 376 palavras.
O mundo é uma bola
25 de maio de 1521: assinado na cidade de Worms o Edito de Worms condenando Martinho Lutero. Worms é conhecida por seu vinho Liebfraumilch, que não significa “leite da mulher amada”. Leite azedo, como fiquei sabendo por um amigo que o experimentou. Significa “Monge de Nossa Senhora”, como aprendi num dos livros do médico Sérgio de Paula Santos, que fez doutorado na Alemanha e era o único brasileiro autorizado a julgar vinhos naquele país.
Hoje é o Dia da Toalha, do Vizinho, do Sapateado, do Massagista, da Costureira, do Orgulho Nerd, da Indústria, da Adoção, do Trabalhador Rural e do Respeito ao Contribuinte.
Ruminanças
“Importante na Operação Lava-Jato era soltar o Paulo. Os outros que se danem” (R. Manso Neto).
Eminentes juristas, ouvidos pelas redes de tevês, criticaram o fato de Pit Bull ter sido solto sem tornozeleira eletrônica, engenhoca que permite o monitoramento do tornozelado quando circula por aí. Curioso e chato, vou à Wikipédia para aprender que “o bracelete eletrônico de vigilância, ou tornozeleira eletrônica, é uma forma de pena de substituição à prisão ou para ser utilizado durante a fase de instrução do processo. O princípio consiste em agregar ao prisioneiro uma marca eletrônica inviolável. É uma prática do direito penal em diversos países, como a França e os Estados Unidos”.
Várias tecnologias podem ser utilizadas. A mais conhecida é a que originou o nome: um tipo de relógio de pulso (sic) preso ao tornozelo, com identificação eletrônica, que pode ser monitorado pelas autoridades policiais ou penitenciárias. Também pode ser um chip de identificação eletrônica sob a pele dos condenados, processo que suponho mais eficiente, considerando que a tornozeleira, que “não pode ser facilmente retirada ou desativada”, não deve ser irremovível. Presumo que existam meios de cortar e jogar fora o equipamento, ou deixá-lo com uma criança, hipótese em que as autoridades passam a monitorar a localização da criança e o bandido fica solto para assaltar e matar.
Esta conversa de ressocialização é muito bonita e muito romântica, sem que funcione. Quem foi que disse que cadeia brasileira ressocializa alguém? Vou mais longe: nos parlamentos nhambiquaras são raros, raríssimos, os políticos ressocializáveis. E as igrejas, e a comunicação social, e todas as profissões liberais: não existe parcela da população brasileira ou mundial livre de elementos irrecuperáveis. Mas a culpa, como sempre, é da polícia. Enquanto ao mais, primum vivere, deinde philosophari, falou?
Mundo g0y
Copiei a notícia do provedor Terra e colei aqui. Meu computador ficou tão assustado que usou a fonte open sans 4.5 praticamente ilegível. Fui ao Google e confirmei que a open sans, de 12 para cima, é fonte simpática. O texto, que assustou o Windows 7 Ultimate e o philosopho, começa: “Eles são homens, fazem sexo apenas com mulheres, não se identificam com os valores e comportamentos dos gays, mas se intitulam com uma palavra parecida: ‘g0y’. São heterossexuais, no entanto, liberais nas relações com outros homens. Entre os amigos g0ys, podem rolar beijos, amassos, sexo oral e carícias íntimas, mas ‘não há sexo (penetração anal). As relações g0ys são mais homoafetivas’, explicou um dos líderes do movimento g0y no Brasil, Master Fratman, que não revela seu nome. É uma amizade masculina sem preconceitos, de acordo com o g0y Joseph Campestri. Segundo ele, são homens que se permitem demonstrar carinho e sentimentos por outros, e estão fora das normas homossexuais e heterossexuais solidificadas na sociedade”.
Reproduzi o texto, que está longe de ser um primor de estilo e fidelidade, porque diz que o g0y (gê-zero-ipsilone) só faz sexo com mulheres e mais adiante dá a entender que oral não é sexo, só o anal. Ora, bolas, se estou lembrado, Masters & Johnson in O relacionamento amoroso escreveram que o sexo anal entre os gays norte-americanos é menos comum do que entre os casais de sexos diferentes.
No tempo de antigamente, esta conversa de g0y tinha outro nome: bissexualidade. Contudo, os tempos mudaram tanto que uma destas redes sociais, acho que o Facebook, listou outro dia cerca de 70 “opções”. Anos atrás, o psiquiatra brasileiro Pamplona da Costa escreveu o livro Os Onze Sexos, considerável progresso em relação à quantidade de “opções” conhecidas.
O movimento g0y surgiu nos Estados Unidos no início da década passada, principalmente nas fraternidades universitárias masculinas, entre skatistas e surfistas. No Brasil, a filosofia g0y (sic) é muito recente, mas vai de vento em popa ou de boca em boca, como queiram. O site heterog0y tem dois meses e mais de mil acessos diários. Brasília, Salvador e o Rio lideram o movimento. E o negócio vai por aí, mas estou gastando muita vela com mau defunto. Peço desculpas pelo assunto que me rendeu 376 palavras.
O mundo é uma bola
25 de maio de 1521: assinado na cidade de Worms o Edito de Worms condenando Martinho Lutero. Worms é conhecida por seu vinho Liebfraumilch, que não significa “leite da mulher amada”. Leite azedo, como fiquei sabendo por um amigo que o experimentou. Significa “Monge de Nossa Senhora”, como aprendi num dos livros do médico Sérgio de Paula Santos, que fez doutorado na Alemanha e era o único brasileiro autorizado a julgar vinhos naquele país.
Hoje é o Dia da Toalha, do Vizinho, do Sapateado, do Massagista, da Costureira, do Orgulho Nerd, da Indústria, da Adoção, do Trabalhador Rural e do Respeito ao Contribuinte.
Ruminanças
“Importante na Operação Lava-Jato era soltar o Paulo. Os outros que se danem” (R. Manso Neto).
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