Jaeci Carvalho - jaeci.cavalcanti@uai.com.br
Estado de MInas: 14/07/2014
Rio de Janeiro – Assim que terminou a Copa da África, escrevi que a Alemanha seria campeã no Brasil. E por que fiz isso há quatro anos? Por ver um time forte, unindo experiência e juventude, com comando sério. Foram oito anos da Copa em seu país, quando o então assistente Joachim Löw assumiu o lugar de Klinsmann, à consagração de ontem no Maracanã. O gol de Mario Götze premiou a melhor seleção do mundo, mandou os hermanos para casa e mostrou que quem mandou na competição foi o representante de um país com segurança, educação, saúde, a melhor economia da Europa e, de quebra, futebol competitivo e espetacular. A taça, erguida pelo capitão Philipp Lahm, está em ótimas mãos.
Pena termos gasto R$ 40 bilhões para bater palmas para os gringos. Mas avisei que isso aconteceria. O Brasil teve uma Seleção fraca, sem alma, sem corpo e com a cabeça contaminada por uma comissão técnica ultrapassada e arrogante. Para evoluir, devemos seguir a receita dos germânicos: seriedade, transparência e uma aula de boa educação e simpatia. Eles deixaram saudades em Santa Cruz de Cabrália e vão deixar em todo o país também.
Não à toa, o Campeonato Alemão tem a maior média de público do planeta. Enquanto o Brasil, ainda o único penta, involuiu, a tetracampeã já é também favorita para a Rússia’2018. Ela tem jovens altamente técnicos e comprometidos com o esquema de jogo. Se antes eram pragmáticos e frios, hoje aliam isso ao talento.
Final de Copa do Mundo dificilmente tem placar elástico. Alemães e argentinos se estudaram muito, mas os primeiros foram sempre superiores e estiveram mais perto do gol. A exceção foi uma bola mal recuada, que sobrou para Higuaín na cara de Neuer, mas o atacante chutou mal, para fora. Os europeus mandaram uma bola na trave de Romero, que estava batido, e tiveram mais posse de bola. O jogo se arrastou e no tempo normal não houve gol. Muita marcação, muita pancada por parte dos argentinos e atuação bem apagada de Messi, que não chegou a receber marcação especial, mas viu o tempo inteiro a sombra de Boateng (foto), para mim o melhor em campo.
Com o astro controlado, a Argentina é um time normal. Os alemães sabiam que o gol era questão de tempo, e ele veio no finalzinho da prorrogação. Um golaço de Götze, que matou no peito e fuzilou. Delírio da torcida germânica, pequena, mas barulhenta. A chanceler Angela Merkel pulou de alegria. Admirada pela competência, ela mostrou ser pé-quente também no futebol.
Os argentinos trocaram a música que criaram de que “Maradona é melhor do que Pelé” pelo choro compulsivo. Os caras vêm ao nosso país e querem tirar onda. Não restou nada além do chororô dos hermanos.
Quanto a nós, além de perder em saúde, segurança e educação, nem no futebol predominamos mais. Precisamos de um treinador competente, que monte uma equipe para aprender em 2018 e ganhar em 2022. Não vejo como ganhar na Rússia com safra tão ruim. Estou avisando quatro anos antes.
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