segunda-feira, 14 de julho de 2014

Zona Mista

Zona mista
Kelen Cristina
Estado de MinasZona Mista : 14/07/2014


Campeão  com gingado



 (Alexandre Guzanshe/EM/D.A PRESS)

A mais festejada edição de Copa do Mundo dos últimos tempos, aquela que foi questionada e apedrejada de véspera, teve um grand finale. Merecidamente, a taça ficou com a Alemanha, o mais brasileiro dos times no torneio. Que levou a competição na cadência de um samba. Que conciliou alegria e comprometimento e rimou prazer com profissionalismo. Que não precisou de batucada dentro de ônibus a caminho dos estádios para demonstrar confiança, harmonia e união. União, aliás, que extrapolou os muros da concentração e teve efeito contagiante, simbolizado pela presença cada vez mais abrasileirada do atacante Podolski nas redes sociais. Ontem, ele encerrou a jornada virtual com estilo. “O Maraca é nosso”, postou, com uma selfie direto do campo ao lado de Schweinsteiger, outro que encarnou o espírito brasuca. Os alemães foram à praia, visitaram escola, torceram pela Seleção ao lado dos funcionários do hotel (com direito a bandeira), dançaram ao som do Lepo Lepo, se enturmaram com índios e, junto com tudo isso, jogaram futebol. O puro, simples e belo futebol. Um time que sobrou em sorrisos, amabilidade e, sobretudo, habilidade. Na grande decisão, no Maracanã, não faltou talento. Do lado argentino, inclusive, e muito – ou alguém duvida da categoria de Messi? A Alemanha não contava com um gênio do calibre da Pulga, mas tinha um time, no sentido mais concreto da palavra. Uma equipe além dos 11 titulares. Que não se limitou a um atacante, goleiro, zagueiro ou armador de destaque. Cada uma das peças brilhou quando teve a chance e, principalmente, quando foi exigido brilhar. A engrenagem funcionou com precisão germânica e gingado brasileiro. Eles voltam para casa com o troféu, mas com o fim da Copa de 2014, a sensação que fica é de que ganhamos todos, que gostamos do esporte na sua essência.

Lista VIP
Vazou na internet, momentos antes da final, uma lista que seria de convidados VIP da Fifa no Maracanã. Faziam parte da relação 45 nomes, sendo 19 representantes da Fifa e oito chefes de estado. Entre as celebridades, além daquelas que participaram da cerimônia de encerramento – como a colombiana Shakira e a modelo Gisele Bündchen –, constavam, entre outros, os cantores Placido Domingo e Eros Ramazzotti, o ator Daniel Craig (que faz o papel de James Bond no cinema) e uma presença no mínimo curiosa: o zagueiro italiano Marco Materazzi, que levou uma cabeçada de Zidane na final da Copa de 2006, depois de, supostamente, provocar o francês.

Questionamentos ao Bola de Ouro

Nem todo mundo concordou com a escolha de Messi como melhor jogador do Mundial. “Absurdo a Bola de Ouro”, comentou o técnico da Seleção Mexicana, Miguel Herrera, sem se preocipar com diplomacia. “Admiro muito o Messi, mas, Fifa, vai tomar no….”, escreveu um enraivado Aristizábal. O ex-atacante holandês Ruud Gullit também questionou a eleição do argentino. Já o jogador inglês Joseph Barton, famoso por não ter papas na língua, listou quem merecia o prêmio mais do que Messi: “Thomas Müller, James Rodríguez, Mascherano, Kroos, Hummels e Sánchez”.

Reverência dos adversários
Os campeões foram festejados por muitos jogadores que passaram pelos gramados brasileiros. Zagueiro da Seleção Brasileira e do Bayern, Dante deu os parabéns em alemão, com um desenho de Klose, Lahm e Thomas Müller. O atacante inglês Sturridge confessou até uma pontinha de inveja: “Merecido, Alemanha, parabéns. Espero um dia ajudar a Inglaterra a ganhar também”. O goleiro belga Thibaut Courtois felicitou Neuer pelo prêmio recebido como o melhor da posição no torneio e o espanhol Sergio Ramos relembrou a alegria vivida há quatro anos, na África do Sul: “Parabéns, irmão Özil e Khedira. Desfrutem do fato de ser campeões, é uma sensação única”. Técnico dos EUA e ex-jogador da Seleção Alemã, Klinsmann foi o mais empolgado, chamando até o colega e ex-companheiro de comissão técnica Joachim Löw pelo apelido: “Sim, sim, sim! Jogi, você conseguiu! Grande cumprimento à Argentina, mas o melhor time ganhou a Copa do Mundo”.

Questionamentos ao Bola de Ouro

Nem todo mundo concordou com a escolha de Messi como melhor jogador do Mundial. “Absurdo a Bola de Ouro”, comentou o técnico da Seleção Mexicana, Miguel Herrera, sem se preocipar com diplomacia. “Admiro muito o Messi, mas, Fifa, vai tomar no….”, escreveu um enraivado Aristizábal. O ex-atacante holandês Ruud Gullit também questionou a eleição do argentino. Já o jogador inglês Joseph Barton, famoso por não ter papas na língua, listou quem merecia o prêmio mais do que Messi: “Thomas Müller, James Rodríguez, Mascherano, Kroos, Hummels e Sánchez”.

Sem ressentimentos


O ex-jogador inglês David Beckham levou sua prole em peso ao Maracanã. Nada mais natural, já que Brooklyn, Romeo e Cruz gostam de futebol e cresceram vendo o pai atuar pelo mundo. O detalhe que mais chamou a atenção, no entanto, foi o fato de o trio estar vestido com camisas da Seleção Argentina. A alviceleste tem um capítulo ingrato no currículo de Beckham: na Copa do Mundo da França, em 1998, ele foi expulso no jogo das oitavas de final contra os hermanos por falta em Simeone, e viu de fora do campo a Inglaterra ser eliminada nos pênaltis, depois de empate por 2 a 2 no tempo normal.

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