domingo, 6 de julho de 2014

COLUNA DO JAECI » Chegaram os favoritos‏

"Estar nas semifinais nos deixa em condições de igualdade com os concorrentes. E jogar em casa tem peso"


Jaeci Carvalho
Estado de Minas: 06/07/2014



 (Yves Herman/Reuters)
Brasil, Alemanha, Argentina e Holanda são os semifinalistas da Copa do Mundo. Errei só uma aposta, ao apontar a Espanha em lugar do Brasil. Todos temos o direito de dar palpites, mas para alguns isso significa torcer contra. Que pobreza! O país está consternado pela ausência de Neymar, com fratura na terceira vértebra lombar. Não achei que Zúñiga entrou para quebrá-lo. Acho que foi excesso de força, mas não a maldade que muitos estão vendo. E, cá pra nós, Neymar é o nosso principal jogador, mas não fez grande Copa. No jogo de sexta-feira, bem marcado, mais uma vez não conseguiu jogar. Felipão, porém, já tem a desculpa para o caso de eliminação: vai dizer que o desfalque foi decisivo. Nós, brasileiros, não sabemos perder. Até hoje tem gente achando que a convulsão de Ronaldo antes da final de 1998 foi responsável pela derrota. Outros pensam que a Copa foi comprada. Bobagem!
Estar nas semifinais nos deixa em condições de igualdade com os concorrentes. E jogar em casa tem peso. Analisando friamente, contudo, a Alemanha tem mais time, o que não quer dizer muito neste Mundial. O Brasil pode vencer com a força da torcida mineira, da camisa e se jogar futebol convincente. Acredito que Felipão vá usar três volantes – Luiz Gustavo, Fernandinho e Paulinho. Dante (foto) conhece bem os alemães, cuja maioria joga com ele no Bayern. Nesse aspecto, a suspensão de Thiago Silva pode até ser benéfica, pois o substituto é excepcional zagueiro.

Como todo o Brasil, eu gostaria de ver Fred fora do time. Ele anda mal e seu único ponto a favor é que a bola não chega. É um jogo para Oscar dizer a que veio. Até aqui, não jogou nada. Se em dezembro, no sorteio, alguém dissesse que o Brasil pegaria Croácia, México, Camarões, Chile e Colômbia, todos diríamos: é campeão. Demos sorte incrível ao pegar nos mata-matas antigos fregueses. Não tivemos grande teste. Terça-feira, porém, a história é outra. Os alemães estão secos pelo título há 24 anos. O time verde-amarelo terá de jogar o que não jogou até agora para ir à final. Sempre apostei em Alemanha x Argentina, mas gostaria muito que fôssemos à decisão.

A Copa é aqui, gastamos uma fortuna e merecemos pelo menos disputar a taça. Fico imaginando como seria legal Brasil x Argentina no Maracanã. A decisão sonhada por todos que amam o futebol. Infelizmente, temos a pior safra de nossa história, mas esses jovens estarão maduros para chegar a 2018 com a experiência de 2014. Na Rússia, Neymar será nosso grande jogador, consciente de seu papel. A Copa dele será a próxima, assim como agora é a de Messi, maior esperança dos hermanos, aos 27 anos.

A competição tem surpreendido quem esperava jogos ruins e poucos gols. Times medianos se mostraram competentes e deram trabalho aos grandes. A própria Costa Rica deu calor ontem na Holanda e foi prejudicada com a não marcação de duas penalidades. A preparação física encurtou a distância entre os grandes e os demais. Como craque é artigo em extinção, fica tudo nivelado por baixo. Mas não podemos reclamar. Estamos nas semifinais, mesmo com time combalido e aos trancos e barrancos. E podemos sim chegar além. Já não me arrisco a dizer mais nada, embora tenha acertado três dos quatro semifinalistas.

Que o Mineirão e a torcida mineira levem bons fluidos à Seleção. Mesmo sem Neymar, ela tem de se superar para bater a forte Alemanha. Só espero que Klose não faça gol, para não se isolar de Ronaldo como o maior artilheiro dos Mundiais, com 16. Que tal 1 a 0 com gol de Fred no fim, de cabeça? Seria a consagração dele, que estaria perdoado pelas atuações ruins e por ter passado em branco em alguns jogos. O destino é quem vai dizer, pois o futebol é imprevisível.

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