Estado de Minas: 06/07/2014
O comportamento dos
brasileiros nos estádios tem sido duramente criticado. E quem concorda
com excessos de falta de civilidade, polidez e educação quando temos o
mundo inteiro de olhos e atenção voltados para a Copa no Brasil? Ainda
teremos pela frente outra aparição pública da presidente Dilma Rousseff
na entrega da taça aos vencedores, e esperamos, se houver manifestos
democráticos, e eu creio que haverá, que sejam pelo menos pouco
grotescos e mais cívicos.
Como disse Leonardo Boff, em recente artigo intitulado “Quem envergonhou o Brasil?”: “Pertence à cultura popular do futebol a vaia a certos jogadores, a juízes e, eventualmente, a alguma autoridade presente”. Insultos e xingamentos com linguagem de baixo calão que nem sequer crianças podem ouvir é coisa inaudita no futebol do Brasil. Foram dirigidos à mais alta autoridade do pais, a presidente Dilma Rousseff, retraída nos fundos da arquibancada oficial. Esses insultos vergonhosos só podiam vir de um tipo de gente que ainda tem visibilidade, gente branquíssima e de classe A, com falta de educação e sexista, como comentou a socióloga do Centro Feminista de Estudos, Ana Thurler.
Depois disso, outra grosseria imperdoável foi a vaia ao Hino nacional do Chile. Ora, faltou senso de civilidade e respeito aos visitantes que prestigiam nosso país com sua presença, com seu bonito futebol e muita garra. Não mereciam ser tratados com tanta falta de polidez.
E como ressaltou Thurler, não é o povão da geral que tem se comportado assim. A própria presidente respondeu: “O povo não reage assim; é civilizado e extremamente generoso e educado”. Ele pode vaiar, mas não insulta. “Suportei agressões físicas quase insuportáveis e nada me tirou do rumo.” Referia-se, comenta Boff, às torturas sofridas dos agentes do Estado de terror que se havia instalado no Brasil a partir de 1964. O pronunciamento que fez posteriormente na TV mostrou que nada a tira do rumo nem a abala, porque vive de outros valores e pretende estar à altura da grandeza de nosso país.
Enquanto torcedores japoneses recolhiam o lixo nos estádios, alguns brasileiros, anfitriões da copa, comportaram-se de maneira pouco civilizada. Estes nos envergonham. Outro comentarista, xará de frei Boff, Leonardo Sakamoto, jornalista e doutor em ciência política, professor de jornalismo na PUC-SP, postou em rede social, no dia 28, algo muito apropriado.
Questiona o que leva uma pessoa a vaiar o hino de outro país enquanto ele é executado em um jogo de Copa do Mundo. Entende ele que, em bando, os seres humanos não raro modificam suas condutas – como, por exemplo, algumas torcidas organizadas que compensam suas frustrações cotidianas e reafirmam identidades de forma tosca, por meio da violência.
Contudo, comenta o jornalista, não são as torcidas organizadas que preenchem as arquibancadas dos estádios de futebol, mas grupos com maior poder aquisitivo, dado o preço de boa parte dos ingressos. A renda pode até estar diretamente relacionada à obtenção de escolaridade de melhor qualidade. Mas a escolaridade definitivamente não está relacionada com educação. Ou respeito. Ou bom senso. Ou caráter.
E conclui: “Aos vizinhos chilenos, portanto, peço que nos perdoem. Parte de nossos conterrâneos não sabe o que faz”. Acredito que muitos brasileiros concordam com o professor e esperam que, no fechamento da Copa, quando a presidente entregar a taça ao vencedor, seja quem for, possamos ser generosos e educados, evitando palavras de baixo calão e vaias ao vencedor. Afinal, para entrar no jogo, se faz uma aposta, e esta é sempre sem garantias.
Podemos ganhar ou perder. Se não se pode perder, tampouco se pode jogar. O importante é o espírito esportivo e a comunicação entre as nações. Que vença o melhor e que seja respeitado.
O mesmo vale para a nossa presidente: manifestar é preciso, mas baixar o nível é um excesso desnecessário. Duvido muito que as famílias no estádio desejem que seus filhos aprendam e pratiquem esse comportamento grotesco e desrespeitoso dentro de casa.
Como disse Leonardo Boff, em recente artigo intitulado “Quem envergonhou o Brasil?”: “Pertence à cultura popular do futebol a vaia a certos jogadores, a juízes e, eventualmente, a alguma autoridade presente”. Insultos e xingamentos com linguagem de baixo calão que nem sequer crianças podem ouvir é coisa inaudita no futebol do Brasil. Foram dirigidos à mais alta autoridade do pais, a presidente Dilma Rousseff, retraída nos fundos da arquibancada oficial. Esses insultos vergonhosos só podiam vir de um tipo de gente que ainda tem visibilidade, gente branquíssima e de classe A, com falta de educação e sexista, como comentou a socióloga do Centro Feminista de Estudos, Ana Thurler.
Depois disso, outra grosseria imperdoável foi a vaia ao Hino nacional do Chile. Ora, faltou senso de civilidade e respeito aos visitantes que prestigiam nosso país com sua presença, com seu bonito futebol e muita garra. Não mereciam ser tratados com tanta falta de polidez.
E como ressaltou Thurler, não é o povão da geral que tem se comportado assim. A própria presidente respondeu: “O povo não reage assim; é civilizado e extremamente generoso e educado”. Ele pode vaiar, mas não insulta. “Suportei agressões físicas quase insuportáveis e nada me tirou do rumo.” Referia-se, comenta Boff, às torturas sofridas dos agentes do Estado de terror que se havia instalado no Brasil a partir de 1964. O pronunciamento que fez posteriormente na TV mostrou que nada a tira do rumo nem a abala, porque vive de outros valores e pretende estar à altura da grandeza de nosso país.
Enquanto torcedores japoneses recolhiam o lixo nos estádios, alguns brasileiros, anfitriões da copa, comportaram-se de maneira pouco civilizada. Estes nos envergonham. Outro comentarista, xará de frei Boff, Leonardo Sakamoto, jornalista e doutor em ciência política, professor de jornalismo na PUC-SP, postou em rede social, no dia 28, algo muito apropriado.
Questiona o que leva uma pessoa a vaiar o hino de outro país enquanto ele é executado em um jogo de Copa do Mundo. Entende ele que, em bando, os seres humanos não raro modificam suas condutas – como, por exemplo, algumas torcidas organizadas que compensam suas frustrações cotidianas e reafirmam identidades de forma tosca, por meio da violência.
Contudo, comenta o jornalista, não são as torcidas organizadas que preenchem as arquibancadas dos estádios de futebol, mas grupos com maior poder aquisitivo, dado o preço de boa parte dos ingressos. A renda pode até estar diretamente relacionada à obtenção de escolaridade de melhor qualidade. Mas a escolaridade definitivamente não está relacionada com educação. Ou respeito. Ou bom senso. Ou caráter.
E conclui: “Aos vizinhos chilenos, portanto, peço que nos perdoem. Parte de nossos conterrâneos não sabe o que faz”. Acredito que muitos brasileiros concordam com o professor e esperam que, no fechamento da Copa, quando a presidente entregar a taça ao vencedor, seja quem for, possamos ser generosos e educados, evitando palavras de baixo calão e vaias ao vencedor. Afinal, para entrar no jogo, se faz uma aposta, e esta é sempre sem garantias.
Podemos ganhar ou perder. Se não se pode perder, tampouco se pode jogar. O importante é o espírito esportivo e a comunicação entre as nações. Que vença o melhor e que seja respeitado.
O mesmo vale para a nossa presidente: manifestar é preciso, mas baixar o nível é um excesso desnecessário. Duvido muito que as famílias no estádio desejem que seus filhos aprendam e pratiquem esse comportamento grotesco e desrespeitoso dentro de casa.
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